Mercado concentra atenção na política
Com a definição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para as presidências da Câmara e do Senado, atenção se volta para o andamento da agenda de reformas no Congresso

Os democratas assumiram o poder no Congresso (Nacional) e o mercado financeiro ainda tenta entender o que o resultado representa para a agenda de reformas do governo. Apoiador das propostas, Rodrigo Maia confirmou o favoritismo e recebeu 334 votos para comandar a Câmara pela terceira vez seguida. Já no Senado, após muita polêmica, Davi Alcolumbre desbancou Renan Calheiros e foi eleito presidente com 42 votos.
A derrota do senador alagoano foi um triunfo pessoal do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que buscava uma sobrevivência na articulação política no Legislativo, coordenado as bancadas temáticas (boi, bala e Bíblia). Onyx já estava enfraquecido como interlocutor na Câmara, pois não queria Maia reeleito.
Agora, a Casa Civil e o Palácio do Planalto podem enfrentar dificuldades para aprovar projetos nas duas Casas. Afinal, Onyx precisa primeiro desobstruir a interlocução política com Maia, ao passo que Renan tem interlocutores em todos os partidos no Senado - enquanto Alcolumbre é apenas um representante do “baixo clero”.
Vitória de Pirro?
Mas a sensação é de que houve uma vitória de Pirro após o resultado das eleições no Congresso. O êxito de Onyx foi também uma derrota do ministro Paulo Guedes (Economia), que avaliava que Maia na Câmara e Renan no Senado teriam mais fibra para conduzir votações estratégicas no Congresso, principalmente a reforma da Previdência. Onyx, portanto, desagradou Guedes, ao jogar todas as fichas e apostar alto em Alcolumbre.
Para o governo, não há dúvida de que Renan vai “dar o troco” e o principal receio é a reação dos aliados ao senador e a capacidade de articulação da oposição, agora liderada por ele, dificultando votações de interesse e comandando comissões importantes. O ministro da Casa Civil também pode sofrer retaliações, à medida que as votações no Legislativo comecem a ganhar corpo.
Já para a equipe econômica de Guedes o temor é de que a Nova Previdência aprovada no Congresso seja muito mais suave - como quer Onyx. Mas há quem diga que Onyx é governo e, apesar das divergências com Guedes, irá fazer o que o presidente Jair Bolsonaro mandar, conduzindo a proposta a ser apresentada em “roadshow” e campanha publicitária.
Leia Também
O mercado financeiro, é bom lembrar, está otimista com a reforma da Previdência e espera que o texto a ser aprovado pelo Congresso seja amplo, gerando grande economia aos cofres públicos. É essa perspectiva que pode içar a Bolsa brasileira para além dos 100 mil pontos e derrubar o dólar para perto de R$ 3,00.
Mas a disputa entre Guedes e Onyx pode cobrar um preço alto é da agenda do governo. E em meio a essa queda-de-braço, Bolsonaro segue fora de campo. Durante o fim de semana, ele teve náusea e vômito, precisando colocar uma sonda. Ainda assim, não houve alteração na previsão de alta do presidente, que deverá ocorrer até quinta-feira.
Hoje, o Congresso se reúne sob a presidência de Alcolumbre para a sessão inaugural do ano legislativo de 2019. O ministro Onyx deve levar uma mensagem de Bolsonaro, que segue internado em São Paulo.
Semana tem Copom, IPCA e balanços aqui...
A agenda econômica desta semana traz como destaque a primeira decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) neste ano. O encontro, que começa amanhã e termina na quarta-feira, quando será anunciada a atualização da taxa básica de juros (Selic) deve marcar a despedida de Ilan Goldfajn à frente do Banco Central.
Entre os indicadores, destaque para os índices de inflação IGP-DI, na quinta-feira, e IPCA, na sexta-feira, ambos referentes a janeiro. Também merecem atenção dados antecedentes sobre a atividade, entre eles, o desempenho do setor automotivo no mês passado. Hoje, o calendário doméstico traz a pesquisa semanal Focus do Banco Central (8h25).
Na safra de balanços, destaque para o resultado trimestral do Itaú, hoje, após o fechamento do pregão local. Na quinta-feira, saem os números contábeis da Kablin, antes da abertura, e das Lojas Renner, ao final da sessão.
