Dia de decisão de BCs
Bancos Centrais dos EUA e do Brasil anunciam decisão de juros, mas atenção do mercado financeiro está na sinalização dos próximos passos
Enfim, é hoje o dia da decisão de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, mas o mercado financeiro está mesmo atento é nas negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. A proximidade do prazo para uma nova rodada de tarifas de importação norte-americanas sobre produtos chineses dá o tom da dinâmica dos ativos.
Na reta final para o deadline de Washington, no próximo domingo (dia 15), a falta de progresso em relação à fase um do acordo comercial sino-americano eleva a preocupação entre os investidores, que seguem em busca de pistas sobre o andamento das conversas. O temor é de que haja um novo impasse entre EUA e China, prolongando o conflito.
À espera de novidades, os mercados internacionais se retraem, no aguardo também dos eventos envolvendo o Federal Reserve, à tarde, o que limita a movimentação dos negócios. Os índices futuros das bolsas de Nova York e na Europa amanheceram com leves baixas, apesar de uma sessão positiva na Ásia, onde apenas Tóquio caiu.
Xangai e Hong Kong subiram, com os investidores cautelosamente animados com a notícia de que o presidente do EUA, Donald Trump, pode adiar o aumento da tarifa em US$ 160 bilhões em produtos chineses populares, como smartphones e laptops. Ma não há nenhuma indicação de que a Casa Branca tenha tomada uma decisão sobre o assunto.
Com isso, os investidores buscam proteção no dólar e nos bônus dos EUA, o que enfraquece as commodities, em meio à preocupação de que a sobretaxa programada possa resultar em uma nova escalada da guerra comercial, com a China retaliando. Mas uma piora na disputa pode levar o Fed a agir novamente - agora, porém, deve sinalizar uma pausa.
Dia de Fed e Copom
Enquanto o Fed deve manter os juros entre 1,50% e 1,75% hoje, após três cortes consecutivos na taxa básica norte-americana, o Comitê do Banco Central brasileiro (Copom) deve promover a quarta queda seguida da Selic, em mais meio ponto, para 4,5%. Com isso, as atenções dos investidores estarão voltadas para os próximos passos.
No caso do Fed, a expectativa é de que tanto a mensagem logo após a reunião quanto o gráfico de pontos (dot plot) e a entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizem que os juros norte-americanos devem seguir estáveis por um período prolongado - talvez ao longo de 2020 inteiro. Mais que isso, o passo seguinte será de alta da taxa.
O anúncio da decisão do Fed será feito às 16h, juntamente com a publicação das projeções para as principais variáveis macroeconômicas norte-americanas. Na sequência, às 16h30, Powell concede a última entrevista coletiva deste ano. Antes, pela manhã, será conhecido o índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA em novembro (10h30).
Já no Brasil, a decisão do Copom será conhecida apenas no fim da tarde, às 18h20, adiando a reação do mercado doméstico - principalmente do dólar - para o dia seguinte. É grande a expectativa pelo comunicado que acompanhará o anúncio, que deve sinalizar o fim do atual ciclo, já a partir neste mês ou logo no início de 2020.
De qualquer forma, a expectativa é por uma linguagem dura (“hawkish”) no texto, diante do choque de preços recente, do real mais desvalorizado e do ritmo mais acelerado da atividade. Aliás, o dado sobre as vendas no varejo em outubro deve dar novas pistas sobre o processo de retomada da economia doméstica no início do último trimestre deste ano.
A expectativa é de que o comércio varejista registre o sexto resultado mensal positivo consecutivo, com alta de 0,2% em relação a setembro, acumulando ganhos de mais de 2% no período, e avance pela sétima vez, no confronto anual, em +2,5%. Os números efetivos serão conhecidos às 9h. Antes, sai a primeira prévia deste mês do IGP-M (8h).
Tem mais...
Ainda no calendário econômico do dia, saem os dados semanais sobre os estoques norte-americanos de petróleo bruto e derivados (12h3) e sobre a entrada e saída de dólares do Brasil, o chamado fluxo cambial, às 14h30. Também será divulgado o orçamento do Tesouro dos EUA em novembro (16h).
Mercado se despede de 2019
Pregão espremido entre o fim de semana e as comemorações pela chegada de 2020 marca o fim dos negócios locais em 2019
A Bula da Semana: Adeus ano velho
Mercado doméstico se despede de 2019 hoje e inicia 2020 na quinta-feira repleto de expectativas positivas
Mercado testa fôlego na reta final de 2019
Ibovespa e Wall Street têm melhorado suas marcas nos últimos pregões do ano, diante do forte consumo na temporada de festas
Mercado se prepara para a chegada de 2020
Faltando apenas três pregões no mercado doméstico para o fim de 2019, investidores já se preparam para rebalanceamento de carteiras no início de 2020
Mercado à espera da folga de feriado
Pausa no mercado financeiro por causa das comemorações de Natal reduz a liquidez dos negócios globais
Então, é Natal
Pausa no mercado doméstico, amanhã e quarta-feira, por causa das festividades natalinas reduz a liquidez dos negócios ao longo da semana
Mercado se prepara para festas de fim de ano
Rali em Nova York e do Ibovespa antecede pausa para as festividades de Natal e ano-novo, que devem enxugar liquidez do mercado financeiro nos próximos dias
CPMF digital e impeachment agitam mercado
Declarações de Guedes embalaram Ibovespa ontem, mas criação de “CPMF digital” causa ruído, enquanto exterior digere aprovação de impeachment de Trump na Câmara
Mercado em pausa reavalia cenário
Agenda econômica fraca do dia abre espaço para investidor reavaliar cenário, após fim das incertezas sobre guerra comercial e Brexit
Mercado recebe ata do Copom, atento ao exterior
Ata do Copom, hoje, relatório trimestral de inflação e IPCA, no fim da semana, devem calibrar apostas sobre Selic e influenciar dólar e Ibovespa
Leia Também
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Imposto de 25% para o aço importado: só acreditou quem não leu as letras miúdas