Bradesco (BBDC4) tem lucro de R$ 19,6 bilhões em ano de reestruturação; resultado do 4T24 fica pouco acima do esperado
No quarto trimestre, o lucro recorrente do Bradesco foi de R$ 5,402 bilhões; rentabilidade segue abaixo dos concorrentes privados

No meio de uma ampla reestruturação, o Bradesco (BBDC4) segue na trajetória de recuperação dos resultados. O segundo maior banco privado brasileiro registrou lucro líquido de R$ 19,6 bilhões em 2024.
O número representa uma alta de 20% em relação a 2023, ano que foi marcado pela mudança do CEO em meio a uma série de resultados ruins, com aumento da inadimplência e perda da rentabilidade.
"Em 2025, aceleraremos em todas as frentes. Nosso escritório de transformação está a pleno vapor”, afirmou Marcelo Noronha, CEO do Bradesco.
No quarto trimestre de 2024, o lucro recorrente do Bradesco foi de R$ 5,402 bilhões, um forte avanço de 87,7% em relação ao mesmo período de 2023.
- SAIBA MAIS: Esta ação brasileira é uma boa pagadora de dividendos, está barata e pode se beneficiar de incentivos do governo Trump; veja a tese completa do papel
O resultado trimestral veio pouco acima das projeções do mercado, que apontavam para um lucro de R$ 5,315 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
A trajetória de recuperação dos resultados do banco também se reflete no retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). De fato, o indicador de rentabilidade alcançou 12,7% nos últimos três meses de 2024. Ou seja, avanço de 0,3 ponto percentual no trimestre e de 5,8 pontos na comparação anual.
Leia Também
Apesar da melhora, o Bradesco segue atrás dos principais concorrentes privados. A rentabilidade do Itaú, por exemplo, alcançou 22,1% no quarto trimestre e a do Santander foi de 17,6%.
LEIA TAMBÉM:
- Itaú (ITUB4) lucra R$ 10,88 bilhões no 4T24 e anuncia dividendos extraordinários e recompras de R$ 18 bilhões
- Santander Brasil (SANB11) tem lucro de R$ 13,8 bilhões em 2024; resultado do 4T24 fica acima das projeções
Bradesco (BBDC4): desempenho no crédito
Entrando nas principais linhas do resultado do quarto trimestre, a margem financeira do Bradesco somou R$ 16,995 bilhões no quarto trimestre, um crescimento de 5,4% em relação ao mesmo período de 2023.
No ano, contudo, a linha que inclui as receitas com crédito menos os custos de captação acumulou queda de 2,3%. Assim, ficou abaixo da projeção da administração (guidance), que apontava para uma alta de 3% a 7%.
O banco atribui o desempenho à estratégia de crescer mais em linhas com garantia, que possuem spreads menores. Desse modo, a margem mais fraca acabou compensada pelas menores despesas com provisões para calotes.
No ano, as provisões atingiram R$ 29,7 bilhões — isto é, bem abaixo do guidance do banco, que estimava um custo de R$ 35 bilhões a R$ 39 bilhões com crédito em 2024.
Especificamente no quarto trimestre, as provisões recuaram em 29,1% em relação ao mesmo período de 2023, a R$ 7,460 bilhões.
O Bradesco encerrou o ano com uma carteira de crédito ampliada de R$ 981,7 bilhões. Trata-se de uma alta de 4% no trimestre e de 11,9% em 12 meses.
O desempenho nesse caso ficou acima do guidance, que apontava para um avanço entre 7% e 11% do saldo de financiamentos em 2024.
Enquanto isso, o índice de inadimplência acima de 90 dias na carteira do Bradesco fechou o quarto trimestre em 4%. Trata-se de uma queda de 0,2 ponto percentual em relação a setembro e de 1,1 ponto na comparação com o fim do ano anterior.
Tarifas e despesas
A melhora das receitas com a cobrança de tarifas e prestação de serviços também contribuiu para o resultado do Bradesco. No quarto trimestre, elas somaram R$ 10,262 bilhões, alta de 13,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Do lado das despesas operacionais, houve um aumento de 9,9%, para R$ 16,418 bilhões. No ano como um todo, houve um avanço de 9,3% -- acima do guidance do banco, que apontava para um avanço de até 9%.
Mas o estouro ocorreu em razão da incorporação da Cielo no ano passado. Ou seja, sem esse efeito o Bradesco teria cumprido a projeção para o ano.
O que esperar para 2025
Junto com o balanço, o Bradesco divulgou as estimativas da administração (guidance) para os resultados deste ano. Os números sugerem uma desaceleração no ritmo do banco, em meio ao atual cenário de alta da taxa básica de juros (Selic). Veja a seguir as projeções:
- Carteira de Crédito Expandida: alta de 4% a 8%
- Margem Financeira Líquida (Margem Financeira Total – PDD Expandida): R$ 37 bi a R$ 41 bi
- Receitas de Prestação de Serviços: alta de 4% a 8%
- Despesas Operacionais (Pessoal + Administrativas + Outras): alta de 5% a 9%
- Resultado das Operações de Seguros, Previdência e Capitalização: alta de 6% a 10%
“Nossa carteira de crédito crescerá em linha com o mercado em 2025. Nossa opção é por garantir a sustentabilidade da nossa jornada, evoluindo com segurança e mantendo o custo de crédito sob controle”, disse o CEO do Bradesco.
