Cemig (CMIG4) vira ‘moeda de troca’ de Zema para abater dívidas do Estado e destravar privatização
O governador oferta a participação na elétrica para reduzir a dívida de MG; plano só avançaria com luz verde da assembleia para o novo modelo societário
Romeu Zema parece estar determinado a realizar o sonho do mercado de ver a Cemig (CMIG4) privatizada. O governador enviou nesta quinta-feira (6) ao Ministério da Fazenda a proposta de adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Precatórios (Propag) — e incluiu a participação acionária do na companhia energética na lista de ativos ofertados.
O Propag é um mecanismo criado pelo governo federal que permite que Estados usem ativos — como participações societárias, imóveis e receitas futuras — para quitar ou amortizar dívidas com a União, funcionando como uma espécie de “moeda de pagamento” alternativa ao desembolso direto de caixa.
A manifestação do Executivo é pela adesão ao Propag na modalidade que estabelece o abatimento no limite máximo de 20% do saldo devedor, possibilitando o pagamento da dívida com a União no prazo de 30 anos, em um cálculo formado pelo IPCA + juros de 0% ao ano, conforme determinado na Lei Complementar 212/2025, que instituiu o programa.
- VEJA TAMBÉM: ELEIÇÕES e BOLSA: a estratégia com Lula 4 ou centro-direita na Presidência - assista o novo episódio do Touros e Ursos no Youtube
Privatização indireta?
A manifestação do Executivo mineiro enviada ao Ministério da Fazenda detalha que Minas Gerais pretende aderir ao Propag na modalidade que permite o abatimento de até 20% do saldo devedor com a União.
Nessa configuração, o passivo estadual — hoje em R$ 181 bilhões — poderia ser pago em até 30 anos, com correção pelo IPCA e juros reais de 0%, conforme a Lei Complementar 212/2025, que criou o programa.
Em outras palavras, o Estado passa a contar com uma espécie de refinanciamento de longo prazo, desde que entregue ativos suficientes para garantir o abatimento máximo permitido.
Leia Também
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Para ingressar nessa modalidade, Minas precisa oferecer ao menos R$ 36 bilhões em ativos, 20% da dívida atual. No entanto, para garantir uma margem, o governo optou por elencar um volume muito maior: R$ 96 bilhões em bens e receitas futuras.
Desse montante, cerca de 75% correspondem a fluxos de recebíveis, como compensações pela exploração de recursos naturais e ajustes de contas históricas entre o Estado e a União. A participação acionária na Cemig aparece dentro desse conjunto de ativos que podem ser transferidos ao governo federal para garantir o abatimento da dívida.
Mas não é tão simples assim
A estatal divulgou nesta quinta-feira (6) um fato relevante atestando ter recebido do governo mineiro o ofício comunicando o envio da proposta ao Tesouro Nacional e a inclusão da fatia acionária entre os ativos listados no Propag, mas ressaltou que a operação está condicionada ao modelo de “corporação” previsto no Projeto de Lei (PL) 3.053/2024, ainda em tramitação na Assembleia Legislativa.
O PL foi enviado pelo governo Romeu Zema à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Se aprovado, ele cria um novo modelo societário para empresas estatais mineiras: o de “corporação”, inspirado na Eletrobras.
O objetivo é transformar empresas estatais — especialmente a Cemig, Copasa e Codemig — em companhias de capital pulverizado, nas quais o Estado deixa de ter controle direto, mesmo mantendo participação acionária relevante.
O controle passaria a ser difuso, diluído entre investidores, e o Estado manteria apenas instrumentos limitados de influência, como voto qualificado em temas específicos.
Na prática, o projeto é visto como uma privatização indireta, já que o Estado perderia o comando sem realizar um plebiscito. O texto enfrenta forte resistência jurídica e política e está travado na ALMG. Sem sua aprovação, Minas não consegue usar a participação na Cemig no formato proposto ao Propag.
Não é de hoje que o governador avalia a possibilidade de usar o Propag para privatizar a Cemig. Em fevereiro, durante um evento Federação da Indústria do Rio de Janeiro (Firjan), ele disse:
“A nossa intenção é privatizar as empresas. Ainda não conseguimos a aprovação legislativa, mas inclusive com o Propag será necessário e vamos conseguir a aprovação da Assembleia Legislativa muito provavelmente este ano”, disse Zema.
