JP Morgan eleva Eztec (EZTC3) e corta recomendação de Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), mas outro papel é o favorito dos analistas
Cenário macroeconômico e ciclo eleitoral motivam ajustes do JP Morgan em ações de incorporadoras, e papéis revisados se encontram entre as maiores altas e baixas do Ibovespa
O setor de construção civil ganhou novos contornos no radar dos investidores. O JP Morgan revisou suas recomendações para as incorporadoras brasileiras, ajustando sua lista de preferências de olho no ciclo eleitoral e no início do afrouxamento monetário.
Entre as mudanças, a Eztec (EZTC3) foi elevada para outperform (equivalente a compra), com potencial de valorização de 34% até 2026. Já Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), que tem sido as construtoras queridinhas dos analistas de mercado, perderam espaço e passaram para recomendação neutra.
Na bolsa, os papéis reagiram. Nesta terça (9), o papel EZTC3 subiu 4,64%, negociado a R$ 16. CURY3 e DIRR3, por sua vez, apareceram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV), com baixas de 3,13% e 2,97%.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir em setembro? O Seu Dinheiro reuniu os melhores ativos para ter na carteira neste mês; confira agora gratuitamente
Os analistas da instituição recomendam que os investidores aumentem a exposição a ativos mais voláteis, diante de “ventos favoráveis” no cenário macroeconômico.
Entre os fatores que podem definir o rumo das ações, eles mencionam o ciclo eleitoral no Brasil e o início do afrouxamento monetário, esperado para dezembro, com corte total de 4,25 pontos até o fim de 2026. Esses movimentos, segundo o relatório, funcionam como catalisadores.
“Embora assumamos o risco de estarmos um pouco adiantados nessa mudança de preferência, dado o momentum de Cury e Direcional, acreditamos que, nos próximos 12 meses, a tese se mostrará correta, já que historicamente a performance das construtoras tem se mostrado mais ligada ao sentimento do que aos fundamentos.”
Leia Também
Hora de comprar EZTC3
A decisão do JP de elevar a recomendação da Eztec para outperform se apoia em quatro fatores.
O primeiro é o potencial de alta de 34% em relação ao preço-alvo de dezembro de 2026. Além disso, a empresa negocia a um múltiplo preço/lucro projetado para 2026 em patamar descontado.
Há a expectativa ainda de re-rating (reprecificação) da Eztec diante de possíveis notícias positivas sobre a venda da torre Esther, estimada entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões.
A companhia também deve se beneficiar da melhora do sentimento em relação ao segmento de médio e alto padrão, impulsionada por um cenário macro mais otimista e pelo aumento da velocidade de vendas, sobretudo em estoques.
- LEIA MAIS: Ação pagadora de dividendos é considerada “o coração da carteira” e está entre as 5 principais recomendações para buscar renda extra neste mês
Cury e Direcional
Os analistas do JP rebaixaram Cury para neutro pelo valuation relativo e pelo menor potencial de valorização, apesar da execução sólida.
Eles destacam que a companhia segue entregando uma execução “impecável”, mantendo o maior retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do setor e pagando dividendos recorrentes, com rendimento esperado de 8% no próximo ano.
No entanto, diante do ciclo de afrouxamento monetário e potenciais mudanças no cenário político, os investidores tenderão a buscar empresas de menor preço/lucro do que Cury.
Já em relação à Direcional, a equipe do banco rebaixou a ação devido à preferência relativa.
“Assim como no caso de Cury, o rebaixamento decorre do valuation relativo e menor upside frente aos pares, já que acreditamos que grande parte dos fortes resultados da Direcional já esteja refletido no preço.”
Embora esperem continuidade de números robustos, eles projetam um upside (potencial de valorização) limitado para as margens brutas recordes de 41,7% no segundo trimestre. Além disso, as projeções estão em linha com o consenso, e a distribuição de dividendos em termos absolutos deve ser menor em 2026.
A favorita do JP Morgan
A construtora favorita do JP Morgan no momento, entretanto, não é nenhuma das três já mencionadas, mas sim a Tenda (TEND3), que desponta como a ação com maior potencial de valorização dentro da cobertura do banco, com expectativa de alta de 50%, segundo o preço-alvo projetado para dezembro de 2026. No pregão desta terça-feira (9) os papéis da companhia avançaram 2,84%.
O otimismo do banco com a companhia se apoia em três fatores centrais.
