🔴 MARATONA ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE: ASSISTA TODOS OS PAINÉIS DO EVENTO – CLIQUE PARA LIBERAR

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

ONDE INVESTIR

Itaú BBA recomenda títulos de renda fixa de prazos mais longos para março; veja indicações com retorno de até 8,4% acima da inflação

Banco vê mercado pessimista demais com os juros, e acredita que inflação e Selic ficarão abaixo do que os investidores estão projetando, o que favorece a renda fixa de longo prazo

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
11 de março de 2025
14:30 - atualizado às 13:16
Trem com o logo da Rumo RAIL3 | Dividendos
Debênture da Rumo aparece entre as indicações do Itaú BBA para o público geral. - Imagem: Divulgação

Após um mês de janeiro de alívio nas taxas de juros e na bolsa, em fevereiro o mercado voltou ao pessimismo, e vimos a curva de juros voltar a abrir no Brasil. Mas, para o Itaú BBA, os investidores podem estar negativos demais, o que pode abrir boas oportunidades nos títulos de renda fixa de prazos mais longos, que, consequentemente, têm mais risco.

Segundo a equipe de analistas liderada por Lucas Queiroz, a curva de juros no Brasil está projetando uma trajetória bastante clara: que a Selic deve alcançar cerca de 15% ao ano até meados deste ano e permanecer em níveis elevados nos próximos anos, entre 14,5% e 15%.

"Embora essa estimativa tenha recuado ligeiramente desde o início do ano, quando se cogitava uma Selic próxima a 16%, ela ainda reflete uma perspectiva de juros significativamente altos para um horizonte prolongado", dizem os analistas, em relatório.

Essa expectativa para os juros embute uma projeção de inflação entre 6,5% e 7,0% nos próximos anos, "o que justifica o prêmio de risco elevado embutido na curva de juros".

Ocorre que a visão do Itaú BBA é menos pessimista que a do mercado. Com o recuo recente nos preços das commodities, a valorização do real frente ao dólar neste começo de ano, além da expectativa de desaceleração econômica no país — um reflexo da política monetária mais restritiva — a inflação futura pode não ser assim tão alta.

Além disso, as taxas prefixadas dos títulos indexados à inflação (IPCA+) indicam hoje que o mercado trabalha com uma Selic real próxima de oito pontos percentuais acima da inflação para o médio e longo prazo, lembram os analistas.

Leia Também

Na tarde desta terça-feira (11), por exemplo, os títulos públicos Tesouro IPCA+ vendidos no Tesouro Direto estão pagando de 7,20% a 7,63% ao ano acima da inflação até seus respectivos vencimentos.

"Embora esse nível de juros reais tenha sido possível em anos anteriores devido a estímulos fiscais e fatores pontuais, os atuais patamares elevados estão levando grandes grupos empresariais a reconsiderarem investimentos, refletindo o potencial impacto negativo sobre a atividade econômica. Isso reforça a visão de que este patamar de juros reais tão altos não deve ser de fato o ponto de equilíbrio", avalia o Itaú BBA.

Assim, as projeções do banco para juros e inflação são um pouco mais otimistas que o que vem sendo precificado pelo mercado. O Itaú BBA vê uma inflação ligeiramente abaixo de 6,0% neste ano, com queda a partir de 2026.

Isso abre espaço para taxas de juros "mais brandas" que as embutidas nas taxas dos títulos de médio e longo prazos atualmente. Em outras palavras, a Selic não precisaria subir tanto, o que abre espaço para juros futuros e taxas prefixadas menores, valorizando os títulos prés e indexados à inflação.

A sensibilidade de preço a essa dinâmica de mercado é maior nos títulos de prazos mais longos, os quais costumam ser mais voláteis. Seus preços de mercado têm sofrido bastante desde o ano passado, o que tem levado muitos analistas a preferirem os títulos de prazos mais curtos, menos voláteis.

Agora, porém, o Itaú BBA vê espaço para compras de papéis mais longos: títulos prefixados com prazo de três anos e títulos IPCA+ com prazos a partir de cinco anos.

"Títulos pós-fixados seguirão com rentabilidade elevada e são os melhores instrumentos para investidores com horizonte de investimento inferior a dois anos", concluem os analistas.

Veja a seguir as recomendações do Itaú BBA na renda fixa em março:

O que comprar em março no Tesouro Direto

Para março, o Itaú BBA recomenda o Tesouro Selic 2028, o Tesouro Prefixado 2028 e o Tesouro IPCA+ 2040.

O Tesouro Prefixado 2028 é voltado para investidores com horizonte de aplicação superior a dois anos. Nesta tarde, o papel está pagando 14,45% ao ano para quem o adquirir hoje e o levar ao vencimento.