*Com informações Agência Minas
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores
Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo
Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil
Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil
Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas
JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas
Direito ao voto: Copel (CPLE3) migra para Novo Mercado da B3 e passa a ter apenas ações ordinárias
De acordo com a companhia, a reestruturação resulta em uma base societária mais simples, transparente e alinhada às melhores práticas do mercado
Então é Natal? Reveja comerciais natalinos que marcaram época na televisão brasileira
Publicidades natalinas se tornaram quase obrigatórias na cultura televisiva brasileira durante décadas, e permanecem na memória de muitos; relembre (ou conheça) algumas das mais marcantes
Com duas renúncias e pressão do BNDESPar, Tupy (TUPY3) pode eleger um novo conselho do zero; entenda
A saída de integrantes de conselhos da Tupy levou o BNDESPar a pedir a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária para indicar novos nomes. Como o atual conselho foi eleito por voto múltiplo, a eventual AGE pode resultar na eleição de todo o colegiado
Natal combina com chocolate? Veja quanto custa ter uma franquia da incensada Cacau Show e o que é preciso para ser um franqueado
A tradicional rede de lojas de chocolates opera atualmente com quatro modelos principais de franquia
Energisa (ENGI3) avança em reorganização societária com incorporações e aumento de capital na Rede Energia
A Energisa anunciou a aprovação de etapas adicionais da reorganização societária do grupo, com foco na simplificação da estrutura e no aumento da eficiência operacional
Sinal verde no conselho: Ambipar (AMBP3) aprova plano de recuperação judicial
Conselho de administração aprovou os termos do plano de recuperação do Grupo Ambipar, que já foi protocolado na Justiça, mas ainda pode sofrer ajustes antes da assembleia de credores
AZUL4 com os dias contados: Azul convoca assembleias para extinguir essas ações; entenda
Medida integra o plano de recuperação judicial nos EUA, prevê a conversão de ações preferenciais em ordinárias e não garante direito de retirada
Totvs (TOTS3) acerta aquisição da empresa de software TBDC, em estratégia para fortalecer presença no agro
Negócio de R$ 80 milhões fortalece atuação da companhia no agronegócio e amplia oferta de soluções especializadas para o setor
Entre dividendos e JCP: Suzano (SUZB3), Isa (ISAE4), Porto Seguro (PSSA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam pacote bilionário aos acionistas
Dividendos, JCP e bonificações movimentam quase R$ 4 bilhões em operações aprovadas na última sexta-feira antes do Natal
‘Socorro’ de R$ 10 bilhões à Raízen (RAIZ4) está na mesa da Cosan (CSAN3) e da Shell, segundo agência
Estresse no mercado de crédito pressiona a Raízen, que avalia aporte bilionário, desinvestimentos e uma reestruturação financeira com apoio dos controladores
WEG (WEGE3) abre o cofre e paga R$ 5,2 bilhões em dividendos
Os proventos autorizados nesta sexta-feira (19) serão divididos em três parcelas anuais de R$ 1,732 bilhão cada; confira os detalhes
Embraer (EMBJ3) testa protótipo de “carro voador” elétrico e inicia fase de certificação; ações chegam a subir 3%
Aeronave eVTOL da Eve Air Mobility inicia campanha de certificação com quase 3 mil encomendas; ações da Embraer avançam após voo inaugural
Raízen (RAIZ4) acelera desinvestimentos e vende carteira de comercialização de energia para Tria Energia, da Patria Investimentos
O negócio envolve o portfólio de contratos de trading de energia mantido pela Raízen no mercado livre; entenda
Mais um presente aos acionistas: Axia Energia (AXIA6) vai distribuir R$ 30 bilhões em bonificação com nova classe de ações
A distribuição ocorrerá com a criação de uma nova classe de ações preferenciais, a classe C (PNC). Os papéis serão entregues a todos os acionistas da Axia, na proporção de sua participação no capital social
Do campo de batalha ao chão da sala: a empresa de robôs militares que virou aspirador de pó — e acabou pedindo falência
Criadora dos robôs Roomba entra em recuperação judicial e será comprada por sua principal fabricante após anos de prejuízos
É para esvaziar o carrinho: o que levou o JP Morgan rebaixar o Grupo Mateus (GMAT3); ações caem mais de 2%
Embora haja potencial para melhorias operacionais, o banco alerta que o ruído de governança deve manter a ação da varejista fora do radar de muitos investidores