O primeiro é o espaço para revisões positivas nas estimativas. O lucro líquido projetado pelo JP para 2025, 2026 e 2027 está 19%, 0% e 7% acima do consenso, respectivamente, reflexo da recuperação da Tenda e de margens robustas. As margens brutas, por exemplo, devem se manter em torno de 34% nos próximos trimestres, na visão do banco.
O segundo fator está no desconto aplicado em relação à concorrência. “Apesar de acreditarmos que a Tenda merece um desconto para os pares, o gap de mais de 40% sobre Direcional e Cury nos parece exagerado”, escreveram os analistas.
O terceiro ponto é a avaliação atual, considerada barata. Para os analistas, tanto a Tenda, quanto Cyrela e Eztec estão negociadas abaixo de 6 vezes o P/L para 2026, e as três companhias recebem recomendação outperform pelo JP.
Na lanterna da cobertura do JP Morgan está a MRV, que, assim como Cury e Direcional, recebeu indicação neutra. O banco reconhece que o turnaround da companhia está no caminho certo, mas avalia que o múltiplo de 6,1 vezes preço sobre lucro para 2026 já reflete de forma justa o desempenho esperado.
“A MRV continua sendo o maior caso de recuperação em nossa cobertura, com a maior taxa de dívida líquida sobre patrimônio, de 102%”, destacam os analistas.
3T25 no horizonte
O mercado já começa a se posicionar para a temporada de resultados das construtoras no terceiro trimestre de 2025. Para o JP Morgan, a Cyrela deve ser a grande protagonista, com expectativa de ultrapassar R$ 2,4 bilhões em lançamentos e pré-vendas.
No caso da Eztec, a projeção é de queda de 32% nos lançamentos em relação ao mesmo período do ano passado. O movimento, no entanto, não preocupa. De acordo com os analistas, a estratégia da companhia é proteger margens e evitar a formação de estoque.
A Direcional também aparece como destaque positivo. Os lançamentos projetados estão 40% acima do registrado no terceiro trimestre de 2024.
Na linha de resultados, o segmento de baixa renda deve puxar o crescimento. As estimativas indicam alta de 53% no lucro em relação ao 3T24. Já o médio e alto padrão devem recuar 6%. O mesmo padrão se repete na receita, com avanço de 20% no mercado de baixa renda contra 7% nos projetos de tíquete mais elevado.
Recomendações:
| Ação | Ticker | Recomendação | Preço-alvo para 2026 (R$) |
|---|---|---|---|
| Tenda | TEND3 | Outperform | 36,50 |
| Cyrela | CYRE3 | Outperform | 40,00 |
| Eztec | EZTC3 | Outperform | 20,50 |
| Cury | CURY3 | Neutro | 40,50 |
| Direcional | DIRR3 | Neutro | 18,50 |
| MRV | MRVE3 | Neutro | 10,50 |
*Com informações do Money Times
Privatização da Copasa (CSMG3) avança, e BTG vê potencial de alta de até 48% nas ações se empresa repetir o modelo da Sabesp
Com a PEC que dispensa referendo aprovada em 1º turno, a privatização da Copasa (CSMG3) ficou mais próxima — e o BTG Pactual elevou a recomendação do papel para compra, projetando forte potencial de valorização
Azul (AZUL4) publica plano de negócios atualizado como parte do Chapter 11 e se diz confiante nas negociações com fornecedores
A aérea passou a projetar uma alavancagem ainda menor após sair da recuperação judicial, desta vez em 2,5 vezes
Elon Musk ameaça deixar a Tesla se não receber pacote de US$ 1 trilhão — mas o CEO mais polêmico do mundo jura que não é pelo dinheiro
Ultimato de Musk acontece poucos dias antes da assembleia de acionistas da fabricante de carros elétricos, que decidirá se aprova ou não seu novo plano de pagamento
Cosan (CSAN3) aprova aumento de capital e lança oferta de R$ 10 bilhões em ações para entrada de BTG e Perfin
BTG, Perfin e a holding da família Ometto são os investidores-âncora, e já garantiram a compra do lote inicial em acordo de investimentos
Copasa (CSMG3) mais perto da privatização: PEC que dispensa referendo popular é aprovada em 1º turno por deputados mineiros
Se aprovada também em segundo turno, medida dará sinal verde para desestatização da companhia de saneamento do estado de Minas Gerais
Mais um adeus à B3: companhia com quase 200 anos se despede da bolsa de valores
