🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

A PROVA DE FOGO DO NOVO GOVERNO

Os 100 primeiros dias de Bolsonaro e o desafio de mudar ‘tudo que está aí’

Tradição de que o presidente tem de mostrar a que veio logo no início do mandato começou nos EUA em 1933, com Franklin D Roosevelt. No caso de Bolsonaro, prova é mostrar para os mercados que reformas vão sair do papel.

Eduardo Campos
Eduardo Campos
13 de janeiro de 2019
6:15 - atualizado às 10:34
Ilustração do presidente Jair Bolsonaro - Imagem: Ilustração: Seu Dinheiro

Há razões históricas e práticas para essa tradição dos 100 primeiros dias de um presidente. É quase senso comum que é dentro desse período que se tenta medir a “força” do governo ou seria esse o prazo que o presidente teria para se firmar e “mostrar a que veio”.

Essa “tradição” nasce em 1933 com a eleição de Franklin Delano Roosevelt, nos EUA, em um momento bastante crítico após o crash da Bolsa de Nova York e a entrada no que ficou conhecido como Grande Depressão.

Roosevelt, que foi quatro vezes presidente, lançou um programa de ações do Executivo e propostas legislativas que ficaram conhecidas como “cem dias”, para sanear o sistema financeiro, dar fôlego ao mercado de trabalho e assistência aos desempregados.

Dentro desse período de três meses, seu governo aprovou o maior número de medidas já contabilizado na história americana. Partindo da ideia de que não existia um mapa para a recuperação da crise, Roosevelt levou a cabo seu lema de campanha de que o senso comum manda escolher um método e testá-lo. Se der errado, admita isso com franqueza e tente outro. “Mas, acima de tudo, tente alguma coisa.”

Desde então, os 100 dias viraram uma métrica para cientistas políticos e jornalistas. Cabe um registro de que o momento dramático da economia americana levou democratas e republicanos a apoiar essas primeiras medidas de um amplo plano que ficou conhecido como “New Deal”.

No lado prático da coisa, a tese dos 100 dias também se encaixa. Os novos entrantes chegam ao governo com muita disposição de “mudar tudo o que está aí”. Algo que vai perdendo força com o passar do tempo e com as dificuldades impostas por uma máquina política e burocrática que existe apenas se sustentar e se perpetuar.

Leia Também

Outra razão é o próprio ciclo político. Com eleição majoritária a cada quatro anos e eleições para prefeitos e parte do Senado a cada dois. Grandes projetos e reformas têm maior chance de aprovação no começo do novo mandato presidencial. Dá tempo de a população “esquecer” eventuais “maldades” até a próxima ida às urnas.

A prova de Bolsonaro

Não é por acaso que o próprio governo Bolsonaro vai instituir metas para os 100 primeiros dias de governo, como nos contou o vice-presidente, Hamilton Mourão, em recente entrevista. A previsão é que essa reunião de metas aconteça na segunda-feira, dia 14.

A grande reforma na agenda de Bolsonaro é a da Previdência, sem a qual esse bom-humor dos mercados não se sustenta e as contas públicas entram em colapso, acabando com a chance que ainda temos de fazer um ajuste fiscal gradual e menos traumático.

Não se espera que o texto seja aprovado em três meses, mas o que se quer ver é um desenho de reforma que estabilize e depois coloque em trajetória de queda a relação dívida/PIB, que ronda os 80% do produto.

Os ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) já disseram que o projeto será apresentado ao novo Congresso em fevereiro. Até lá, o governo vai tomando medidas via decretos e medidas provisórias (MP), que têm força de lei desde sua edição.

O primeiro grande desafio político será a eleição das presidências da Câmara e do Senado. Os presidentes têm grande poder sobre a pauta e podem ser grandes aliados ou enormes problemas para um Executivo que se elegeu prometendo reformas e uma nova forma de negociação política, sem o tradicional “toma lá, dá cá”, com cargos, verbas e corrupção.

Na Câmara, por ora, tudo parece encaminhado para manutenção de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência. Algo comemorado pelo mercado, já que Maia tem postura favorável às reformas, notadamente econômicas, e bom trânsito entre os diversos partidos políticos.

No Senado, o quadro se mostra mais incerto, mas o conhecido Renan Calheiros (MDB-AL), por bons e perversos predicados, tem grande chance de voltar a ocupar o lugar central da mesa. Aqui podemos ter um embate entre o cálculo político e a bandeira da moralidade que ajudou a eleger o governo.