Já o Tesouro IPCA+ 2040 oferece uma remuneração de 7,39% ao ano + IPCA para quem o adquirir hoje e levá-lo ao vencimento. Lembrando que este papel não paga juros semestrais.

Note que os títulos públicos são negociados via Tesouro Direto e não são isentos de imposto de renda.

O que comprar em março na renda fixa privada

Já no crédito privado — títulos de renda fixa emitidos por empresas e com maior risco, já que não contam com garantia do governo nem com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) — o Itaú BBA recomendou três papéis para o público geral e mais quatro para os investidores qualificados, isto é, aqueles que têm pelo menos R$ 1 milhão em investimentos financeiros.

Todas as indicações são de títulos isentos de IR para a pessoa física.

Público geral

InvestimentoVencimentoRentabilidade anualRating médio
CRA Atacadão (Carrefour Brasil) (CRA022008SZ)16/08/2027IPCA + 7,5%AAA
Debênture Rumo (RUMOA6)15/06/2031IPCA + 7,2%AAA
Debênture Águas do Rio (SABP12)15/01/2042IPCA + 8,4%AA+
Fonte: Itaú BBA.

Avaliação do Itaú BBA:

  • Atacadão (Carrefour Brasil): mesmo com alavancagem acima dos patamares desejáveis, possui sólida capacidade de geração de caixa, que combinada às iniciativas de eficiência e otimização do portfólio, deve contribuir para a sua gradual desalavancagem.
  • Rumo: possui sólido perfil de crédito, suportado por uma operação robusta, alavancagem em níveis controlados e conservadora posição de caixa, capaz de cobrir quase integralmente a dívida dos próximos cinco anos.
  • Águas do Rio: apesar do extenso plano de investimentos, que deve pressionar a alavancagem da companhia, tem apresentado uma forte melhora em seus resultados operacionais, o que, combinado com a grande resiliência do setor de saneamento e sua dívida alongada, fortalece o perfil de crédito da concessionária de saneamento de 27 municípios do estado do Rio.

Investidor qualificado

InvestimentoVencimentoRentabilidade anualRating médio
CRA BRF (CRA020002GZ)15/07/2027IPCA + 7,8%AAA
Debênture Intervias (IVIAA0)15/05/2038IPCA + 8,0%AAA
Debênture Águas do Rio (RIS412)15/01/2034IPCA + 8,2%AA+
Debênture Isa Energia Brasil (TRPLB7)15/10/2039IPCA + 7,1%AAA
Fonte: Itaú BBA.

Avaliação do Itaú BBA:

  • BRF: apresenta um sólido perfil de crédito, suportado pelos baixo endividamento, robusta posição de caixa e melhora na eficiência operacional.
  • Intervias: perfil de crédito sólido, suportado por uma operação com elevadas margens, robusta geração de caixa, e alongado perfil da dívida.
  • Águas do Rio: apesar do extenso plano de investimentos, que deve pressionar a alavancagem da companhia, tem apresentado uma forte melhora em seus resultados operacionais, o que, combinado com a grande resiliência do setor de saneamento e sua dívida alongada, fortalece o perfil de crédito da concessionária de saneamento de 27 municípios do estado do Rio.
  • Isa Energia Brasil: mantém um perfil de crédito sólido, com receitas previsíveis, eficiência operacional robusta e flexibilidade financeira, o que deverá ajudar na redução do endividamento no longo prazo, apesar da pressão atual sobre a sua geração de caixa devido ao ciclo de investimentos que será realizado para renovar seu portfólio.

ONDE INVESTIR EM MARÇO: Ações, criptomoedas, pagadoras de dividendos, FIIs e BDRs para este mês

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NOVA ERA NOS INVESTIMENTOS

Acabou a isenção: como as mudanças propostas no imposto de renda dos investimentos podem mexer com os mercados

12 de junho de 2025 - 19:33

Investidores podem esperar mudanças nas taxas, nos prazos e nos retornos se propostas da MP 1.303/25, que estabelece imposto de 5% para isentos e alíquota única de 17,5% para demais investimentos, forem aprovadas

O FIM DE UMA ERA

LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas devem perder isenção de IR e passar a ser tributadas; veja regras completas

12 de junho de 2025 - 11:14

Governo publicou texto da Medida Provisória com novas regras de tributação para investimentos que inclui tributação de 5% para títulos de renda fixa antes isentos

AJUSTANDO O PORTFÓLIO

Estratégia dos gestores: títulos AAA e agro ficam em segundo plano; pitada de risco é bem-vinda para melhorar retornos

10 de junho de 2025 - 16:22

Enquanto investidores colocam cada vez mais fichas no crédito privado, gestores enfrentam cenário mais difícil para retornos acima da curva

TOUROS E URSOS #226

O que esperar da renda fixa com o fim das altas na Selic e a possível tributação de isentos, como LCI e LCA?