...discurso do Trump e feriado na China lá fora
Já no exterior, a China pára por uma semana, em meio às comemorações do Ano Novo Lunar e da chegada do ano do porco. Com isso, as atenções se voltam para o Ocidente, onde o foco estará no discurso do Estado da União, a ser proferido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, amanhã.
Entre os indicadores econômicos, a agenda reserva uma série de dados de atividade nos EUA e na zona do euro. Também são esperadas as divulgações de vários indicadores norte-americanos que foram adiadas por causa da paralisação do governo (shutdown). Já na Europa, merece atenção a decisão de juros do BC inglês (BoE), na quinta-feira.
Exterior a meio mastro
Os mercados internacionais iniciam a semana a “meio mastro”, com várias praças asiáticas fechadas, por causa das celebrações de ano-novo, o que reduz a liquidez financeira - particularmente na região - e deixa os investidores sem um catalisador para os negócios ao longo dos próximos dias.
Não houve sessão hoje em Xangai, Taiwan, Coreia do Sul, Malásia nem Vietnã. Esses mercados devem seguir fechados nos próximos dias. Ainda assim, o sinal positivo prevaleceu nas bolsas da região onde teve pregão, acompanhando os ganhos de sexta-feira em Wall Street, após os dados sobre o emprego nos EUA (payroll).
O destaque ficou com a Bolsa de Tóquio, que subiu 0,5%, em meio à fraqueza do iene. Hong Kong também encerrou no azul, com +0,2%. Na Oceania, a Bolsa de Sydney também fechou em alta de 0,5%.
Já no Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York ensaiam ganhos, com os investidores confiantes de que haverá um desfecho favorável da guerra comercial, após comentários positivos de Washington. Durante o fim de semana, Trump afirmou que as conversas com Pequim estão “indo bem”. Essa perspectiva sustenta o dólar e o rendimento dos títulos norte-americanos (Treasuries), mas também embala as commodities.
O petróleo tipo WTI segue acima de US$ 55 o barril, no maior nível desde novembro, em meio à tensão na Venezuela, onde dois homens afirmam ser o líder da nação, cada um exortando seus seguidores a seguirem firmes. As perspectivas para o país vizinho ao Brasil é monitorada pelos negócios com petróleo, dado o papel nas exportações globais.
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil
Rafael Ferri vai virar o jogo para o Pão de Açúcar (PCAR3)? Ação desaba 21% após balanço do 1T25 e CEO coloca esperanças no novo conselho
Em conferência com os analistas após os resultados, o CEO Marcelo Pimentel disse confiar no conselho eleito na véspera para ajudar a empresa a se recuperar
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Um recado para Galípolo: Analistas reduzem projeções para a Selic e a inflação no fim de 2025 na semana do Copom
Estimativa para a taxa de juros no fim de 2025 estava em 15,00% desde o início do ano; agora, às vésperas do Copom de maio, ela aparece em 14,75%
Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) entram no Ibovespa a partir de hoje; veja quem sai para dar lugar a elas
A nova composição é válida para o período de maio a agosto de 2025
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar
O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”
Fim do sufoco? Gol (GOLL4) fecha novo acordo com credores e avança para sair da recuperação judicial nos EUA
Companhia aérea avança no processo do Chapter 11 com apoio financeiro e mira retomada das operações com menos dívidas; ações avançam na bolsa brasileira
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Ibovespa deu uma surra no S&P 500 — e o mês de abril pode ter sido apenas o começo
O desempenho do Ibovespa em abril pode ser um indício de que estamos diante de uma mudança estrutural nos mercados internacionais, com implicações bastante positivas para os ativos brasileiros
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil
Balanço da Weg (WEGE3) frustra expectativa e ação despenca 10% na bolsa; o que fazer com a ação agora
Lucro líquido da companhia aumentou 16,4% na comparação anual, mas cresceu menos que o mercado esperava
Mexendo o esqueleto: B3 inclui Smart Fit (SMFT3) e Direcional (DIRR3) na última prévia do Ibovespa para o próximo quadrimestre; veja quem sai para dar lugar a elas
Se nada mudar radicalmente nos próximos dias, as duas ações estrearão no Ibovespa em 5 de maio
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)
O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são
Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus