Após seis anos de vacas magras, Embraer (EMBR3) quer voltar a distribuir dividendos com lucros ainda maiores em 2025
Os acionistas da fabricante de aeronaves vinham experimentando um período mais “amargo” desde o final de 2018, quando a companhia parou de realizar o pagamento de proventos

A Embraer (EMBR3) vem apresentando resultados robustos — e agora quer remunerar seus acionistas. Após números acima do esperado no quarto trimestre de 2024, a empresa anunciou que pretende voltar a distribuir dividendos.
A fabricante de aeronaves vinha experimentando um período de vacas magras desde o final de 2018, quando parou de realizar pagamentos de proventos após apresentar prejuízos pela primeira vez em 21 anos.
Segundo relatório do Goldman Sachs, o diretor de relações com investidores e de fusões e aquisições, Guilherme Paiva, destacou que a empresa pode “começar a pagar dividendos este ano com base no lucro líquido do ano passado, devido a uma mudança de prejuízo líquido acumulado para lucro”.
Já em abril a Embraer terá uma assembleia de acionistas para a aprovação de pagamento obrigatório de 25% no Brasil.
“Se um lucro líquido for registrado para além de 2024, os dividendos poderão ser maiores. O Brasil também possui o mecanismo de juros sobre o capital próprio (JCP), o que pode levar a pagamentos de dividendos mais altos”, informou Paiva.
A indicação de proventos mais gordos vem na esteira do anúncio de que a Embraer pretende impulsionar os lucros em 2025.
Leia Também
Após a declaração, o Goldman Sachs elevou o preço-alvo das ações EMBR3 para os próximos 12 meses, passando de US$ 50 para US$ 54.
- VEJA TAMBÉM: cobertura completa da temporada de balanços - Saiba o que esperar do mercado e como se posicionar
Como a Embraer pretende crescer em 2025?
Segundo o relatório do banco, o que deve fazer a Embraer apresentar resultados ainda mais robustos são os aumentos das margens em todos os segmentos da companhia.
No comercial, a atividade da Embraer permanece forte enquanto o segmento enfrenta período de restrições de ofertas. A empresa revelou que seus jatos comerciais estão esgotados até 2027.
A fabricante também acredita que, com a alta da demanda, as entregas devem retornar aos níveis pré-pandemia e crescer no longo prazo. Além disso, a companhia enxerga que há espaço para preços melhores e alta das margens devido à maior carteira de pedidos (backlog).
Mas não são apenas as margens do segmento comercial que devem avançar.
A fabricante também avalia que há uma alta demanda nas aeronaves executivas e destacou o acordo recente com a Flexjet, que inclui um pedido de 182 aeronaves e 30 opções, além de uma oferta de serviços e suporte.
A operação foi realizada em fevereiro deste ano e teve um valor total de US$ 7 bilhões. O acordo é o maior já registrado pela companhia.
Além disso, a Embraer espera que as receitas de defesa aumentem, uma vez que a composição das entregas será alterada do Brasil para entregas internacionais, que possuem margens mais altas.
A companhia também projeta uma forte demanda por serviços e surporte. Em 2024, a fabricante registrou aproximadamente US$ 40 milhões em receita por meio da OGMA, empresa de manutenção aeroespacial na qual a Embraer detém participação majoritária.
A expectativa é que a companhia gere cerca de US$ 150 milhões em 2025, US$ 250 milhões em 2026 e US$500 milhões em 2028.
A Embraer espera ainda que a conversão do fluxo de caixa livre (FCL) melhore ao longo do tempo e mantém a meta de converter 50% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em FCL.
Na avaliação do Goldman Sachs, a conversão é “fundamental para a saúde financeira e para a possibilidade de futuros pagamentos de dividendos”.
Riscos para a fabricante
Apesar das projeções positivas, a Embraer pode enfrentar resistências. Segundo o Goldman Sachs, há alguns pontos de atenção para a fabricante.
O relatório indica que as margens do segmento de jatos executivos podem sofrer pressões em 2025 por conta do mix de produtos. Isso porque a companhia indicou que o modelo Praetor 500, que apresenta maior proporção de entregas, possui uma margem ligeiramente abaixo da média.
O banco ainda indica que as flutuações no câmbio podem pesar sobre o negócio da companhia. Vale lembrar que o lucro líquido do quarto trimestre de 2024 foi prejudicado por conta da depreciação do real contra o dólar.
