🔴 ESTA FERRAMENTA PODE MULTIPLICAR SEU INVESTIMENTO EM ATÉ 285% – SAIBA MAIS

Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP). Foi repórter setorista de Banco Central no Poder360, em Brasília, redator no site EXAME e colaborou com o blog de investimentos Arena do Pavini.
Eleições 2018

Congresso deve se fragmentar ainda mais em 2019; e isso não é nada bom para a agenda de reformas

Próximo presidente terá que mostrar uma capacidade maior de negociação se quiser aprovar seus projetos no Senado e na Câmara

Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
7 de outubro de 2018
10:31 - atualizado às 10:34
Partidos nanicos devem ganhar força no Congresso a partir de 2019 - Imagem: Shutterstock

A Câmara dos Deputados deve se fragmentar ainda mais a partir do ano que vem, e isso pode dificultar (e muito) a aprovação da tão esperada agenda de reformas fiscais ao longo do próximo governo.

Segundo levantamento realizado pelo Ibope, o PT continuará com a maior bancada na Casa após o cálculo dos votos no pleito de hoje, mas deve perder nove deputados e passar a ter 52 representantes. O mesmo ocorreria com o MDB, que, ainda com a segunda maior bancada, elegeria 39 deputados neste domingo - 12 a menos do que o número atual.

Na sequência, viriam o PRB (com 38 deputados, quase o dobro dos atuais 21), o PR (também com 28, mas dois a menos que a bancada de hoje) e o PP (com 36, perdendo 14 parlamentares), que completariam a lista dos cinco maiores partidos na Casa.

Baque mesmo deve ser ter o PSDB, que atualmente é o quarto maior partido. A bancada tucana passaria a ser a sétima maior, caindo de 49 para 31 deputados. Em sexto, estaria o PSD, com 34. A pesquisa considera os candidatos com maior potencial de votos em cada Estado.

Nanicos ganham corpo

O que mais chama a atenção no levantamento do Ibope é a força que os partidos nanicos devem ganhar a partir de 2019. O PSL, tem hoje oito deputados, com o capital político de Jair Bolsonaro elegeria 23 para a próxima legislatura.

Já Avante iria de cinco para 12, e o PSOL, de seis para dez. Partido do candidato à Presidência Ciro Gomes, o PDT conseguiria cinco deputados a mais: de 19, passaria para 24. Já o DEM, após minguar durante os governos petistas e inflar com o impeachment de Dilma Rousseff, pode ter um revés nas urnas. Com 43 parlamentares na Casa, elegeria 28 hoje.

Vale lembrar que, para além de eleger deputados, o maior desafio dos partidos pequenos neste ano é a cláusula de barreira, aprovada ano passado. Para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV, as legendas vão precisar obter pelo menos 1,5% dos votos para a Câmara em todo o território nacional, distribuídos nos nove maiores Estados e com 1% em cada um deles. As exigências vão crescer gradativamente até 2030 e têm como intuito afunilar o fragmentado sistema partidário brasileiro.

Com quase 80% dos atuais deputados federais tentando a reeleição, a nova Câmara que surgirá das urnas deve ter um dos menores índices de renovação de sua história, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Este índice, que beirou a metade em disputas anteriores, deve ser próximo dos 40% neste ano.

Senado também deve se diluir, mas forças devem se manter

Ainda segundo o Diap, o Senado Federal pouco vai se renovar nas eleições deste ano. São 54 das 81 vagas em disputa, com 32 dos atuais senadores concorrendo à reeleição. Mas desses candidatos que tentam manter suas cadeiras, porém, apenas 11 aparecem com vantagem nas pesquisas do Ibope divulgadas na sexta, 5, e no sábado, 6.

Em relação aos partidos, MDB, PSDB e PT devem eleger menos senadores nesta disputa. Ainda assim, continuarão como as maiores bancadas.

Já bancadas hoje consideradas como médias devem crescer, como é o caso de PSD, PSB, PDT e Rede. Por outro lado, partidos com poucos representantes estão ameaçados de não eleger ninguém. É o caso de PRB e PCdoB.

As siglas que hoje estão fora do Senado têm grandes chances de ocupar o espaço de outros partidos, como o PSL, do presidenciável Jair Bolsonaro.

Governabilidade será o desafio

As análises também projetam que a atual agenda de propostas pautadas será mantida, com prioridade às reformas da Previdência e tributária. Apesar da composição partidária da Câmara permanecer semelhante à de hoje, na avaliação de especialistas e consultores, a Casa deverá acentuar um perfil mais conservador, alinhado a agendas da centro-direita. "Nosso Congresso tem uma vocação governista, não gosta de ser oposição", afirma o cientista político da Arko Advice Cristiano Noronha.

Com essa tradição, a tendência é que o ocupante do Planalto tenha maioria no início dos trabalhos e que a continuidade disso dependa de habilidade política. Avaliação semelhante tem o cientista político e sócio da Tendência Consultoria, Rafael Cortêz, para quem um dos principais desafios a serem enfrentados pelo próximo presidente da República será administrar a base aliada no Congresso.

"Independentemente de quem ganhar, haverá a necessidade de construção de uma reputação política. O presidente terá de saber qual agenda poderá negociar com o Congresso para que seu apoio continue existindo", diz. "Porque, quem chegar lá, chegará já com um capital político reduzido e a tendência é de que esse capital seja ainda mais volátil."

*Com Estadão Conteúdo.

Compartilhe

SEGREDOS DA BOLSA

Esquenta dos mercados: Bolsas estrangeiras iniciam semana no azul, mas ruídos políticos locais seguem causando interferência

18 de julho de 2022 - 6:32

Bolsas sobem lá fora com expectativa de bons resultados trimestrais; no Brasil, partidos se preparam para convenções

VITÓRIA PARA O GOVERNO

Câmara aprova ‘PEC Kamikaze’ em 2º turno após manobras de Lira e uma visita da Polícia Federal; veja os próximos passos da proposta

13 de julho de 2022 - 19:07

O deputado prometeu que quem faltasse na votação ganharia uma falta administrativa e lançou mão de outras manobras para garantir o quórum

LDO 2023

Caiu e passou: Congresso aprova Lei das Diretrizes Orçamentárias sem emendas impositivas de relator; texto vai à sanção presidencial

12 de julho de 2022 - 17:28

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retirou do texto a execução obrigatória das emendas de relator, identificadas como RP 9

ACERTO DE CONTAS

Com teto do ICMS em 17% sobre energia e combustíveis, Câmara propõe compensar arrecadação dos estados; entenda se será suficiente

25 de maio de 2022 - 7:21

A proposta acontece em meio a embates do governo federal contra os estados pela arrecadação do ICMS

Privatização à vista?

Novo ministro de Minas e Energia quer privatizar a Petrobras (PETR4), mas presidente do Senado afirma que as negociações não estão na mesa

12 de maio de 2022 - 14:06

Pacheco avaliou que a desestatização da empresa não é uma solução de curto prazo para o problema da alta dos combustíveis

FOCO NO CENTRO

Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira

10 de maio de 2022 - 15:04

Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país

ATÉ 2023

Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás

3 de fevereiro de 2022 - 20:42

A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros

RAIO-X DO ORÇAMENTO

Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana

22 de janeiro de 2022 - 14:45

Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)

PEC DOS COMBUSTÍVEIS

Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise

22 de janeiro de 2022 - 10:58

Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos

DE OLHO NAS DÍVIDAS JUDICIAIS

Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento

20 de janeiro de 2022 - 7:03

Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar