Méliuz (CASH3) consegue mudar estatuto e pode adotar bitcoin (BTC) como principal ativo estratégico da tesouraria
Os planos da plataforma para investir em criptomoedas começaram no dia 6 de março, quando anunciou que havia usado 10% de seu caixa para comprar bitcoin

Dessa vez deu certo. A plataforma de cupons de desconto e cashback Méliuz (CASH3) conseguiu alterar o estatuto da empresa, em assembleia realizada nesta quinta-feira (15), permitindo o investimento pesado em bitcoin (BTC). Como esta foi a segunda convocação, não foi necessário quórum mínimo.
Com a aprovação, o Méliuz se tornou a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil e da América Latina. Na prática, a mudança significa investir na maior criptomoeda do mundo, tendo uma parcela significativa da reserva da tesouraria, com o objetivo de capitalizar os retornos expressivos de longo prazo do bitcoin.
A primeira decisão do Méliuz após a mudança do estatuto foi adquirir 274,52 bitcoin por aproximadamente US$ 28,4 milhões a um preço médio de US$ 103.604,07 por criptomoeda. Com a primeira compra realizada em março deste ano, o Méliuz já tem em posse 320,25 bitcoin, adquiridos a um preço médio de US$ 101.703,80 por criptoativo.
Na assembleia anterior, realizada no começo do mês, a empresa não atingiu o quórum mínimo de 66% dos acionistas para colocar seu plano em ação. Ao todo, 60,9% dos acionistas compareceram.
Os planos da plataforma para investir em criptomoedas começaram no dia 6 de março, quando anunciou que havia usado 10% de seu caixa para comprar bitcoins. Na época, a companhia investiu em 45,72 bitcoins por aproximadamente US$ 4,1 milhões a um preço médio de US$ 90.296,11 cada.
A CASH3 gostou e quis mais. Em meados de abril, a empresa convocou uma assembleia geral para votar a possibilidade de investir pesado na criptomoeda, tornando-a um ativo de longo prazo estratégico para as operações.
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As ações CASH3, então, passaram a operar em forte alta. Neste ano, o papel acumula valorização de 206,67%, sendo 115,06% somente no último mês.
Empresa diz que não vai mudar seu negócio principal
No centro da assembleia de hoje estava a votação da proposta que muda o objeto social do Méliuz, para contemplar a possibilidade de investimentos em bitcoin como estratégia de negócios — mas sem mudar seu negócio principal, afirma a companhia.
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“O objetivo do Méliuz será, a partir da aprovação das matérias da AGE, adotar o bitcoin como principal ativo estratégico da tesouraria da companhia, além de fomentar a geração incremental de bitcoin para os seus acionistas, seja por meio da geração de caixa operacional ou por eventuais operações financeiras e iniciativas estratégicas”, dizia o comunicado ao mercado divulgado em abril.
A geração de caixa em moeda corrente permaneceria, até porque “a geração de caixa das operações é fundamental para a estratégia de adquirir mais bitcoin ao longo do tempo”, dizia também o texto.
Reembolso para quem pular fora
Aqueles acionistas que não desejarem mais participar da empresa e não compareceram à AGE poderão solicitar o reembolso de suas ações, segundo o comunicado ao mercado.
O valor estabelecido foi de R$ 3,93 por ação, com base no balanço patrimonial do Méliuz em dezembro de 2024.
As ações CASH3 operam atualmente por volta de R$ 7, acumulando valorização de quase 150% só neste ano.
Poderão pedir o reembolso os acionistas que já detinham as ações CASH3 antes de 14 de abril de 2025 e que permanecerem investidos até o momento da solicitação.
Analistas veem estratégia do Méliuz (CASH3) com cautela
Quando a primeira compra de bitcoins foi anunciada pelo Méliuz, analistas avaliaram o movimento com ressalvas.
Segundo o CIO e estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, apesar de a empresa ter caixa e saúde financeira suficientes para fazer a aquisição do bitcoin, a decisão de alocação sinalizava uma “empresa desfocada”.
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“Quem compra ação do Méliuz deveria estar investindo no modelo de negócio proposto pela empresa, e não em uma alocação especulativa em criptoativos. Se o investidor individual acredita na valorização do bitcoin, ele pode comprá-lo diretamente”, avaliou Miranda.
“Eu vejo essa decisão como um sintoma de uma empresa desfocada. O Méliuz poderia estar concentrado em fortalecer seu core business e gerar valor para seus acionistas. Pode ser um sinal preocupante.”
A XP Investimentos também avaliou a estratégia com cautela, especialmente porque a empresa não opera com criptomoedas em seu negócio principal de cashback.
“Essa política de caixa parece desconectada dos objetivos operacionais da companhia, gerando incertezas sobre sua eficácia e levantando questionamentos sobre a capacidade da empresa de reinvestir sua geração de caixa em suas atividades principais”, disseram os analistas.
No entanto, a XP avaliou que o bitcoin poderia evoluir como uma reserva de valor no futuro, o que justificaria essa alocação se a estratégia for melhor alinhada com as operações do Méliuz.
Já Inácio Alves, analista da Melver, fez um paralelo da nova estratégia de tesouraria do Méliuz com as apostas frustradas da Sadia em câmbio, nos anos 2000.
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Vale ressaltar que o frigorífico adotou operações em derivativos de câmbio como uma forma de dupla proteção contra a variação do dólar. No entanto, essas apostas não tiveram o resultado esperado e, diante das enormes perdas financeiras, a Sadia viu-se na necessidade de se fundir com a Perdigão para garantir sua sobrevivência.
“Se o Méliuz não colocar em risco sua saúde financeira, pode ser uma excelente estratégia de geração de recurso extra no longo prazo. Porém, se começar a dar muita atenção para a alocação do bitcoin e deixar de lado o negócio principal, eu entendo que a empresa poderia ter o mesmo destino da Sadia, sem conseguir controlar bem os riscos e acabar trocando os pés pelas mãos”, avaliou.
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