Havaianas agora é cool… e a Alpargatas (ALPA4) também. UBS BB eleva a recomendação para a ação e espera alta de quase 30%
Após turnaround no Brasil e acordo de distribuição nos EUA, UBS BB vê potencial de valorização de quase 30% para as ações da Alpargatas e projeta dividendos robustos

Havaianas deixou de ser sinônimo de desleixo em um look. Dos pés da elite paulistana em Pinheiros até os de modelos em Copenhague, na Dinamarca, a marca tem conseguido virar o jogo nos últimos anos, virando símbolo de estilo. E não é só o chinelo que se tornou cool, a ação da empresa por trás dele, a Alpargatas (ALPA4), também virou — pelo menos de acordo com o UBS BB.
O banco elevou a recomendação para os papéis de neutra para compra, com preço-alvo em R$ 12, que representa uma alta de quase 30% em relação ao fechamento da última sexta-feira (29).
A visão construtiva do time de análise se baseia em cinco pontos:
- Um caminho mais claro para a lucratividade nos mercados internacionais;
- A estratégia de simplificação no Brasil que já está levando a resultados sólidos;
- Dividendos atraentes no horizonte;
- A possível surpresa positiva vinda da Rothy’s, marca de calçados e acessórios dos Estados Unidos na qual a Alpargatas tem participação de 49%.
Por que comprar as ações da Alpargatas, segundo o UBS BB?
Começando pelo primeiro ponto, os analistas citam o novo acordo de distribuição nos EUA com o grupo Eastman, anunciado em junho. Antes, a Alpargatas operava diretamente nos EUA, mantendo centros de distribuição e estruturas próprias. Esse modelo era ineficiente e gerava altos custos para a marca.
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Com a parceria, a Eastman passa a ser a distribuidora exclusiva da Havaianas nos EUA e no Canadá. Ela vai assumir logística, vendas e operações administrativas, enquanto a Alpargatas ficará focada apenas na gestão e fortalecimento da marca.
“O acordo deve ajudar a transformar as operações nos EUA, de um impacto negativo estimado em R$ 80 milhões em 2024, em um negócio lucrativo a partir de 2026”, dizem os analistas do banco em relatório.
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Além disso, o banco enxerga um ambiente mais favorável para a Havaianas na Europa, com crescimento de vendas de dois dígitos em junho e crescente interesse dos consumidores pela marca em países chave da União Europeia.
Tem também a expectativa mais otimista para a Rothy’s, que hoje é parte pouco relevante nos lucros da Alpargatas. Ainda assim, segundo os analistas, com uma posição de caixa líquido de US$ 160 milhões e sinais de melhora operacional apesar das tarifas, a Rothy’s pode conter um valor oculto.
“O potencial de valorização pode vir do reconhecimento desse valor pelo mercado ou de alternativas estratégicas (por exemplo, uma venda) quando a opção de compra da ALPA expirar (dezembro de 2025)”, diz o relatório.
O turnaround no Brasil
No caso do Brasil, após várias mudanças na gestão e sob a liderança de Liel Miranda, que assumiu como CEO em 2024, a Alpargatas implementou uma estratégia de simplificação focada na racionalização do portfólio e na melhoria dos níveis de serviço.
De acordo com o time de análise, o indicador Otif (on-time in full) da companhia subiu de 70% no último trimestre do ano passado para quase 80% entre abril e junho de 2025.
Essa é uma métrica logística de qualidade que mede a eficiência de uma empresa em entregar pedidos dentro do prazo combinado (on-time) e com a quantidade e especificações corretas (in full). Ou seja, mostra a confiabilidade da operação, combinando pontualidade e precisão na entrega.
“Essa estratégia ajudou a Alpargatas a recuperar participação de mercado no Brasil, superando sua principal concorrente, a Grendene. Os volumes em 12 meses até o segundo trimestre de 2025 mostram a Alpargatas com 209 milhões de pares, contra 110 milhões da rival”, diz o relatório do UBS BB.
E os dividendos?
De acordo com o relatório, margens mais fortes no Brasil, melhora das operações internacionais e necessidades limitadas de investimentos (capex) e capital de giro devem sustentar um fluxo de caixa livre (FCF) saudável e dividendos.
“Projetamos um dividend yield de 14% nos próximos 12 meses, refletindo a distribuição extraordinária de R$ 850 milhões em 2025, e um FCF yield recorrente entre 8% e 13% a partir daí. Estimamos uma margem Ebtida [lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização] consolidada de 20,8% em 2029 (Brasil 23,9% / Internacional 12,9%)”, diz o banco.
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