Santander Brasil (SANB11) supera expectativas com lucro de R$ 4 bilhões e ROE de 17,5% no 3T25; confira os destaques do balanço
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) encerrou o trimestre em 17,5%, também acima das projeções; veja os destaques
O Santander Brasil (SANB11) superou as expectativas do mercado com o balanço do terceiro trimestre de 2025 (3T25). O lucro líquido gerencial chegou a cerca de R$ 4,01 bilhões, um aumento de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado e de 9,6% em comparação com o trimestre passado.
O montante veio acima das expectativas do mercado, que esperava um lucro médio de R$ 3,724 bilhões, segundo o consenso da Bloomberg.
"Mantemos nosso compromisso pela busca de um resultado sustentável de longo prazo, por meio de um balanço sólido e diversificado, impulsionados por uma obsessão pela excelência da experiência de nossos clientes", afirmou Gustavo Alejo, diretor financeiro (CFO) do Santander, em nota no balanço.
Por sua vez, o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) encerrou o trimestre em 17,5% — também acima das projeções, de 16,3%.
- LEIA TAMBÉM: Tenha acesso às recomendações mais valorizadas do mercado sem pagar nada; veja como receber os relatórios semanais do BTG Pactual com o Seu Dinheiro
O resultado representa uma alta de 1,2 ponto percentual em relação aos 16,4% registrados no trimestre anterior, mas ainda acima da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 15% ao ano.
"Seguimos caminhando na evolução consistente de nossa rentabilidade, com disciplina na alocação de capital, pautados por nossos pilares estratégicos e na transformação constante, mesmo diante de um ambiente macroeconômico mais desafiador", disse o CEO do Santander, Mario Leão, em nota no balanço.
Leia Também
Vale lembrar que a divisão brasileira do banco espanhol vem em trajetória de recomposição da rentabilidade desde que atingiu a pior fase no fim de 2022, a 8,3%, após o calote decorrente da fraude contábil multibilionária da Americanas (AMER3).
Outros destaques do balanço do Santander (SANB11) no 3T25
A margem financeira — o indicador que reflete a receita com crédito menos os custos de captação — do Santander apresentou estabilidade na comparação anual, com leve retração de 0,1% em relação aos últimos 12 meses, e queda de 1,2% frente ao último trimestre, para R$ 15,2 bilhões.
Enquanto isso, a margem financeira com o mercado — que mede a remuneração do banco com as operações de tesouraria — foi negativa em R$ 1,3 bilhão, uma piora de 84,5%% frente ao trimestre anterior e revertendo o resultado positivo de R$ 325 milhões de um ano antes. Segundo o banco, o indicador foi impactado pelo maior número de dias úteis e pela sensibilidade negativa ao aumento dos juros.
Já a margem com clientes teve crescimento de 11,1% em relação ao ano anterior e de 2,7% na base trimestral, para R$ 16,6 bilhões. O indicador foi beneficiado pelo maior número de dias e pelo mix e disciplina de preços, contribuindo para o aumento do spread, de acordo com o Santander.
Enquanto isso, a carteira de crédito ampliada do banco cresceu 3,8% em comparação com o mesmo período de 2024 e 2% em relação ao trimestre anterior, para R$ 688,8 bilhões.
O portfólio foi impulsionado principalmente por pequenas e médias empresas (PMEs), que avançou 3,6% no trimestre, e grandes empresas, que cresceu 4,8%, especialmente nas linhas de risco sacado e capital de giro.
Santander: foco em inadimplência e provisões
Nos níveis de inadimplência (NPLs), o Santander continuou sob pressão no índice de devedores acima de 90 dias, com leve alta de 0,1 ponto percentual na comparação anual e de 0,3 p.p no trimestre, atingindo 3,4%.
Segundo o Santander, a inadimplência de longo prazo foi atrapalhada pelo desempenho da carteira de Pessoa Física (PF), pelo segmento de menor renda, e de Pessoa Jurídica, que também foi impulsionada principalmente pelos segmentos de menor faturamento.
