Com prioridade ao Orçamento impositivo, centrão e oposição impõem derrota ao governo na CCJ da Câmara
Reforma da Previdência segue como primeiro item na pauta e a PEC do Orçamento Impositivo, em segundo lugar

Após iniciar os trabalhos nesta segunda-feira, 15, com mais de uma hora de atraso devido à reunião com coordenadores partidários, a Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara teve mais um dia de embates entre os parlamentares.
A reforma da Previdência começou como primeiro item na pauta e a PEC do Orçamento Impositivo, em segundo lugar. Mas um acordo entre o centrão e a oposição fez com que o governo cedesse a inversão dos temas, ficando a PEC do Orçamento na preferencial.
No início da sessão, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) apresentou uma questão de ordem em que pedia o encerramento da reunião. Ela teve o apoio da deputada Maria do Rosário (PT-RS), mas o pedido foi negado pelo presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR).
Em seguida, o deputado General Girão (PSL-RN), pediu para que a ordem do dia fosse invertida, para que a comissão comece os trabalhos direto pelas matérias em pauta, pulando a etapa de leitura de ata de reuniões anteriores.
Na prática, a leitura da ata é um procedimento meramente burocrático, mas a questão foi usada pela oposição e por partidos do bloco da maioria para alongar os trabalhos da comissão. O pedido foi para votação e acabou rejeitado por 41 votos a 18.
Tem que liberar isso aí
O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), fez um apelo à oposição logo no início dos trabalhos para que os seus deputados retirassem os requerimentos de obstrução da discussão sobre a proposta do Orçamento Impositivo.
Leia Também
A líder da minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse concordar com o pedido e a deputada Maria do Rosário (PT-RS) retirou seu requerimento.
"Faço apelo para que a oposição retire o kit obstrução para que possamos votar rapidamente a PEC do Orçamento Impositivo e depois a reforma da Previdência. Orçamento é uma matéria boa para o Brasil e para o Parlamento", disse Lira.
Ele lembrou que a proposta de emenda à Constituição que trata do orçamento impositivo já foi aprovada pela Câmara e foi alterada pelo Senado. "Há partidos de centro que pensam o Orçamento como prioritário", disse.
Em seguida, Feghali afirmou que a oposição é favorável à votação do orçamento impositivo e, por isso, disse concordar com o apelo feito por Lira. "Não queremos obstruir essa matéria. A Previdência de fato somos contra e vamos obstruir, mas o orçamento não", disse.
Durante a discussão, o deputado José Guimarães (PT-CE) pediu que o presidente da comissão, Felipe Francischini (PSL-PR), ouvisse as lideranças sobre a inversão de pauta, para que a PEC do Orçamento Impositivo seja votada antes da reforma da Previdência.
Varando a madrugada
Durante a sessão, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL), chegou a dizer que conversou com parlamentares para que a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pudesse "invadir a madrugada", diante do que ela chamou de "kit obstrução" de partidos que impede o debate da reforma da Previdência.
"Por mim vou até seis da manhã na CCJ", disse Joice ao chegar no Palácio do Planalto para reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"Todos nossos olhos estão voltados para a CCJ. Desde semana passada, havia ali um acordo com alguns dos partidos do denominado Centrão para tentar fazer uma inversão de pauta e tentar colocar primeiro a PEC do Orçamento Impositivo e depois a PEC da Previdência. Tem momentos que precisamos parar e conversar para que o 'kit obstrução' seja retirado", disse Joice, que chamou a tática de "lamentável". A líder ainda destacou que a obstrução só não ocorreria se o "todo o Congresso fosse governista".
Chamando a derrota de vitória
Logo após a aprovação da inversão de pauta, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), foi ao microfone tratar a votação do Orçamento impositivo como uma vitória para o governo de Jair Bolsonaro. Apenas o Novo e o PSDB haviam orientado para votar não.
"Essa é uma vitória trazida por esse parlamento com concordância do PSL e do governo", disse Waldir que chamou também de "vitória espetacular". "Mostra a que nível chega a democracia. Mostra que nosso presidente (Bolsonaro) tem a visão de um grande diplomata", disse.
Na sequência, deputados da oposição rechaçaram Waldir. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse a Waldir que a proposta é defendida pela oposição e que não caberia ao líder do PSL querer "ganhar em cima" da proposta no momento em que o governo não conseguiu retirá-lo da pauta. Já a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) afirmou que a proposta "compete ao Parlamento" e não ao governo. "Essa proposta não tem a bênção de governo fascista", afirmou.
Uma confusão de "praxe"
Após a leitura do relatório e do voto favorável do relator da proposta do Orçamento Positivo, deputados iniciaram os debates sobre a matéria.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) fez o que chamou de “reflexão” sobre o texto. Na sequência, a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) pediu a palavra. A vice-presidente da CCJ, deputada Bia Kicis (PSL-DF), questionou se ela iria se posicionar contra ou a favor da PEC, mas a deputada disse que queria também apenas fazer uma ‘reflexão’. Kicis tentou impedir a fala e houve um princípio de confusão, mas foi logo contido.
Nada de derrota
Vendo a dificuldade em pautar a reforma da Previdência, major Vitor Hugo admitiu a possibilidade de que a proposta só seja votada pela CCJ na próxima semana. Para ele, no entanto, a postergação da decisão não é uma derrota para o governo.
"Se tivermos que adiar para que haja consenso maior na votação, para que a gente tenha um número mais expressivo para aprovar a admissibilidade, não vai ser por causa de três ou quatro dias que a Previdência vai morrer. Não é o melhor dos mundos, mas também não é uma derrota para o governo", disse.