- VEJA TAMBÉM - Onde Investir em fevereiro: recomendações gratuitas em ações, criptomoedas, FIIs, pagadoras de dividendos e investimentos internacionais. Confira abaixo:
A Ambipar (AMBP3) não vai parar de cair? Ações derretem quase 60% enquanto mercado tenta rastrear onde está o caixa da empresa
Enquanto tenta reestruturar as finanças em crise sem recorrer à recuperação judicial, a Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado
Minerva (BEEF3) sob a lupa de BTG, XP e BofA: analistas avaliam “janela de oportunidade” descrita pelo CEO, mas mantêm cautela
Bancos citam expansão em novos mercados e potencial de desalavancagem, mas alertam para riscos para o fluxo de caixa livre
Alívio para o BRB (BSLI4): com polêmica compra do Master fora do jogo, Moody’s retira alerta de rebaixamento
Com o sinal vermelho do BC para a aquisição de ativos do Master pelo BRB, a Moody’s confirmou as notas de crédito e estabeleceu uma perspectiva estável para o Banco de Brasília
SLC Agrícola (SLCE3) divulga novo guidance e projeta forte expansão na produção — mas BTG não vê gatilhos no horizonte de curto prazo
Apesar do guidance não ter animado os analistas, o banco ainda mantém a recomendação de compra para os papéis
Ações da Santos Brasil (STBP3) dão adeus para a bolsa brasileira nesta sexta-feira (3)
A despedida das ações acontece após a conclusão de compra pela francesa CMA Terminals
OpenAI, dona do ChatGPT, atinge valor de US$ 500 bilhões após venda de ações para empresas conhecidas; veja quais
Funcionários antigos e atuais da dona do ChatGPT venderam quase US$ 6,6 bilhões em ações
Mercado Livre (MELI34) é o e-commerce favorito dos brasileiros, segundo UBS BB; Shopee supera Amazon (AMZO34) e fica em segundo lugar
Reputação e segurança, custos de frete, preços, velocidade de entrega e variedade de produtos foram os critérios avaliados pelos entrevistados
‘Novo Ozempic’ chega ao Brasil graças a parceira entre farmacêuticas
Novo Nordisk e Eurofarma se unem para lançar no Brasil o Poviztra e o Extensior, versões injetáveis da semaglutida voltadas ao tratamento da obesidade
Ambipar (AMBP3) volta a desabar e chega a cair mais de 65%; entenda o que está por trás da queda
Desde segunda-feira (29), a ação já perdeu quase 60% no valor. Com isso, o papel, uma das grandes estrelas em 2024, quando disparou mais de 1.000%, voltou ao patamar de um ano atrás
Banco do Brasil alerta para golpes em meio a notícias sobre possível concurso
Comunicado oficial alerta candidatos, mas expectativa por novo concurso cresce — mesmo sem previsão confirmada pelo banco
De São Paulo a Wall Street: Aura Minerals (AURA33) anuncia programa de conversão de BDRs em ações na Nasdaq
Segundo a empresa, o programa faz parte da estratégia de consolidar e aumentar a negociação de suas ações na bolsa de Nova York
Oncoclínicas (ONCO3) traça planos para restaurar caixa e sair da crise financeira. Mercado vai dar novo voto de confiança?
Oncoclínicas divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos anos. Veja o que esperar da rede de tratamentos oncológicos
Mais uma derrota para a Oi (OIBR3): Justiça nega encerrar Chapter 15 nos EUA. O que isso significa para a tele?
Para a juíza responsável pelo caso, o encerramento do processo “não maximizará necessariamente o valor nem facilitará o resgate da companhia”; entenda a situação
Oi (OIBR3) falha na tentativa de reverter intervenção na alta gestão, mas Justiça abre ‘brecha’ para transição
A decisão judicial confirma afastamento de diretores da empresa de telecomunicações, mas abre espaço para ajustes estratégico
Retorno da Petrobras (PETR3, PETR4) à distribuição é ‘volta a passado não glorioso’ e melhor saída é a privatização, defende Adriano Pires
Especialista no setor de energia que quase assumiu o comando da petroleira na gestão Bolsonaro critica demora para explorar a Margem Equatorial e as MPs editadas pelo governo para tentar atrair data centers ao país
Diretora revela os planos do Bradesco (BBDC4) para atingir 1 milhão de clientes de alta renda no Principal até 2026
Ao Seu Dinheiro, Daniela de Castro, diretora do Principal, detalhou os pilares da estratégia de crescimento do banco no segmento de alta renda
WEG (WEGE3) vive momento sombrio, com queda de 32% em 2025 e descrença de analistas; é hora de vender?
Valorização do real, tarifas de Trump e baixa demanda levam bancos a cortarem preços-alvos das ações da WEG
A Oi (OIBR3) vai falir? Decisão inédita no Brasil pôs a tele de cara com a falência, mas é bastante polêmica; a empresa recorreu
A decisão que afastou a diretoria da empresa e a colocou prestes a falir é inédita no Brasil e tem como base atualização na Lei das Falências; a Oi já recorreu
Azul (AZUL4) apresenta números mais fracos em agosto, com queda na receita líquida e no resultado operacional; entenda o que aconteceu
A companhia aérea, que enfrenta uma recuperação judicial nos Estados Unidos, encerrou agosto com R$ 1,671 bilhão no caixa
Dasa (DASA3) se desfaz de operações ‘prejudiciais à saúde’ e dispara até 10% na bolsa; o que avaliam os analistas?
Ações da rede ficaram entre as maiores altas da B3 após o anúncio da venda das suas operações na Argentina por mais de R$ 700 milhões