Mas a inadimplência de curto prazo chama atenção, especialmente entre pessoas físicas e grandes empresas. O indicador de 15 a 90 dias chegou a 3,9%, alta de 0,3 p.p em relação a 2024, mas queda de 0,2 p.p na comparação com o último trimestre, ajudado pela melhora sequencial em Pessoa Física.
De acordo com o Santander, a estratégia mais conservadora, concentrando o crescimento da carteira de crédito PF em clientes de alta renda, ajudou a mitigar parte do efeito negativo no trimestre. "Estamos focados na qualidade e rentabilidade das nossas operações de crédito por meio de crescimento seletivo e favorecendo o relacionamento completo com nossos clientes."
"No crédito, seguimos com a mesma disciplina na alocação de capital, priorizando ativos de maior rentabilidade e qualidade", disse o CEO do Santander. "Estamos fortalecendo nosso balanço e construindo um portfólio cada vez mais resiliente para 2026."
O indicador de "NPL formation", que é a variação do saldo de créditos em atraso, somou R$ 6,64 bilhões, um aumento de 1,1% no trimestre e de 12,5% no ano.
Em relação à carteira de crédito, o NPL formation atingiu 1,23%, aumento de 0,03 p.p. no trimestre. O banco atribui o desempenho à rolagem de parte dos atrasos do primeiro semestre de 2025.
Já as provisões para devedores duvidosos (PDD) encolheram 4,9% no comparativo anual, mas aceleraram 10,9% frente ao segundo trimestre, totalizando R$ 6,52 bilhões em perdas previstas no crédito ao fim do terceiro trimestre.
Segundo o Santander, o aumento das provisões contra calotes é reflexo tanto do cenário macroeconômico, já que os juros altos costumam elevar o nível de endividamento das famílias e aumentar os pedidos de recuperação judicial, como da implementação da Resolução 4.966 do Banco Central, em janeiro deste ano. Você confere aqui o que é a resolução e por que ela tende a chamar mais provisões nos balanços dos bancos.
Mas, ainda de acordo com o banco, em setembro, apenas 18,1% da exposição de crédito estava concentrada nos 100 maiores devedores, no total de R$ 125,2 bilhões.
Receitas e despesas
A cobrança de tarifas gerou ao Santander um total de R$ 5,55 bilhões em comissões, um avanço 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado, ajudadas por maiores receitas nas linhas de cartões, seguros e mercado de capitais.
Por sua vez, as despesas gerais tiveram leve expansão de 0,2% na base trimestral, encerrando o período em R$ 6,42 bilhões, impactadas pelos maiores investimentos em tecnologia.
Crise no Banco Master pode gerar risco sistêmico? Campos Neto diz que não — e revela qual o real perigo
A crise do Banco Master gerou temores no mercado financeiro, mas segundo Roberto Campos Neto, o episódio não representa um risco sistêmico; entenda
ChatGPT Go: versão de assinatura mais barata da ferramenta chega ao Brasil com opção gratuita para clientes Nubank
A OpenAI lança no Brasil o ChatGPT Go, uma versão mais acessível da ferramenta de inteligência artificial, com preços 65% mais baixos que o plano Plus. Em parceria com o Nubank, a novidade oferece assinaturas gratuitas de até 1 ano para clientes do banco
MBRF e os sauditas: um negócio promissor e uma ação que dispara 20% — o que fazer com MBRF3 agora?
Pelo segundo dia seguido, as ações da MBRF subiram forte na bolsa na esteira do anúncio da joint venture com a HPDC, subsidiária integral do fundo soberano da Arábia Saudita
Amazon quer cortar 14 mil cargos na área corporativa — e as demissões podem estar só começando na big tech
Com a inteligência artificial e robôs ganhando espaço, a Amazon inicia um plano de reestruturação que pode transformar a forma como a empresa opera — e afeta milhares de empregos.
Por que o mercado já não espera muito do balanço do Santander Brasil (SANB11) no 3T25? Veja as apostas dos analistas
Primeiro grande banco a abrir os números do 3T25, o Santander deve mostrar melhora gradual — mas com riscos persistentes. Veja as apostas do mercado
Se tudo der certo para a Petrobras (PETR4), Margem Equatorial pode acrescentar quase R$ 420 bilhões ao PIB do Brasil, diz gerente da estatal
Após anos de disputa por licença ambiental, estatal aposta no potencial da região para impulsionar o desenvolvimento e garantir autossuficiência energética
Brasil depende demais do agro, diz CEO da JBS (JBSS32) — que alerta para os riscos implícitos
O CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, defendeu a diversificação da economia brasileira e alertou para um cenário global cada vez mais fragmentado
Em meio a possível venda à J&F, Eletronuclear vê risco de ‘colapso financeiro’ e pede ajuda de R$ 1,4 bilhão ao governo Lula, diz jornal
O alerta da estatal é o mais recente de uma série de pedidos de socorro feitos ao longo dos últimos meses
Dividendos gordos? Petrobras (PETR4) pode pagar nova bolada aos acionistas — e bancos já calculam quanto vem por aí
Com avanço na produção do terceiro trimestre, mercado reacende apostas em dividendos fartos na petroleira. Veja as projeções
Com vitória da Ambipar (AMBP3) na Justiça, ações disparam; como fica o investidor?
O investidor pessoa física pode ser tanto detentor de ações da companhia na bolsa quanto de debêntures da empresa. Veja quando e se ele pode recuperar o dinheiro investido
B3 (B3SA3) recebe mais um auto de infração da Receita Federal referente a amortização de ágio na incorporação da Bovespa Holding
Dona da bolsa já obteve decisões favoráveis do CARF cancelando autos de infração anteriores que questionavam a amortização do ágio em outros anos
BTG Pactual lança o BTG Pay e abre lista de espera para maquininha própria, marcando estreia no segmento de adquirência
De olho nos clientes pessoa jurídica, BTG lança maquininha de cartão e solução de pagamentos integradas ao app BTG Empresas
MBRF (MBRF3) lança Sadia Halal, maior empresa de frango halal do mundo, e mira IPO em 2027; ações disparam
A dona da Sadia e Perdigão e a subsidiária do fundo soberano da Arábia Saudita, anunciam a expansão de sua joint venture para conquistar mercado de alimentação voltada para muçulmanos
Banco do Brasil (BBAS3) no fundo do poço e Bradesco (BBDC4) no passo a passo da recuperação: o que esperar dos balanços dos bancos no 3T25
O Santander será o primeiro dos grandes bancos a divulgar o balanço, seguido pelo Bradesco e outros gigantes do setor financeiro brasileiro; veja as previsões do mercado
ANP libera funcionamento de refinaria alvo da Operação Carbono Oculto; ICL manifesta preocupação com o setor
Segundo as investigações, o núcleo principal das atividades criminosas teria se associado ao Grupo Refit
‘COP paralela’ pode ser o reforço que a COP30 precisa para aquecer o debate entre empresas que não vão à Belém
Altos custos, falta de estrutura e desistências não apagam o potencial da conferência para redefinir o papel do país no financiamento climático e na transição ecológica
Ultrapar (UGPA3) abocanha 37,5% de participação na VirtuGNL por R$ 102,5 milhões; entenda o que está em jogo com a aquisição
A VirtuGNL vem se consolidando como referência de soluções de baixo carbono no setor de transporte rodoviário, com foco na substituição do diesel, segundo a Ultrapar
Em recuperação judicial, Americanas (AMER3) busca rotas para o crescimento e lança programa de pontos
O programa “Cliente A” será lançado em três fases e contará com sistema de pontos integrado ao cartão de crédito da marca
Mais uma vitória para a Ambipar (AMBP3): Justiça do Rio de Janeiro prorroga blindagem contra credores
A prorrogação da medida cautelar suspende pagamentos da companhia até que haja uma decisão sobre o pedido de recuperação judicial da Ambipar
Raízen (RAIZ4) amarga downgrade: Fitch corta nota de crédito, e Safra reduz preço-alvo pela metade
A Fitch pretende revisar os ratings da companhia em até seis meses. Já o Safra ainda recomenda a compra das ações