Vitor Hugo afirmou que o calendário de votações estabelecido é uma "baliza" e o governo de Jair Bolsonaro está encaminhando bem a questão em comparação com governos anteriores que também se debruçaram sobre mudanças na Previdência.
"PECs que mudaram a Previdência em outros governos demoraram muito mais. A do FHC (Fernando Henrique Cardoso) demorou mais de mil dias e a do Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) ultrapassou os cem dias", disse.
Para ele, a reforma é um tema que merece um "debate extenso, sem açodamento". "A gente não pode querer modificar algo tão profundo com açodamento, queremos aprovar o mais rápido possível, mas garantindo a discussão, o amadurecimento da proposta", disse.
*Com Estadão Conteúdo.
Com Lula ou Bolsonaro na Presidência, o próximo Congresso será de centro-direita e reformista, diz Arthur Lira
Em evento em Nova York, presidente da Câmara volta a defender a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as reformas no país
Alívio no bolso vem aí? Conheça a PEC que pode zerar impostos sobre combustíveis e gás
A matéria dispensa o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige que o governo compense a perda de arrecadação ao cortar impostos com a elevação de outros
Fundo eleitoral, emendas do relator e reajuste dos servidores: 3 pontos do Orçamento para 2022 que mexem com a bolsa esta semana
Entre emendas parlamentares superavitárias e reajuste dos policiais federais, o Orçamento deve ser publicado no Diário Oficial na segunda-feira (24)
Tesouro pode perder até R$ 240 bilhões com PEC dos Combustíveis e inflação pode ir para 1% — mas gasolina ficará só R$ 0,20 mais barata; confira análise
Se todos os estados aderirem à desoneração, a perda seria de cifras bilionárias aos cofres públicos, de acordo com a XP Investimentos
Além do furo no teto: como a PEC dos precatórios afeta os credores, mas abre uma grande oportunidade de investimento
Com a regra fiscal ameaçada, o motivo inicial para a criação da emenda acabou sendo relegado a segundo plano, mas seus desdobramentos podem beneficiar os investimentos alternativos
Por precaução, presidente da Câmara adia votação em 2º turno da PEC dos Precatórios
Depois da aprovação em 1º turno, ontem à noite, governistas temiam falta de quorum; Lira deixou votação para hoje
Câmara resiste a mudanças propostas pelo Senado na PEC dos precatórios; entenda o impasse
Parte da PEC já foi promulgada na semana passada, incluindo a alteração no cálculo da regra que atrela o crescimento das despesas à inflação
Projeto de lei pode conter alta dos combustíveis, mas precisa ser aprovado ainda este ano, defende relator
A medida, que cria um programa de estabilização do valor do petróleo e derivados, foi a forma encontrada para amenizar a alta dos preços sem interferir na política da Petrobras
Se Arthur Lira quiser, PEC dos Precatórios será aprovada ainda este ano, diz líder do Novo
Deputado Paulo Ganime defende que PEC tramite como novo texto, mas presidente da Câmara sinalizou que vai fatiar proposta
Reforma administrativa não sai antes das eleições, admite relator da proposta na Câmara
O deputado Arthur Maia afirmou que faltou empenho do executivo para garantir que o texto fosse aprovado no Congresso
4 fatos que mexem com o Ibovespa na próxima semana — incluindo Copom e IPO do Nubank
O principal índice acionário brasileiro terá um calendário cheio de eventos e dados econômicos para digerir ao longo dos próximos dias
Governo quer esperar, mas presidente do Senado estuda votar PEC dos precatórios ainda hoje
O governo acredita já ter os votos necessários para aprovar a proposta, mas esperava garantir uma margem maior antes da votação
Ano novo, impostos velhos! Reforma do IR fica para 2022, confirma presidente do Senado
O governo Bolsonaro pressionava pela aprovação da proposta para financiar o Auxílio Brasil, mas não conseguiu apoio na Casa
PEC dos precatórios tornará Auxílio Brasil permanente; Bolsonaro espera que o Senado aprove o texto na próxima semana
O governo ainda busca votos para aprovar o texto sem mexer em dois pontos centrais: o limite para pagamento de precatórios e a mudança no cálculo do teto de gastos
Bolsonaro prometeu, mas Lira diz que não há espaço para reajuste a servidores com PEC dos Precatórios
A PEC abre um espaço de R$ 90 bilhões no Orçamento, mas cálculos da Economia apontam outras despesas como destinatárias da folga
Projeções para a economia são revisadas para pior e falas de Jair Bolsonaro desagradam senadores que negociam PEC dos Precatórios: veja o que movimenta Brasília hoje
A PEC dos precatórios pode abrir espaço no Orçamento de 2022, mas o risco fiscal gerado pelos debates em torno da proposta fizeram o governo reajustar as projeções
Com remanejamento no Orçamento, Congresso garante verba R$ 9,36 bilhões para Auxílio Brasil
O montante, originalmente previsto para o finado Bolsa Família, garantirá um reajuste de quase de 18% no novo programa social
PDT pula do barco, mas PEC dos Precatórios passa em 2º turno na Câmara mesmo assim
Apesar da mudança de posição pedetista, governo conseguiu 11 votos a mais do que no primeiro turno para passar a PEC com a qual pretende viabilizar o Auxílio Brasil
Plenário mantém mudança no teto de gastos, mas derruba alteração na regra de ouro; confira outros destaques da PEC dos precatórios
O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem a prerrogativa do cargo de não ser obrigado a votar, pressionou o ‘sim’ para ajudar o governo na mudança
Privatização dos Correios estacionou? Relator altera parecer, mas votação em comissão do Senado é adiada
A versão mais recente do texto aumenta a garantia contra o fechamento de agências em áreas remotas da Amazônia Legal