🔴 E-BOOK GRATUITO: CONFIRA OS PRINCIPAIS MOMENTOS DOS 100 PRIMEIROS DIAS DO GOVERNO TRUMP – BAIXE AGORA

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

POWELL NO 911

Chama o bombeiro! Fed tenta apagar incêndio da inflação com terceira alta de juro de 0,75 pp — veja detalhes

A taxa básica está na faixa entre 3,00% a 3,25% ao ano, depois do quinto aperto monetário de 2022. Essa também é a sexta vez em quase 40 anos que o BC dos EUA sobe o juro nesse calibre.

Carolina Gama
21 de setembro de 2022
15:07 - atualizado às 22:02
Desenho de um bombeiro apagando as chamas de um incêndio dentro de uma casa
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, contra o incêndio da inflação - Imagem: Freepick-Print/Banco Central da Suíça - montagem: Brenda Silva

Se existisse uma linha direta para a política monetária do Federal Reserve (Fed), certamente ela atenderia no 911 — o número dos bombeiros dos EUA. Em mais uma tentativa de apagar o incêndio da inflação, o banco central norte-americano elevou pela terceira vez seguida o juro em 0,75 ponto percentual (pp). 

Agora, a taxa básica por lá está na faixa entre 3,00% a 3,25% ao ano — o maior nível desde 2008, ano da crise financeira global, e o sexto desse calibre em quase 40 anos.

O quinto aperto monetário do ano teve endereço certo: conter as chamas do índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês), que subiu 8,3% em agosto em relação a um ano atrás. 

Embora esse número ainda esteja abaixo dos 8,5% em julho e dos 9,1% em junho, excluindo os preços voláteis de alimentos e energia, a taxa permaneceu elevada. O chamado núcleo do CPI subiu 0,6% em agosto, o dobro dos 0,3% de junho e também o dobro do que os economistas previam.

Por conta disso, alguns investidores apostavam em um aumento ainda maior do juro na reunião de hoje, de 1 pp. Dados compilados pelo CME Group mostravam que a probabilidade de uma alta de 0,75 pp agora era de 80%, contra 20% de chance de uma elevação de 1 ponto. 

Embora a maioria já esperasse um aperto desse calibre, a reação inicial do mercado foi negativa. O Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq reverteram a alta, passando a operar em queda.

Leia Também

911: a chamada do Fed

No comunicado do Fed que trouxe a decisão, que foi unânime, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) reafirmou o forte compromisso em devolver a inflação para a meta de 2%.

Segundo o Fomc, a inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões mais amplas sobre os preços.

O documento atribuiu à guerra entre Rússia e Ucrânia uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e de queda sobre a atividade econômica global.

O incêndio vai se alastrar? 

Os membros do comitê de política monetária do Fed indicaram um caminho muito mais forte de aumento da taxa de juros à frente para tentar segurar a inflação.

De acordo com o dot plot — o gráfico de pontos que traz as expectativas individuais dos membros do comitê —, a taxa de juros terminará o ano acima dos 4%, em 4,4%, uma revisão para cima de 1 ponto percentual em relação à estimativa de junho.

O comitê então vê a taxa subindo para 4,6% em 2023, 0,8 ponto percentual mais alto do que o projetado em junho. Confira abaixo o gráfico de pontos do Fed de setembro:

A partir de 2024, a tendência é de que o juro nos EUA diminua. Segundo o gráfico de pontos, em 2024 a taxa básica deve encerrar o ano em 3,9% e depois em 2,9% em 2025. No longo prazo, deve haver uma normalização ainda maior, com o juro em 2,5%.

Os sinais de fumaça do Fed

Além do grau do aperto em si, a reunião de política monetária de hoje estava sendo aguardada por conta das projeções econômicas do Fed para este ano e os próximos — e, ao que tudo indica, a chama seguirá ardendo. 

Para se ter uma ideia, o banco central norte-americano passou a prever um crescimento de 0,2% este ano ante 1,7% estimados em junho. 

Além disso, a inflação deve alcançar 5,4% ao final de 2022 ante 5,2% projetados anteriormente, e a taxa de desemprego deve ir a 3,8%, ante 3,7% previstos em junho.

Confira abaixo a mediana de outras previsões feitas pelo Federal Reserve:

PIB dos EUA

  • 2023: 1,2%, de 1,7% previstos em junho
  • 2024: 1,7%, de 1,9% previstos em junho
  • 2025: 1,8%
  • Longo prazo: 1,8%

Inflação medida pelo PCE

  • 2023: 2,8%, de 2,6% previstos em junho
  • 2024: 2,3%, de 2,2% previstos em junho
  • 2025: 2,0%
  • Longo prazo: 2,0%

Taxa de desemprego

  • 2023: 4,4%, de 3,9% previstos em junho
  • 2024: 4,4%, de 4,1% previstos em junho
  • 2025: 4,0%
  • Longo prazo: 4,3%

Powell apaga incêndio em Nova York

Se as bolsas em Nova York reagiram mal ao comunicado com a decisão de elevar o juro em 0,75 ponto percentual, foi só o presidente do Fed, Jerome Powell, começar a falar na coletiva de imprensa, que as coisas em Wall Street se acalmaram — embora por pouco tempo.