Além disso, pressões na demanda por jatos executivos e regionais, em conjunto com um cenário mais resistente no segmento de defesa no Brasil, podem representar riscos para a companhia.
Vem aí um novo mercado para a Embraer?
Não é apenas o Goldman Sachs que vê as ações da companhia brilhando na bolsa. O Itaú BBA reafirmou a recomendação de compra da EMBR3 após reunião com o time de relação de investidores da rival Airbus.
A companhia ressaltou o expertise tecnológico para a entrada em um segmento ainda não explorado pela Embraer e que pode destravar ainda mais valor para as ações: o de jatos de grande porte.
A fabricação dessas aeronaves colocaria a empresa na disputa com a Airbus e a Boeing.
Porém a possibilidade de expansão não parece assustar a sua rival. Na avaliação da Airbus, a Embraer ainda enfrenta alguns entraves. Isso porque a empresa precisaria de 7 a 8 anos para lançar um novo produto no mercado.
Assim, considerando a rápida evolução tecnológica, se a empresa se preparar para um lançamento na categoria, pode rapidamente se tornar obsoleta. Além disso, qualquer atraso no lançamento pode levar a Embraer a perder as movimentações de seus concorrentes.
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
Ação da Embraer (EMBR3) sobe mais de 3% após China dar o troco nos EUA e vetar aviões da Boeing
Proibição abre espaço para a companhia brasileira, cujas ações vêm sofrendo com a guerra comercial travada por Donald Trump
Mais de 55% em dividendos: veja as empresas que pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 12 meses e saiba se elas podem repetir a dose
Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro, mas que pagaram bons proventos entre abril de 2024 e março de 2025
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio
Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques
Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA
Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana
Nova “vaca leiteira”? Fleury (FLRY3) entra no radar dos analistas como aposta de bons dividendos para 2025 e além
Perspectiva de crescimento de receita, baixo endividamento e boa capacidade de converter lucro operacional em caixa faz da empresa de diagnósticos a nova aposta defensiva para dividendos do BBA e da Empiricus
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) anuncia o pagamento de R$ 1,5 bilhão em proventos; veja quem mais paga
Acionistas que estiverem inscritos nos registros do banco no dia 17 de abril terão direito ao JCP
BofA, Itaú BBA e Santander reforçam recomendação de investimento na Sabesp (SBSP3) após anúncio de precatório bilionário
Segundo os bancos, o acordo com a prefeitura de São Paulo pode resultar numa geração de valor presente líquido que pode representar até 2% do valor de mercado da Sabesp
Dia de ressaca na bolsa: Depois do rali com o recuo de Trump, Wall Street e Ibovespa se preparam para a inflação nos EUA
Passo atrás de Trump na guerra comercial animou os mercados na quarta-feira, mas investidores já começam a colocar os pés no chão
Vale (VALE3) sente os efeitos das tarifas de Trump, mas ação da mineradora pode não sofrer tanto quanto parece
A companhia vem sentindo na pele efeitos da troca da guerra comercial entre EUA e China, mas o Itaú BBA ainda aposta no papel como opção para o investidor; entenda os motivos
Inteligência artificial autônoma abala modelos de negócios das big techs; Google é a que tem mais a perder, mas não é a única, diz Itaú BBA
Diante do desenvolvimento acelerado de agentes autônomos de inteligência artificial, as big techs já se mexem para não perder o bonde
Renda fixa para abril chega a pagar acima de 9% + IPCA, sem IR; recomendações já incluem prefixados, de olho em juros mais comportados
O Seu Dinheiro compilou as carteiras do BB, Itaú BBA, BTG e XP, que recomendaram os melhores papéis para investir no mês
CEO da Embraer (EMBR3): tarifas de Trump não intimidam planos de US$ 10 bilhões em receita até 2030; empresa também quer listar BDRs da Eve na B3
A projeção da Embraer é de que, apenas neste ano, a receita líquida média atinja US$ 7,3 bilhões — sem considerar a performance da subsidiária Eve
Dividendos em risco? O que acontece com a Petrobras (PETR4) se o petróleo seguir em queda
A combinação do tarifaço de Trump com o aumento da produção da Opep+ é perigosa para quem tem ações da petroleira, mas nem tudo está perdido, segundo o UBS BB
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Equatorial (EQTL3): Por que a venda da divisão de transmissão pode representar uma virada de jogo em termos de dividendos — e o que fazer com as ações
Bancões enxergam a redução do endividamento como principal ponto positivo da venda; veja o que fazer com as ações EQTL3