As declarações bombásticas de Trump na posse: o novo presidente dos EUA vai fazer o que promete?
Em uma espécie de show coreografado, o republicano repetiu os mesmos passos de 2017, com afirmações contundentes. Especialistas contam para você o que realmente importa.

“A era de ouro dos EUA começa agora, e não permitiremos mais que sejamos explorados”. Foi com essa afirmação que Donald Trump tomou posse como 47° presidente norte-americano — a primeira de uma série de declarações bombásticas e que só pegou de surpresa quem não tem familiaridade com o republicano.
Em uma espécie de show coreografado, Trump repetiu os mesmos passos de 2017, com declarações contundentes, mas que não foram executadas ao pé da letra como o prometido.
“Faz parte do show, mas não houve surpresas no discurso. Trump repetiu exatamente o que já vinha falando durante a campanha e depois que venceu as eleições do ano passado. Queremos ver os decretos que ele disse que vai assinar”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
O que Trump disse na posse
"Eles tentaram me matar e me eliminar, mas minha vida foi salva para tornar os EUA grandes novamente", disparou Trump em outra das declarações bombásticas no discurso após o juramento.
O novo presidente dos EUA também afirmou que, a partir do momento de sua posse, só existiriam dois gêneros no país: “homens e mulheres”.
Trump também prometeu retaliação política, embora não esteja claro até onde ou se ele cumprirá de fato essa promessa. "A balança da justiça será reequilibrada", disse Trump, acrescentando que o "armamento" acabará.
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Trump foi acusado em quatro casos criminais diferentes, dois federais e dois nos estados — Nova York e Geórgia. Apenas um foi a julgamento antes da eleição. Trump foi condenado em Nova York por fraude empresarial, decorrente de pagamentos de dinheiro para esconder um suposto caso com uma atriz de filmes adultos.
Spiess lembra que o discurso de Trump foi usado para “falar diretamente com a base que o elegeu”. “Foi assim em 2015 e está sendo assim de novo”, afirmou o analista da Empiricus.
“Os EUA serão respeitados novamente e admirados novamente, inclusive por pessoas de religião, fé e boa vontade. Seremos prósperos”, disse Trump.
Ele também não esqueceu dos presentes. Elon Musk estava entre os bilionários presentes na posse e foi indiretamente mencionado.
"[Os EUA] perseguirão o destino manifesto nas estrelas, lançando astronautas americanos para plantar as estrelas e listras no planeta Marte”, afirmou Trump.
Musk, que é CEO da SpaceX e megadorador de Trump, levantou os braços no ar e então deu ao novo presidente dos EUA um duplo polegar para cima, sorrindo em resposta.
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Trump lança as bases para as mudanças prometidas
Mas nem só de declarações bombásticas foi feito o discurso de Trump. O republicano aproveitou a ocasião para lançar as bases para as mudanças que prometeu fazer para reformular as políticas de imigração, comércio, impostos e energia nos EUA.
Durante a campanha, o novo presidente norte-americano disse que pressionaria por tarifas sobre produtos estrangeiros, expandiria a perfuração de petróleo e deportaria milhares de imigrantes sem status legal no país.
De olho nisso, Trump afirmou que assinaria uma série de decretos com foco na imigração e na economia. Ele disse ainda que declararia uma emergência nacional na fronteira sul, interrompendo a imigração e deportando "imigrantes criminosos".
"Faremos isso em um nível que ninguém nunca viu antes", prometeu Trump.
Trump também afirmou que declararia uma emergência energética nacional, rescindiria o Green New Deal (Novo acordo verde, um conjunto de propostas econômicas voltadas para conter a crise ambiental) e o mandato de veículos elétricos, além disso, criaria um External Revenue Service (Serviço de Receita Externa) para nivelar tarifas dos produtos de outros países.
Trump argumentou que essas medidas ajudariam a construir a prosperidade norte-americana, embora tenha dito após a eleição que seria difícil reduzir os preços. Vale lembrar que durante a campanha, a inflação foi consistentemente mostrada como a principal preocupação de muitos eleitores.
“Teremos orgulho. Seremos fortes e venceremos como nunca antes. Não seremos conquistados. Não seremos intimidados. Não seremos quebrados. E não falharemos. Deste dia em diante, os EUA serão uma nação livre, soberana e independente”, disse.
Ele também voltou a mencionar a mudança de nome do Golfo do México para Golfo dos EUA e que poderia aumentar o território norte-americano com novas anexações.
“Fomos muito maltratados por esse presente tolo que nunca deveria ter sido feito, e a promessa do Panamá para nós foi quebrada”, disse Trump, referindo-se ao Canal do Panamá.
Chineses e empresas de outros países operam portos próximos ao canal, mas a Autoridade do Canal do Panamá, uma agência do Panamá, administra o canal.
Trump já afirmou em outras ocasiões que o Canal do Panamá está cobrando “preços e taxas de passagem exorbitantes” a navios mercantes e navais dos EUA.
“O propósito do nosso acordo e o espírito do nosso tratado foram totalmente violados. Os navios norte-americanos estão sendo severamente sobrecarregados e não tratados de forma justa de nenhuma forma, e isso inclui a Marinha dos EUA e, acima de tudo, a China está operando o Canal do Panamá. E não o demos à China. Demos ao Panamá e estamos tomando de volta”, disse Trump.
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E o bitcoin?
Durante a campanha, Trump se mostrou um entusiasta das criptomoedas. As sinalizações do republicano em favor desse mercado ajudaram o bitcoin (BTC) a bater recordes, superando os US$ 100 mil.
Na madrugada de hoje, o BTC chegou a renovar nova máxima de US$ 109 mil, mas voltou a cair no que pareceu um evento de “compre o boato e venda no fato”.
Enquanto Trump discursava na posse de hoje, o bitcoin chegou a cair um pouco mais diante da ausência de qualquer sinalização sobre as criptomoedas entre os temas mencionados pelo novo presidente norte-americano.
Valter Rebelo, analista de criptoativos da Empiricus Research, disse que a ausência do tema no discurso de posse de Trump não supreende.
“Me surpreenderia se ele tivesse falado alguma coisa. O discurso é o momento de falar para o público geral e de crises mais gerais. Criptomoedas são mais nichadas”, disse Rebelo, acrescentando que “o importante serão os decretos que começarão a ser assinados hoje”.
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