Como a Vale (VALE3) vai sobreviver às tarifas de Trump ao cobre e ao aço e à falta de apetite da China
Executivos explicam como a mineradora está navegando no mar de taxas dos EUA, e dizem o que esperam do mercado chinês daqui para frente

As tarifas de Donald Trump estão provocando um estrago nos mercados nesta sexta-feira (1), mas a Vale (VALE3) sobrevive às fortes perdas graças aos resultados financeiros do segundo trimestre, que vieram acima do projetado e acompanhados do pagamento bilionário de proventos. A mineradora, no entanto, não passa totalmente ilesa pela taxação do republicano.
Ao comentar nesta sexta-feira (1) os resultados do segundo trimestre de 2025, o vice-presidente executivo de comercialização e desenvolvimento da Vale, Rogério Nogueira, reconheceu que o mercado global de aço está volátil.
“O mercado global de ação está volátil, mas estamos vendo uma estabilização desse mercado com as sucessivas negociações das tarifas”, disse Nogueira, referindo-se aos acordos comerciais fechados por Trump nas últimas semanas.
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No início de junho entrou em vigor uma tarifa de 50% sobre o aço e o alumínio importados pelos EUA — uma medida que dobrou as taxas de 25% estabelecidas em fevereiro deste ano e tem efeito direto nas exportações brasileiras.
Dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, mostram que os EUA foram destino de 47,9% das exportações do grupo de aço e ferro em 2024. Nenhum outro cliente é tão essencial para as siderúrgicas brasileiras como os norte-americanos. O segundo maior comprador do Brasil é a China, mas a fatia é bem menor: 10,7% dos embarques de aço e ferro.
O CFO da Vale, Marcelo Bacci, que também participou da teleconferência de resultados, disse, no entanto, que as tarifas implementadas por Trump não são relevantes para a mineradora.
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Segundo ele, o peso dos EUA como destino dos produtos da Vale é muito pequeno — cerca de 3% da receita — e a maior parte dos produtos vendidos no mercado norte-americano tem origem no Canadá, não no Brasil.
“As nossas exportações do Canadá são principalmente níquel, que tem tarifa zero de lá para os EUA”, afirmou.
Vale tem um olho nas tarifas e outro na China
Se um olho da Vale está nas tarifas, o outro está na China — a principal cliente da mineradora.
A falta de apetite chinês vem pesando sobre os preços do minério de ferro desde o início do ano e penalizou, em boa parte, as ações VALE3, que só agora ensaiam uma recuperação, acumulando ganho de cerca de 4% no ano.
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Na teleconferência desta sexta-feira (1), o vice-presidente executivo se mostrou otimista com as notícias recentes da China, que sugerem incentivos econômicos moderados.
“Na China, relatos recentes sugerem incentivos econômicos moderados. Eles também enfatizaram a capacidade e a racionalização da capacidade da indústria chinesa”, afirmou Nogueira.
O executivo comentou que as usinas de aço chinesas com mais produção vão obter maior margem e buscar mais minério de alto teor, o que beneficia a Vale, que extrai minério de alta qualidade em Carajás, no Pará.
Nogueira disse ainda que, no médio e longo prazo, a mineradora vê demanda para pelotas a despeito do mercado chinês.
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O cobre a reciprocidade brasileira
Para muitos analistas, apesar de a Vale ter superado as projeções de lucro no segundo trimestre — você pode conferir os resultados aqui — o destaque do período foi a Vale Base Metals (VMB).
A divisão de metais básicos da Vale já tinha apresentado bom crescimento de volume na prévia operacional, e esse desempenho se traduziu efetivamente em crescimento de resultados.
Ajudada principalmente por melhores volumes de produção tanto de cobre como de níquel, a receita líquida da VBM saltou 14% frente ao segundo trimestre de 2024, para US$ 1,8 bilhão.
O CFO da Vale comentou sobre os efeitos das tarifas de Trump no cobre, que será taxado em 50%.
“Não temos exportação de cobre relevante do Brasil para os EUA”, disse Bacci. “Então, este é um tema [tarifaço] que não está nas nossas prioridades, mas é lógico que a gente sempre observa quais podem ser os possíveis efeitos secundários”, acrescentou.
Questionado sobre o eventual impacto de medidas de reciprocidade na importação de equipamentos produzidos nos EUA, o executivo comentou que o país é origem de apenas 5% de suas importações.
“Já estamos estudando alternativas, caso venha uma retaliação, para que possamos trazer de outras localidades para tentar minimizar esse impacto”, afirmou Bacci. “Então, também no lado da compra, o potencial efeito para nós é bastante pequeno", acrescentou.
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