Na prática, ele não disse nada muito diferente do que já vinha falando nos últimos meses — talvez o fato de ter seguido o script e não ter contratado uma alta de 1 ponto percentual para o próximo encontro tenha trazido alívio momentâneo ao mercado.

Na coletiva de hoje, Powell reafirmou que o Fed continuará com uma política monetária mais agressiva para trazer a inflação para a meta de 2% ao ano, ainda que isso custe a desaceleração da economia dos EUA.

"Não é possível ter uma economia que beneficie a todos sem a estabilidade de preços ou ter um crescimento sustentando sem a estabilidade de preços. Por isso, não vamos medir esforços para trazer a inflação para a meta e temos as ferramentas necessárias para isso", disse.

Questionado sobre a possibilidade de recessão nos EUA, Powell se limitou a afirmar que uma política monetária restritiva como a que o Fed está conduzindo tem efeitos sobre o desempenho na economia, mas que é difícil prever se haverá recessão e, se houver, qual será a magnitude dessa recessão.

O chefe do banco central norte-americano também não quis se comprometer com outro aumento de juro de 0,75 pp ou de 1 pp, dizendo que as decisões serão tomadas encontro por encontro e de acordo com os indicadores econômicos.

"Não falamos sobre uma alta de 1 ponto percentual na reunião de hoje", disse Powell, reforçando o compromisso do Fed com a inflação em 2%.

O que dizem os especialistas

Para Rafael Marques, economista e CEO da Philos Invest, o comunicado do Fed que trouxe o aumento de 0,75 pp não trouxe grandes novidades, mas teve um tom mais duro.

"A decisão veio dentro do esperado, e o comunicado trouxe poucas alterações, mas sinalizando um pouco mais de pressão, com a declaração de 'taxa de juro mais alta por mais tempo' mais evidenciada", afirmou Marques.

Já João Beck, economista e sócio da BRA, não descarta um aumento mais agudo da taxa de juro nos EUA por conta da inflação.

"De uma forma ou de outra, o mercado projeta uma taxa terminal de 4,5% em março de 2023. Por isso, o Fed ainda tem a opção de manter a porta aberta para um grau de aperto monetário ainda maior", disse.

Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad, acredita que o Fed vai continuar subindo o juro até que a taxa atinja um pico entre 4% e 5%.

"De forma geral, nossa expectativa é de que o cenário de juro mais elevado nos EUA deverá ser mantido até pelo menos o final do ano que vem, considerando as informações atuais e a incerteza sobre a gravidade de uma recessão nos EUA", afirmou.

Já Nicole Kretzmann, economista-chefe da Upon Global Capital, disse que Powell foi coerente com seus últimos discursos, mantendo o tom hawkish — isto é, favorável ao aperto monetário.

"Powell manteve o tom hawkish e evitou dar margem para qualquer interpretação mais branda como já ocorreu em outras ocasiões", disse. "Acreditamos que o Fed terá de ser mais agressivo para fazer a inflação convergir para a meta", acrescentou.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ONDE FOI PARAR O DINHEIRO?

Dinheiro esquecido: R$ 9,13 bilhões ainda estão dando sopa e esperando para serem resgatados

13 de maio de 2025 - 19:50

Dados do BC revelam que 42,1 milhões de pessoas físicas ainda não reivindicaram os valores deixados nos bancos

POLÊMICA A JATO

Trump e o Boeing: por dentro da controvérsia (e da possível aeronave) que família real do Catar ofereceu aos EUA

13 de maio de 2025 - 18:25

Segurança, legalidade e carpetes felpudos: o que está por trás da luxuosa e polêmica aeronave que a família real do Catar ofereceu a Donald Trump

MERCADOS HOJE

Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60

13 de maio de 2025 - 18:15

A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado

NEGOCIAÇÕES

FGC avalia empréstimo de ‘curtíssimo prazo’ ao Banco Master enquanto negócio com BRB não sai, segundo jornal

13 de maio de 2025 - 17:42

Segundo pessoas próximas ao Fundo Garantidor de Créditos, esses recursos seriam suficientes para ajudar no pagamento de dívidas de dois a três meses

INTERNACIONAL

Unidos contra Trump? Lula e Xi aproveitam encontro na China para mandar mensagem aos EUA

13 de maio de 2025 - 13:45

Sem mencionar o nome do republicano, o presidente chinês, Xi Jinping, também comentou sobre a política tarifária dos EUA

NOVO RECORDE

Ibovespa renova máxima histórica e busca os 139 mil pontos nesta terça-feira (13); entenda o que impulsiona o índice

13 de maio de 2025 - 13:07

“Última” máxima intradiária do Ibovespa aconteceu em 8 de maio, quando o índice registrou 137.634,57 pontos

EXPECTATIVAS DESANCORADAS

Ata do Copom: Juros podem até parar de subir, mas Galípolo e diretores do BC jogam água fria sobre momento da queda da Selic

13 de maio de 2025 - 11:42

Copom volta a sinalizar que o fim do atual ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas uma alta residual da taxa de juros ainda segue na mesa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA

13 de maio de 2025 - 8:22

Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido

Insights Assimétricos

Depois do incêndio, EUA e China aparecem com baldes d’água: o que está em jogo no cessar-fogo da guerra comercial

13 de maio de 2025 - 6:08

A reação brasileira ao armistício tarifário tem sido, no mínimo, peculiar. Se por um lado a trégua parcial afasta o fantasma da recessão global e reacende o apetite por commodities, por outro, uma série de forças contrárias começa a moldar o desempenho do mercado local

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O elogio do vira-lata (ou sobre small caps brasileiras)

12 de maio de 2025 - 20:00

Hoje, anestesiados por um longo ciclo ruim dos mercados brasileiros, cujo início poderia ser marcado em 2010, e por mais uma década perdida, parecemos nos esquecer das virtudes brasileiras

É BOM OU RUIM?

Trégua entre EUA e China evita catástrofe, mas força Brasil a enfrentar os próprios demônios — entenda os impactos do acordo por aqui

12 de maio de 2025 - 17:53

De acordo com especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, o Brasil poderia até sair ganhando com a pausa na guerra tarifária, mas precisaríamos arrumar a casa para a bolsa andar

SAIA JUSTA

Apple avalia aumentar preço da nova linha de iPhones enquanto evita apontar o verdadeiro “culpado”

12 de maio de 2025 - 17:23

Segundo o jornal The Wall Street Journal, a Apple quer justificar possível alta com novos recursos e mudanças no design dos smartphones a serem lançados no outono dos EUA

MEME RALI

Criptomoedas (inclusive memecoins) disparam com avanço de acordos comerciais; Moo Deng salta 527% em uma semana

12 de maio de 2025 - 15:48

Mercado de memecoins ganha fôlego após alívio nas tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e outras potências globais

CRÉDITO PRIVADO

Retorno recorde nos títulos IPCA+ de um lado, spreads baixos e RJs do outro: o que é de fato risco e oportunidade na renda fixa privada hoje?

12 de maio de 2025 - 15:17

Em carta a investidores, gestora de renda fixa Sparta elenca os pontos positivos e negativos do mercado de crédito privado hoje

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) toca os US$ 105 mil; XRP lidera ganhos após trégua na guerra comercial entre China e EUA

12 de maio de 2025 - 14:30

Mercado de criptomoedas ganha força após EUA e China reduzirem tarifas comerciais e abrirem caminho para novas negociações; investidores voltam a mirar recordes

RENDIMENTO NA LUPA

É o ano dos FIIs de papel? Fundos imobiliários do segmento renderam 4,4% em 2025, mas FIIs de tijolo cresceram no último mês

12 de maio de 2025 - 14:10

Na relação de preço pelo valor patrimonial dos fundos imobiliários, os dois setores seguem negociados com desconto neste ano

VENENO OU REMÉDIO

Ações das farmacêuticas passeiam na montanha-russa de Trump após ordem para cortar preços de remédios em 59%

12 de maio de 2025 - 14:02

De acordo com especialistas, uma nova pressão sobre os preços dos medicamentos pode ter um impacto significativo nas receitas do setor

MERCADOS HOJE

Cenário dos sonhos para a bolsa: Dow Jones dispara mais de 1 mil pontos na esteira de acordo entre EUA e China

12 de maio de 2025 - 12:32

Por aqui, o Ibovespa teve uma reação morna, mas exportações brasileiras — especialmente de commodities — podem ser beneficiadas com o entendimento; saiba como

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China

12 de maio de 2025 - 8:07

Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Fim da temporada de balanços do 1T25 e divulgação de PIBs globais movimentam a semana

12 de maio de 2025 - 6:48

Além dos últimos resultados da temporada, que incluem os balanços de BTG Pactual, Petrobras, Banco do Brasil e Nubank, a agenda traz a ata do Copom e dados do PIB na Europa e no Japão

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar