Ibovespa fecha semana volátil com alta acumulada de 1,79%; dólar fica em R$ 3,91
A instabilidade no cenário político mexeu com o humor dos mercados. Apesar de a semana terminar mais calma, o tom ainda é de precaução

Uma semana intensa. Muito intensa.
Crise política, PEC do Orçamento, menor crescimento econômico no mundo, negociações entre Estados Unidos e China, Brexit... o turbilhão de notícias atingiu em cheio o humor dos mercados. E tudo isso se traduziu em uma palavra:
Volatilidade. Muita volatilidade.
Basta ver o comportamento do Ibovespa nos últimos dias: queda de 0,08% na segunda-feira, ganho de 1,76% na terça, baixa de 3,57% na quarta, avanço de 2,7% na quinta e, hoje, nova alta de 1,09%, fechando aos 95.414,55 pontos.
O saldo dessa montanha-russa? Um avanço de 1,79% no acumulado da semana. Mas, deixando a frieza dos números de lado, pode-se dizer que o resultado é outro, ao menos para o sentimento do mercado:
Cautela. Muita cautela.
Leia Também
Essa foi a palavra que eu mais escutei de analistas e operadores ao longo da semana, mesmo nos dias positivos. E isso porque, num ambiente político altamente instável, o mercado hesita em assumir posições mais definitivas: afinal, o que levou o Ibovespa aos 100 mil pontos na semana passada era a percepção de que a reforma da Previdência avançaria sem maiores dificuldades na Câmara — cenário que desabou em poucos dias e, agora, começa a ser reconstruído.
"Todo mundo ficou perdido nessa semana, tivemos dias de pressão e de euforia", diz Luiz Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos, lembrando que, no exterior, o momento também é de indefinição, tanto em aspectos econômicos quanto políticos. "O mercado ficou sem rumo, sem uma direção muito clara, e isso gera incerteza, gera cautela".
Situação semelhante foi vista no dólar à vista, que desde segunda-feira oscilou na faixa de R$ 3,85 a R$ 4,01 — hoje, fechou em leve queda de 0,01%, a R$ 3,916 e, com isso, fechou a semana com alta acumulada de 0,37%.
Um analista que prefere não ser identificado destaca que esses movimentos de alta amplitude não são positivos no médio prazo, já que, num cenário de futuro nebuloso, muitos preferem não investir. "Ninguém quer ficar posicionado num momento de incerteza grande. E se amanhã alguém tuíta alguma coisa e põe tudo a perder?", questiona, referindo-se ao cenário político em Brasília.
Com o desempenho desta sexta-feira, o Ibovespa fechou o mês de março com leve perda acumulada de 0,18% — no ano, o índice ainda sobe 8,57%. O dólar à vista, por outro lado, subiu 4,33% no mês e avançou 1,05% desde o início de 2018.
E hoje?
Em linhas gerais, os sinais de maior alinhamento em Brasília, somados à cena externa favorável, deram sustentação ao Ibovespa e permitiram que o principal índice da bolsa brasileira continuasse ganhando terreno. No entanto, a cautela deu as caras na reta final da sessão, trazendo alguma instabilidade.
O Ibovespa, que chegou aos 95.862,75 pontos na máxima do dia, começou a perder força por volta de 16h, retornando brevemente ao nível dos 94 mil pontos. Mas, nos minutos finais, voltou a recuperar terreno, terminando aos 95.414,55 pontos (+1,09%).
Já a moeda americana, que tocou o nível de R$ 3,86 no início do dia, foi perdendo força ao longo da tarde e fechou a R$ 3,916 (-0,01%). O mercado tem assumido um tom mais cauteloso no câmbio, usando o dólar como proteção para eventuais instabilidades no cenário político.
No front local, a definição do relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara ajudou a tirar pressão do mercado. Apesar do atraso, a escolha de Marcelo Freitas (PSL/MG) foi interpretada como um primeiro passo na retomada da tramitação da proposta.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que a escolha do relator foi "o primeiro passo em direção à reforma" e que trabalhará pessoalmente, "como deputado, e não como presidente da Câmara", para a aprovação da proposta.