Com 187 anos de história, a tradicional Wilson Sons encerra seu ciclo na bolsa após a MSC adquirir o controle total da companhia em leilão que movimentou R$ 2,4 bilhões
Dois dias depois do ChatGPT Atlas, Microsoft relança navegador de IA quase idêntico ao da OpenAI
Microsoft enfrenta a OpenAI em uma disputa direta pelo navegador do futuro com o novo Edge equipado com o Copilot de inteligência artificial
Direcional (DIRR3) já subiu 99% no ano, pode avançar mais e ainda deve pagar dividendos bilionários, segundo o Santander
Banco vê forte potencial de valorização no setor de construção civil de baixa renda e elevou preço-alvo dos papéis da companhia para R$ 19
O que diz a carta do príncipe Harry, Wozniak e Hinton contra a superinteligência artificial
Manifesto pressiona big techs como Google, OpenAI e Meta a suspender o desenvolvimento de superinteligência artificial
R$ 9,14 bilhões jogados fora: atualização de Counter Strike 2 derruba mercado bilionário de skins
Atualização do Counter-Strike 2 derruba o valor do mercado de skins emR$ 9,14 bilhões e expõe a dimensão bilionária da economia virtual dos games
Lucro dos bancos pode subir com mudanças na poupança para o financiamento imobiliário — Bradesco (BBDC4) é o mais favorecido, diz BTG
Fatia da poupança que vai para o Banco Central será reduzida e, assim, os bancos privados poderão usar esse dinheiro para empréstimos imobiliários, que são mais rentáveis
Ações da Tesla caem com lucro 37% menor e tarifas de Trump pressionando os resultados
Lucro da empresa de Elon Musk despencou no trimestre comparado ao ano passado, com custos em alta e o fim de subsídios fiscais pesando sobre o desempenho
Parceria do Mercado Livre (MELI) com Casas Bahia (BHIA3) é boa para ambos – mas há um perdedor claro nessa jogada
A parceria combina a força da Casas Bahia em bens duráveis com o amplo alcance do Meli, mas Magalu pode sofrer
Por que os credores da Ambipar (AMBP3) estão ‘revoltados’ com o endereço do pedido de RJ? Veja os novos capítulos da crise
Credores contestam a recuperação judicial da Ambipar (AMBP3), e dizem que a empresa buscou o Rio de Janeiro por ser um foro mais favorável; a disputa ocorre enquanto o controlador ajusta sua participação no capital da companhia
Após reestruturação e tombo na bolsa, Brava (BRAV3) anuncia novo CFO; conheça o executivo
A companhia aprovou Luiz Carvalho como novo diretor financeiro, em meio ao processo de reestruturação que busca simplificar a gestão e fortalecer a governança corporativa
Se não pode contra eles, junte-se: Casas Bahia (BHIA3) anuncia parceria com Mercado Livre (MELI34) para venda de eletrodomésticos
Acordo prevê que Casas Bahia venda eletrodomésticos, eletrônicos e móveis dentro da plataforma do Mercado Livre a partir de novembro; parceria busca ampliar canais de venda e fortalecer operação digital da varejista brasileira
A nova aposta da OpenAI: o projeto secreto da dona do ChatGPT que promete revolucionar Wall Street
A OpenAI está recrutando várias figuras do mercado financeiro para um projeto sigiloso chamado Mercury. Mas o que a startup quer com isso?
CEO do Pão de Açúcar renuncia e CFO assume de forma interina; ação bate máxima, mas perde fôlego e cai
O conselho de administração da varejista escolheu Rafael Russowsky para assumir o cargo junto às funções de diretor financeiro e diretor de Relações com Investidores que já exercia previamente
A briga antiga que fará a CSN (CSNA3) pagar uma multa de R$ 128 milhões aos cofres públicos
A decisão do Cade atende a uma determinação judicial e se refere ao não cumprimento do prazo pela CSN para vender ações da Usiminas, com o valor da multa sendo atualizado pela Selic
Brasil derruba Netflix de novo: ações da gigante do streaming caem quase 10% após balanço. Chegou a hora de vender o papel?
Lucro por ação da companhia ficou 15,9% abaixo do esperado, impactado por encargos fiscais no Brasil; analistas afirmam que, sem esse efeito não recorrente, o resultado teria superado projeções do mercado