Renan e seu MDB são extremamente pragmáticos e carregam uma “bagagem de Congresso” que os novos entrantes nem sonham em ter. Renan não hesitaria em negociar com o novo governo, a questão é o preço disso e quanto desgaste Bolsonaro estaria disposto a tolerar.

Diário dos 100 dias

Tendo passado pelas dimensões históricas e práticas, convido o leitor a acompanhar um diário que venho fazendo sobre esses 100 primeiros dias do governo Bolsonaro.

Em poucos parágrafos e com a informalidade que um diário permite vou me atender à esfera de governo que nos interessa, a econômica, já que queremos descobrir se vamos aproveitar a chance histórica de inaugurar uma era de “normalidade” no Brasil, de inflação baixa e estável, juros civilizados e chances de investimento e crescimento.

Só para um alinhamento de visões, neste primeiro momento, divido o governo em esferas. Há uma esfera econômica, com Paulo Guedes liderando seus “Chicago Oldies”. Uma esfera militar, com os generais e seus distintos postos de comando. Uma esfera “moral e de costumes”, que têm seus expoentes nos Ministérios de Relações Exteriores, Educação e da Mulher, Família e Direitos Humanos. Sérgio Moro e seu Ministério da Justiça são uma “esfera” sozinha que ainda não descobri como “conversará” com as demais.

Bolsonaro é o “mediador” desses grandes círculos de influência que, parece, trabalharão de forma independente uns dos outros, apesar de alguns pontos de contato.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DE OLHO NAS REDES

Lula vs. Bolsonaro: no ‘vale tudo’ das redes sociais, quem está vencendo? Descubra qual dos candidatos domina a batalha e como isso pode influenciar o resultado das eleições

11 de setembro de 2022 - 7:00

A corrida eleitoral começou e a batalha por votos nas redes sociais está à solta; veja quem está ganhando

ELEIÇÕES 2022

‘Bolsonaro não dormiu ontem’: Lula comemora liderança nas pesquisas e atribui assassinato de petista a presidente ‘genocida’

10 de setembro de 2022 - 15:01

O candidato do PT afirmou que o presidente não consegue convencer a população mesmo com gastos eleitoreiros altos

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro é o candidato com maior número de processos no TSE — veja as principais acusações contra o presidente

10 de setembro de 2022 - 10:37

Levantamento mostra que o candidato à reeleição é alvo de quase 25% das ações em tramitação na Corte até o início de setembro

ELEIÇÕES 2022

7 de setembro ajudou? A distância entre Lula e Bolsonaro é a menor desde maio de 2021, segundo pesquisa Datafolha

9 de setembro de 2022 - 20:21

Levantamento foi feito após as manifestações do Dia da Independência, feriado usado pelo atual presidente para atos de campanha, algo que nunca tinha acontecido na história recente do Brasil

ELEIÇÕES 2022

Um novo significado de ‘imbrochável’: Jair Bolsonaro explica coro em discurso de 7 de setembro

9 de setembro de 2022 - 9:48

Em transmissão nas redes sociais, Jair Bolsonaro explicou que o coro seria uma alusão ao fato de resistir a supostos ataques diários contra seu governo

Eleição ou Independência?

Bolsonaro faz discurso de campanha em evento do Bicentenário da Independência e, sem citar Lula, diz que Brasil terá “luta do bem contra o mal”

7 de setembro de 2022 - 12:50

Ao lado do empresário Luciano Hang, o “Véio da Havan”, e da primeira-dama, Michelle, o presidente Bolsonaro dirigiu-se aos seus apoiadores

Eleições 2022

Lula para de subir e Bolsonaro oscila para cima na nova pesquisa Quaest

7 de setembro de 2022 - 10:09

Num eventual segundo turno, Lula continua em vantagem em relação a Bolsonaro, mas estagnou em 51% nas últimas quatro pesquisas

ELEIÇÕES 2022

Apenas um candidato à Presidência tem motivos para comemorar a última pesquisa BTG/FSB

5 de setembro de 2022 - 9:50

Simone Tebet (MDB) foi a única a crescer nas intenções de voto em primeiro turno e venceria Bolsonaro em um eventual segundo turno

AGENDA CHEIA

Eleições 2022: confira como foi o domingo dos presidenciáveis e as declarações polêmicas