10 de junho de 2025 - 12:47

No Touros e Ursos desta semana, Ulisses Nehmi, CEO da gestora de renda fixa Sparta, fala sobre estratégias e riscos diante de um juro tão alto e ameaças de tributação

CARTEIRA RECOMENDADA

Renda fixa em junho: Tesouro IPCA+ e debênture da Sabesp são destaques; indicações incluem títulos isentos como CRIs, LCAs e a nova LCD

10 de junho de 2025 - 7:00

Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam comprar na renda fixa em junho

TAXAÇÃO GERAL

Não são só as LCIs e LCAs! CRI, CRA e debêntures incentivadas também devem perder isenção; demais investimentos terão alíquota única

9 de junho de 2025 - 11:59

Pacote de medidas para substituir o aumento do IOF propõe tributação de 5% em todos os títulos de renda fixa hoje isentos, além de alíquota única de 17,5% nas demais aplicações

COMPENSAÇÃO DO IOF

Ainda vale a pena investir em LCI e LCA com o imposto de 5% proposto por Haddad? Fizemos as contas

9 de junho de 2025 - 10:36

Taxação mexe com um dos investimentos preferidos do investidor pessoa física; LCI e LCA hoje são isentas de imposto de renda

RENDA FIXA

Neon lança CDB que rende até 150% do CDI, de olho em novos clientes; veja como investir

4 de junho de 2025 - 15:49

Os Certificados de Depósito Bancário tem aporte mínimo de R$ 100; promoção será válida por dois meses

MAIS UMA

Petrobras (PETR4) está considerando emitir R$ 3 bilhões em debêntures incentivadas, isentas de imposto de renda

26 de maio de 2025 - 19:41

Oferta da estatal seguiria outra oferta bilionária de dívida anunciada na semana passada, a da Vale

EMISSÃO BILIONÁRIA

Vale (VALE3) anuncia emissão de R$ 6 bilhões em debêntures isentas de imposto de renda com retorno inferior ao dos títulos públicos

22 de maio de 2025 - 20:31

Com isenção, porém, papel deve se manter atrativo em relação aos títulos Tesouro IPCA+; oferta será restrita a investidores profissionais

COLHER DE CHÁ

CMN reduz prazo de carência de LCIs e LCAs de nove para seis meses, mas fecha um pouco mais o cerco a CRIs, CRAs e CDCAs

22 de maio de 2025 - 19:22

Órgão afrouxa restrição imposta em fevereiro de 2024 a LCIs e LCAs, mas aperta um pouco mais as regras para outros títulos isentos de imposto de renda

SIMULAÇÃO

Vencimento de Tesouro IPCA+ paga R$ 153 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?

15 de maio de 2025 - 7:30

O Seu Dinheiro simulou o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro IPCA+ e em outros papéis de renda fixa; confira

CRÉDITO PRIVADO

Retorno recorde nos títulos IPCA+ de um lado, spreads baixos e RJs do outro: o que é de fato risco e oportunidade na renda fixa privada hoje?

12 de maio de 2025 - 15:17

Em carta a investidores, gestora de renda fixa Sparta elenca os pontos positivos e negativos do mercado de crédito privado hoje

NOVO AUMENTO

Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%

7 de maio de 2025 - 19:15

Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta

O QUE COMPRAR

Onde investir na renda fixa em maio: Tesouro IPCA+ e CRA da BRF são destaques; indicações incluem LCA e debêntures incentivadas

6 de maio de 2025 - 18:30

Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos recomendam comprar na renda fixa em maio, especialmente entre os ativos isentos de IR

OBRIGADO, TRUMP!

Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal

6 de maio de 2025 - 12:58

Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil

NOVOS FORMATOS

Criptoativos de renda fixa: tokens de crédito privado oferecem retorno de até CDI+4% ao ano; é seguro investir?

4 de maio de 2025 - 9:02

Empresas aproveitam o apetite do investidor por renda fixa e aumentam a oferta de criptoativos de dívida, registrados na blockchain; entenda os benefícios e os riscos desses novos investimentos

DINHEIRO NO BOLSO

Tesouro Direto pagará R$ 153 bilhões aos investidores em maio; veja data de pagamento e qual título dá direito aos ganhos

1 de maio de 2025 - 16:37

O valor corresponde ao vencimento de 33,5 milhões de NTN-Bs, que remuneram com uma taxa prefixada acrescida da variação da inflação

VALE O RISCO?

CDBs do Banco Master que pagam até 140% do CDI valem o investimento no curto prazo? Títulos seguem “baratos” no mercado secundário 

15 de abril de 2025 - 19:26

Investidores seguem tentando desovar seus papéis nas plataformas de corretoras como XP e BTG, mas analistas não veem com bons olhos o risco que os títulos representam

O PAÍS DA RENDA FIXA

As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR

15 de abril de 2025 - 14:32

Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar