Vem dividendo extraordinário na Vale (VALE3)? Mineradora corta projeção de investimentos em 2025 e acende expectativas de proventos adicionais
A mineradora reduziu a estimativa de investimento total para crescimento e manutenção para uma faixa entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2025
Menos investimentos no horizonte em 2025 e mais espaço para potenciais dividendos extraordinários da Vale (VALE3). Essa é a perspectiva do mercado após a gigante da mineração anunciar nesta quarta-feira (10) uma atualização das projeções de capex para este ano.
A mineradora cortou a estimativa de investimento (capex) total para crescimento e manutenção para uma faixa entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2025. Antes, a expectativa era de desembolsos da ordem de US$ 5,9 bilhões.
Segundo a companhia, as mudanças são reflexo de iniciativas de otimização do portfólio de projetos do ano.
- LEIA MAIS: Ação pagadora de dividendos é considerada “o coração da carteira” e está entre as 5 principais recomendações para buscar renda extra neste mês
O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, disse nesta manhã que a atualização dos investimentos não significa uma mudança de direção da mineradora e sim uma busca por eficiência.
“Não significa deixar de fazer nada que seja relevante e que esteja dentro dos nossos objetivos estratégicos. A redução se deve a essa busca de eficiência na alocação de capital em projetos, fazer projetos mais eficientes, com intensidade de capital mais baixa”, afirmou, durante participação em evento.
O que dizem os analistas
O Citi já previa um capex de US$ 5,7 bilhões para a Vale (VALE3) em 2025. Porém, após a revisão das estimativas pela mineradora, o banco vê um risco de queda dos investimentos para o limite inferior da faixa, em US$ 5,4 bilhões.
Leia Também
Brasil depende demais do agro, diz CEO da JBS (JBSS32) — que alerta para os riscos implícitos
Além disso, como os investimentos em manutenção também foram revisados para baixo, o que é diretamente relevante para o cálculo do dividendo mínimo, os analistas veem as mudanças como positivas para os investidores da mineradora, embora parcialmente esperadas.
Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, diz que a redução do investimento tem sentido. "Considerando os preços atuais do minério de ferro e as perspectivas mais fracas, a revisão e redução dos investimentos em projetos menos eficientes podem ser positivas para a Vale neste momento", afirma.
Já João Daronco, analista da Suno Research, avalia que o ponto mais relevante dessa redução de investimentos da Vale é a sua origem: o ajuste de cerca de US$ 300 milhões no capex proveio do segmento de metais para transição energética. Enquanto isso, os investimentos no core business, a divisão de soluções de minério de ferro, permaneceram inalterados.
"Vemos esse movimento como positivo, pois demonstra uma alocação de capital mais eficiente e foco na otimização de projetos, preservando os aportes no principal negócio da empresa, que se beneficia do atual momento favorável dos preços do minério", avaliou Daronco.
Enquanto isso, Bruno Benassi, analista de ativos da Monte Bravo, afirmou que, embora não seja uma mudança transformadora, a redução de capex total é positiva e é provável que haja algum anúncio de dividendos pela frente ou um novo programa de recompra de ações ao longo do segundo semestre.
"Dada essa redução de consumo de caixa, pode ser que venha alguma novidade. Obviamente, subiu a probabilidade de isso acontecer. O minério de ferro tem trabalhado num range acima do que previsto e, agora com o corte de capex, isso tem aumentado de forma relevante a probabilidade de a Vale distribuir dividendos extraordinários", disse Benassi.
O Itaú BBA também acredita que essa redução de investimentos, combinada com preços resilientes do minério de ferro, aumenta a probabilidade de dividendos extraordinários e recompras ainda em 2025. Nas contas do banco, a mineradora pode depositar US$ 500 milhões em dividendos extraordinários em 2025 e US$ 1 bilhão em 2026.
"A Vale reforçou seu compromisso com a disciplina de capital e eficiência, destacando que seu portfólio superior já está ganhando impulso para 2025", afirmaram os analistas. "Acreditamos que isso abre espaço para dividendos extraordinários e recompras, mantendo a dívida líquida expandida sob controle. Os dividendos extraordinários e recompras dependerão dos volumes da segunda metade de 2025 e das condições do mercado, mas a empresa está posicionada para devolver uma quantidade significativa de dinheiro aos acionistas se as condições se mantiverem."
As novas projeções da Vale (VALE3)
De olho nos tipos de alocação dos investimentos previstos para 2025, a Vale (VALE3) agora prevê cerca de US$ 1,5 bilhão em gastos com crescimento, contra estimativa anterior de US$ 1,6 bilhão.
A mineradora também espera desembolsar em torno de US$ 4,1 bilhões com investimentos em manutenção neste ano, ante US$ 4,3 bilhões anteriormente.
No fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Vale também abriu as novas estimativas de investimento de capital por negócio em 2025.
A mineradora agora estima em torno de US$ 1,7 bilhão para o segmento de metais para transição energética, uma redução frente aos US$ 2 bilhões projetados anteriormente.
Questionado sobre a redução nos aportes para transição energética, Pimenta disse que a Vale busca alternativas de “fazer melhor, e de forma mais eficiente, colocando tecnologia nos projetos existentes".
Enquanto isso, a previsão de investimentos da Vale em soluções de minério de ferro foi mantida em cerca de US$ 3,9 bilhões.
A Vale também passou a divulgar as projeções de vendas em 2025 para o produto “Carajás Médio Teor”, com previsão de cerca de 25 milhões de toneladas. Já para o produto concentrado “PFC”, estima-se cerca de 24 milhões de toneladas.
A companhia também anunciou que a projeção de participação de produtos vendidos no portfólio de soluções de minério de ferro está descontinuada. Segundo a mineradora, a decisão tem em vista a “aplicação da estratégia de maior flexibilidade de portfólio para melhor capturar valor em qualquer cenário de mercado, incluindo a introdução de novas especificações de produtos”.
As demais estimativas divulgadas anteriormente pela mineradora permaneceram inalteradas.
- Leia também:
*Com informações do Money Times.
BTG Pactual lança o BTG Pay e abre lista de espera para maquininha própria, marcando estreia no segmento de adquirência
De olho nos clientes pessoa jurídica, BTG lança maquininha de cartão e solução de pagamentos integradas ao app BTG Empresas
MBRF (MBRF3) lança Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo, e mira IPO em 2027; ações disparam
A dona da Sadia e Perdigão e a subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture para conquistar mercado de alimentação voltada para muçulmanos
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço e Bradesco (BBDC4) no passo a passo da recuperação: o que esperar dos balanços dos bancos no 3T25
O Santander será o primeiro dos grandes bancos a divulgar o balanço, seguido pelo Bradesco e outros gigantes do setor financeiro brasileiro; veja as previsões do mercado
ANP libera funcionamento de refinaria alvo da Operação Carbono Oculto; ICL manifesta preocupação com o setor
Segundo as investigações, o núcleo principal das atividades criminosas teria se associado ao Grupo Refit
‘COP paralela’ pode ser o reforço que a COP30 precisa para aquecer o debate entre empresas que não vão à Belém
Altos custos, falta de estrutura e desistências não apagam o potencial da conferência para redefinir o papel do país no financiamento climático e na transição ecológica
Ultrapar (UGPA3) abocanha 37,5% de participação na VirtuGNL por R$ 102,5 milhões; entenda o que está em jogo com a aquisição
A VirtuGNL vem se consolidando como referência de soluções de baixo carbono no setor de transporte rodoviário, com foco na substituição do diesel, segundo a Ultrapar
Em recuperação judicial, Americanas (AMER3) busca rotas para o crescimento e lança programa de pontos
O programa “Cliente A” será lançado em três fases e contará com sistema de pontos integrado ao cartão de crédito da marca
Mais uma vitória para a Ambipar (AMBP3): Justiça do Rio de Janeiro prorroga blindagem contra credores
A prorrogação da medida cautelar suspende pagamentos da companhia até que haja uma decisão sobre o pedido de recuperação judicial da Ambipar
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
Produção de petróleo da Petrobras (PETR4) sobe 18,4% no 3T25 e China é o destino de mais da metade das exportações
Considerando só o petróleo, a produção média da estatal avançou 18,4% na comparação ano a ano, para 2,520 milhões de barris por dia (bpd)
Crédito de R$ 1,2 bilhão e até carro de som nas ruas: a estratégia da Casas Bahia (BHIA3) para a Black Friday
Com central de dados operando 24 horas e R$ 1,2 bilhão em crédito liberado, Casas Bahia aposta em tecnologia para turbinar vendas na maior Black Friday de sua história
Privatização da Copasa (CSMG3) avança, e BTG vê potencial de alta de até 48% nas ações se empresa repetir o modelo da Sabesp
Com a PEC que dispensa referendo aprovada em 1º turno, a privatização da Copasa (CSMG3) ficou mais próxima — e o BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra, projetando forte potencial de valorização
Azul (AZUL4) publica plano de negócios atualizado como parte do Chapter 11 e se diz confiante nas negociações com fornecedores
A aérea passou a projetar uma alavancagem ainda menor após sair da recuperação judicial, desta vez em 2,5 vezes
Elon Musk ameaça deixar a Tesla se não receber pacote de US$ 1 trilhão — mas o CEO mais polêmico do mundo jura que não é pelo dinheiro
Ultimato de Musk acontece poucos dias antes da assembleia de acionistas da fabricante de carros elétricos, que decidirá se aprova ou não seu novo plano de pagamento
Cosan (CSAN3) aprova aumento de capital e lança oferta de R$ 10 bilhões em ações para entrada de BTG e Perfin
BTG, Perfin e a holding da família Ometto são os investidores-âncora, e já garantiram a compra do lote inicial em acordo de investimentos
Copasa (CSMG3) mais perto da privatização: PEC que dispensa referendo popular é aprovada em 1º turno por deputados mineiros
Se aprovada também em segundo turno, medida dará sinal verde para desestatização da companhia de saneamento do estado de Minas Gerais
Mais um adeus à B3: companhia com quase 200 anos se despede da bolsa de valores
Com 187 anos de história, a tradicional Wilson Sons encerra seu ciclo na bolsa após a MSC adquirir o controle total da companhia em leilão que movimentou R$ 2,4 bilhões
Dois dias depois do ChatGPT Atlas, Microsoft relança navegador de IA quase idêntico ao da OpenAI
Microsoft enfrenta a OpenAI em uma disputa direta pelo navegador do futuro com o novo Edge equipado com o Copilot de inteligência artificial
Direcional (DIRR3) já subiu 99% no ano, pode avançar mais e ainda deve pagar dividendos bilionários, segundo o Santander
Banco vê forte potencial de valorização no setor de construção civil de baixa renda e elevou preço-alvo dos papéis da companhia para R$ 19
O que diz a carta do príncipe Harry, Wozniak e Hinton contra a superinteligência artificial
Manifesto pressiona big techs como Google, OpenAI e Meta a suspender o desenvolvimento de superinteligência artificial