"A reforma da Previdência não está morta", diz Pereira, da Guide, destacando que a calmaria no noticiário político ajudou a recuperação do Ibovespa, especialmente após a queda intensa da última quarta-feira. "Mas é preciso ter um alinhamento maior entre o Executivo e o Legislativo".
Apesar do ambiente menos turbulento, um analista ressalta que a cautela em relação ao cenário político seguiu rondando o mercado, manifestando-se na reta final da sessão — a ideia foi ficar "mais vendido" para não correr riscos com uma eventual mudança no panorama de Brasília ao longo do fim de semana.
No exterior, o tom foi de otimismo quanto às negociações comerciais entre Estados Unidos e China — nem mesmo a rejeição do acordo do Brexit pelo Parlamento do Reino Unido foi capaz de tirar o bom humor dos mercados globais. A notícia trouxe alguma instabilidade às bolsas americanas no fim da manhã, mas foi rapidamente absorvida: Dow Jones (+0,82%), S&P 500 (+0,67%) e Nasdaq (+0,78%) fecharam em alta.
As curvas de juros também foram afetadas por esse movimento de cautela no fim do dia e fecharam em alta, após passarem o dia exibindo leve viés negativo. Os DIs com vencimento em janeiro de 2020 subiram de 6,495% para 6,52%, e os com vencimento em janeiro de 2021 avançaram de 7,11% para 7,14%. Entre as curvas longas, as para janeiro de 2023 tiveram ganho de 8,22% para 8,24%, e as para janeiro de 2025 foram de 8,74% para 8,75%.
Ajuda das commodities
As commodities tiveram papel fundamental para o bom desempenho do Ibovespa nesta sexta-feira: o minério de ferro avançou 2,52% no porto chinês de Qingdao e o petróleo WTI subiu 1,42%, dando força as ações da Petrobras e dos setores de mineração e siderurgia.
Foi o caso dos papéis PNA da Usiminas (+3,72%), ON da CSN (+3,64%) e ON da Vale (+3,31%) — as ações PN da Bradespar, empresa que possui participação na Vale, subiram 4,32% e lideraram os ganhos do Ibovespa.
As ações ON da Petrobras fecharam em alta de 0,61%, beneficiadas pelos ganhos do petróleo no exterior. Já os papéis PN da estatal terminaram o dia estáveis.
Kroton decepciona
Na ponta oposta do Ibovespa, destaque para as ações ON da Kroton, que caíram 2,84%. A empresa reportou lucro líquido de R$ 1,569 bilhão em 2018, queda de 16,6% ante o resultado de 2017; o Ebitda recuou 10,1% na mesma base de comparação, para R$ 2,028 bilhões.
Em relatório, o Safra considerou os resultados da Kroton como "mistos", citando o fluxo de caixa da empresa no quarto trimestre de 2018 como ponto negativo do balanço.
JBS avança
Se o balanço da Kroton não foi bem recebido pelo mercado, o da JBS gerou efeito oposto: os papéis ON da empresa fecharam em alta de 2,91%. Nos três últimos meses do ano passado, o frigorífico teve lucro líquido de de R$ 563,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 451,7 milhões do mesmo período de 2017.
Analistas destacaram que os resultados da JBS ficaram abaixo do esperado, mas trouxeram pontos positivos, em especial a geração de caixa e a redução do endividamento exibida no quarto trimestre de 2018.
Rebaixada
O UBS rebaixou a recomendação para as ações ON da BR Distribuidora, de compra para neutro, e cortou o preço-alvo para os papéis de R$ 29 para R$ 25 — em relatório, a instituição diz que a medida leva em conta projeções menores para as margens e volumes de venda. E o mercado não deixou barato: os ativos da empresa fecharam o pregão em queda de 4,1%, a R$ 23,15, liderando a ponta negativa do Ibovespa.
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje