Nova governabilidade é desafio para Bolsonaro
Prometendo não entregar cargos em troca de apoio, eleito terá de inaugurar nova forma de relação com o Congresso
Jair Bolsonaro está legitimado pelas urnas, mas sua governabilidade se mostra complexa. Para o diretor de Relações Governamentais da Barral M Jorge Consultoria, Juliano Griebeler, a grande fragmentação do Congresso, que conta com 35 partidos, cria dificuldades para conseguir votos suficientes para aprovar reformas.
Além disso, explica Griebeler, um novo meio de governabilidade terá de ser formatado, já que o candidato afirma que sua gestão não vai funcionar como os outros governos que tivemos até aqui, quando cargos no Executivo e em estatais eram moeda de troca para apoio das bancadas em votações.
“O que Bolsonaro vai dar em troca que não seja cargo para trazer esses partidos de centro, que serão importantes nas votações?”, questiona.
Em seu discurso de vitória, Bolsonaro disse que pretende fazer um governo com indicações técnicas e isentas das indicações políticas de praxe.
Ainda sobre a questão da governabilidade, o coordenador do curso de Relações Internacionais do IBMEC e professor de Ciência Política, Adriano Gianturco, chama atenção paras promessas de Bolsonaro de reduzir o número de ministérios.
“Essa é uma promessa comum no mundo interno, mas empiricamente falando quase ninguém consegue respeitar isso”, avalia.
Segundo Gianturco, a experiência nacional e internacional mostra que o governante até consegue começar o governo reduzindo a estrutura do Executivo, mas que no decorrer do mandato, o número de Ministério volta a aumentar.
Ao longo da campanha, Bolsonaro falava em reduzir para 15 o número de ministérios. Atualmente são 29 estruturas ministeriais.
Para Griebeler, Bolsonaro tem de mostrar, agora, um plano de governo suficientemente detalhado que agrade ao mercado e a população. No caso da reforma da Previdência é preciso saber qual o modelo de reforma que ele defende e, depois, iniciar um tralhado de educação e comunicação com o Congresso e com a sociedade.
Para Griebeler, Bolsonaro não terá uma oposição grande, mas ela é consolidada. Para Gianturco, o PT não deve fazer uma oposição moderada e deve seguir radicalizando o discurso, como foi visto ao longo do segundo turno.
“Bolsonaro já sinalizou que quer fazer uma limpeza no aparelhamento do Estado. O PT vai reagir. O partido não tem a mesma força de antes, pois o dinheiro acabou, mas tem nichos importantes em universidades e sindicatos”, avalia Gianturco.
Suspeitando irregularidades, TSE pede a WhatsApp dados sobre disparos nas eleições de 2018
Rede social deverá informar ainda se realizou alguma medida para bloquear ou banir as linhas referidas
Bolsonaro fala pela primeira vez em disputar a reeleição em 2022
Diante de moradores de Eldorado, no interior de São Paulo, o presidente apontou para a possibilidade de disputar novamente as urnas
Em Nova York, Haddad diz que Brasil pode crescer com governo liberal de Bolsonaro
Candidato derrotado na corrida eleitoral disse que Brasil terá de se “prevenir” de agenda conservadora e neoliberal radical
Os 5 possíveis nomes para o Banco Central no governo Bolsonaro
Equipe de presidente eleito vem tentando aprovar autonomia do BC, o que abriria oportunidade para Ilan ficar no cargo até 2020
Não teremos nenhum problema com a China, diz Bolsonaro
Em entrevista, presidente eleito fala sobre China, reformas e corta a cabeça de assessor de Paulo Guedes
Em entrevista, Eduardo Bolsonaro diz sentir que não haverá reforma da previdência em 2018
Bolsonaro disse que há preocupação com a eleição de um presidente da Câmara alinhado com os interesses do futuro governo, que não necessariamente o nome sairá do PSL
Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre fusão de Agricultura e Meio Ambiente, diz Onyx
Anúncio da fusão causou protestos na Frente Parlamentar da Agricultura, a chamada bancada ruralista, que vê a ideia com desconfiança
Ministério de governo Bolsonaro terá até 16 pastas
Futuro governo vai criar superministério da Economia, juntando as pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria além de Comércio Exterior e Serviços
Empresários esperam confirmação de agenda liberal no governo de Bolsonaro
Aprovação das reformas é vista como prioridade para colocar o país na rota do crescimento, embora candidato eleito tenha de convencer o Congresso a votar a favor de medidas impopulares
Trump reforça possibilidade de acordo comercial com futuro governo Bolsonaro
Presidente norte-americano reforçou que teve “uma ótima” conversa com Bolsonaro mas criticou o atual comportamento do país na área comercial
Leia Também
-
Bolsa em alta, disparada do bitcoin (BTC) e encontro com o FMI: 5 coisas que aconteceram um dia após Javier Milei vencer as primárias na Argentina
-
Com 97% das urnas apuradas, Recep Tayyip Erdogan é reeleito presidente da Turquia para um mandato de mais cinco anos
-
Lula e Bolsonaro querem ‘mexer’ no salário líquido — veja se você faz parte do grupo de pessoas impactadas
Mais lidas
-
1
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
2
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
-
3
A B3 vai abrir na Semana Santa? Confira o funcionamento da bolsa brasileira, dos bancos, Correios e transporte público no feriado