4 de setembro de 2022 - 16:14

Lula esteve em São Bernardo do Campo, Ciro Gomes participou de caminha em Alfenas e Simone Tebet esteve em Aparecida. Bolsonaro não divulgou a agenda do dia, mas esteve em solenidade em Brasília

ELEIÇÕES 2022

Agenda cheia: confira como foi o sábado de Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e Tebet — e as declarações polêmicas

3 de setembro de 2022 - 16:53

Lula e Bolsonaro mantiveram encontros com mulheres — um no Nordeste e outro no Sul do país — enquanto Ciro Gomes participou de caminhadas e Simone Tebet se preparava para evento em São Paulo

ELEIÇÕES 2022

Pesquisa Ipespe: Lula é o único candidato que avança — petista segue líder com 44% das intenções de voto; confira os números

3 de setembro de 2022 - 14:27

O presidente Jair Bolsonaro (PL), o pedetista Ciro Gomes e a senadora Simone Tebet (MDB) permaneceram estacionados em relação ao último levantamento, feito no dia 31 de agosto

ELEIÇÕES 2022

Debate influenciou? Pesquisa Datafolha mostra que distância entre Lula e Bolsonaro diminuiu após confronto na TV

1 de setembro de 2022 - 21:54

Esse é o primeiro Datafolha divulgado após a sabatina do Jornal Nacional e o debate realizado pela Band no domingo (28). Entre os mais beneficiados estão os candidatos que não aparecem sem primeiro ou segundo lugar nas intenções de voto

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro diz que governo pode taxar lucros e dividendos para garantir Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023

1 de setembro de 2022 - 20:54

Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, divulgada na quarta-feira (31) prevê valor médio mensal de R$ 405 para o benefício, apesar da promessa do presidente que tenta a reeleição de manutenção do valor reajustado

ELEIÇÕES E PIB

Bolsonaro deve reforçar vitrine da economia após o PIB, mas Lula tem dois trunfos na manga

1 de setembro de 2022 - 11:53

Bolsonaro ganha uma carta importante na disputa pela reeleição com PIB acima do esperado no segundo trimestre, mas Lula também tem o que mostrar na economia

ELEIÇÕES 2022

E agora, Bolsonaro? Orçamento prevê Auxílio Brasil de R$ 405 e tabela do IR congelada em 2023 — confira detalhes da proposta

31 de agosto de 2022 - 18:11

Na semana da divulgação do projeto do governo, Lula aproveitou para anunciar um adicional de R$ 150 para cada criança de até seis anos, além da manutenção dos R$ 600 do Auxílio Brasil

DE OLHOS NAS REDES

Lula e Bolsonaro irão se enfrentar novamente? Depois do desempenho ruim do primeiro ‘duelo’, fugir dos debates pode ser uma boa estratégia para os candidatos; entenda

30 de agosto de 2022 - 16:43

O debate foi um verdadeiro fiasco para os dois protagonistas da corrida eleitoral, Lula e Bolsonaro; descubra qual dois dois foi o pior e se haverá outro ‘duelo’

ELEIÇÕES 2022

Lula mantém ampla vantagem sobre Bolsonaro na Ipec e continua vislumbrando vitória em primeiro turno

30 de agosto de 2022 - 7:21

Pesquisa do antigo Ibope mostra a intenção de voto em Lula supera a soma da preferências por todos os demais candidatos

VEIAS ABERTAS

Bolsonaro provoca no debate e Chile chama embaixador de volta — entenda por que a relação entre os dois países estremeceu

29 de agosto de 2022 - 17:27

No debate de domingo (28) na Band, o presidente brasileiro voltou a criticar o apoio do PT a governos de esquerda, como Argentina, Colômbia e Chile; as declarações pegaram mal no país vizinho

CASO A CASO

Por que fugir dos próximos debates pode ser uma boa estratégia para Lula e Bolsonaro

29 de agosto de 2022 - 13:28

Campanhas de Lula e Bolsonaro vão avaliar participação em futuros debates e entrevistas na base do ‘caso a caso’

ELEIÇÕES 2022

Estaria Ciro tirando votos de Lula? Vantagem do petista sobre Bolsonaro diminui de 9 para 7 pontos na BTG/FSB

29 de agosto de 2022 - 11:02

Apesar de Lula ter caído dentro da margem de erro, Bolsonaro permaneceu estável na rodada mais recente da pesquisa

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar