Bolsonaro libera R$ 1,13 bi em emendas parlamentares em semana de reforma
Liberação de recursos ocorre na semana em que o governo trabalha na conquista de votos para a reforma da Previdência. Presidente diz estar confiante na aprovação na proposta
O governo de Jair Bolsonaro liberou R$ 1,13 bilhão em emendas parlamentares voltadas para a área da saúde. A decisão está formalizada em 37 portarias editadas na segunda-feira, 8, à noite em duas edições extraordinárias do Diário Oficial da União (DOU) publicadas com data da segunda-feira.
A liberação dos recursos ocorre na semana em que o governo trabalha na conquista de votos de deputados pela aprovação da reforma da Previdência na Câmara. O processo de votação da proposta deverá ser iniciado ainda nesta terça e se estender até o fim da semana.
Levantamento da ONG Contas Abertas, divulgado pelo jornal "O Globo", mostra que, nos primeiros cinco dias de julho, o governo empenhou R$ 2,5 bilhões de emendas parlamentares. A reportagem não detalha se nesse montante está incluído o valor da liberação da saúde.
Além dos valores, as portarias indicam municípios de vários Estados que estão habilitados a receber os recursos das emendas, que, segundo o ato, serão aplicados para "incremento temporário do Limite Financeiro da Assistência de Média e Alta Complexidade (MAC)".
Em comunicado, o Ministério da Saúde disse que a liberação de emendas na semana foi ação "prevista".
Confiando no general
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 9, que está confiante de que a proposta que altera as regras de aposentadoria do país será aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados ainda antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. O presidente confiou a aprovação à atuação do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que Bolsonaro chamou de "general".
"Segundo informações de vocês mesmos, o Rodrigo Maia é o nosso general dentro da Câmara agora para aprovar com toda certeza antes do recesso os dois turnos dessa nova Previdência", disse o presidente a jornalistas após sair do Ministério do Meio Ambiente. O encontro não constava na agenda de Bolsonaro nem na do ministro Ricardo Salles.
"Eu sou apaixonado pelo trabalho de Ricardo Salles. É um ministério extremamente importante para o futuro do Brasil. O ministro está recebendo agora a bancada do Amazonas, também tinha interesse em encontrar o pessoal, trocar ideias", disse Bolsonaro, ao ser questionado por jornalistas sobre o encontro surpresa.
Ao lado de Bolsonaro, o ministro voltou a dizer que o governo trabalha na defesa do desenvolvimento do Brasil, "cuidando do meio ambiente, mas respeitando e reconhecendo as necessidades das pessoas". Questionado sobre a continuidade do Fundo Amazônia, Salles afirmou que o governo trabalha para ter "a melhor solução possível para os brasileiros, para o Brasil, para o cuidado com o meio ambiente, para o desenvolvimento".
"Nossa soberania acima de tudo. O Brasil agora tem um presidente e um governo diferente de muitos que nos antecederam e não vamos ceder a pressões externas de ninguém, quem dirá daqueles que não têm nada de exemplo a dar para nós", respondeu Bolsonaro.
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