Selic chega a 14,75% após Copom elevar os juros em 0,5 ponto percentual — mas comitê não crava continuidade do ciclo de alta
Magnitude do aumento já era esperada pelo mercado e coloca a taxa básica no seu maior nível em quase duas décadas
O aumento de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros era dado como certo pelos agentes econômicos e se confirmou. Nesta quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a Selic para 14,75% ao ano.
Esta foi a sexta elevação consecutiva promovida pelo comitê neste ciclo e trata-se do nível mais alto para a Selic desde agosto de 2006, quando a taxa foi reduzida para 14,75% dos 15,25% registrados entre junho e julho daquele ano.
Ainda não se sabe se os juros poderão ultrapassar os 14,75% recém-definidos para chegar ou superar os 15% vistos pela última vez há 20 anos.
- VEJA MAIS: A temporada de balanços do 1T25 começou – veja como receber análises dos resultados das empresas e recomendações de investimentos
No comunicado da decisão de hoje, os membros do Copom optaram por abandonar a orientação futura — o chamado forward guidance —, que indica ao mercado a tendência para os próximos encontros. O texto deixa em aberto a possibilidade de novos aumentos ou pausa no ciclo restritivo atual.
A edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal do BC com economistas de mercado, revisou pela primeira vez, depois de 16 semanas, a taxa terminal da Selic ao fim de 2025 para 14,75%, dos 15% fixados anteriormente.
A revisão, entretanto, acompanha uma sinalização que o mercado já tinha dado na curva de juros futuros, com o fechamento das taxas curtas e longas nas últimas semanas.
Leia Também
- LEIA TAMBÉM: Não vai meter a colher onde não é chamado: Fed mantém taxa de juros inalterada e desafia Trump
De olho na inflação
No comunicado da decisão, o Copom afirma que o cenário externo e local estão impactando as expectativas dos agentes econômicos, e os riscos para a inflação, de alta e de baixa, estão "mais elevados do que o usual".
No cenário externo, a atenção é com o desenvolvimento da política comercial e tarifária dos Estados Unidos. Por aqui, a política fiscal é o problema.
"O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta", diz o comunicado.
O risco altista para a inflação, segundo os diretores do BC, são a desancoragem das expectativas por um período prolongado, a resiliência da inflação de serviços e a soma dos cenários externo e local pressionando os preços mais do que o esperado.
Mas tem também os fatores que podem ajudar no trabalho do Copom. Os diretores monitoram uma eventual desaceleração econômica global, o nível de desaceleração da atividade local e a redução nos preços das commodities.
Selic vai chegar a 15% ao ano?
Apesar da persistência da inflação que vem sendo destaca há várias reuniões, a recente perspectiva de desaceleração econômica global, após a imposição de tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve favorecer uma tendência de queda do dólar e desinflação de alguns produtos, de modo que abre espaço para o Copom pelo menos pausar o aumento dos juros.
Em entrevista ao Seu Dinheiro, o ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, afirmou que a desancoragem das expectativas de inflação que levou o Copom a aumentar os juros em novembro passado arrefeceram. Além disso, a economia já dá alguns sinais de desaquecimento.
“Todos são motivos para o BC não precisar mais aumentar tanto assim os juros. Mas são movimentos atrelados à mudança no cenário externo. Isso não pode ser desconsiderado também”, diz Figueiredo.
No comunicado desta quarta-feira, os membros do Copom reiteraram suas preocupações com a inflação resistente, mas, principalmente, com a incerteza do cenário internacional.
"O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária."
Deixar os próximos passos em aberto já era esperado por economistas. Entretanto, isso não significa que os juros ficarão parados no próximo mês, significa que os diretores, de fato, querem deixar as opções em aberto. O comunicado fala em "flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica da inflação".
Para Figueiredo, a mudança na Selic de 14,75% para 15% é pouco significativa na prática. O mais importante, daqui para a frente, é dar tempo para que a política monetária restritiva impacte a economia real da forma que o BC precisa.
O que pensam os especialistas?
Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, também acredita que o nível da taxa terminal neste momento é menos relevante do que a estratégia a ser seguida. O fato do BC ter sinalizado que vai se manter em terreno contracionista por um período prolongado foi bem visto pelo economista.
Embora também concorde com a postura do Copom de manter a política monetária restritiva, Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, vê com preocupação o impacto prolongado na economia real.
"Para a inflação, a alta da Selic ajuda a conter expectativas futuras, mas seu efeito é defasado. O custo desse controle inflacionário é o impacto sobre o crescimento: setores sensíveis ao crédito, como consumo e construção, devem continuar pressionados e esse aumento sinaliza que o ambiente interno segue desafiador", diz Lima.
Os economistas se dividem entre as visões de que o BC pode elevar os juros em mais 0,25 ponto percentual na próxima reunião ou parar os aumentos por aqui. Há unanimidade em relação a necessidade de continuar acompanhando o cenário para entender se os sinais de desaceleração da economia local se intensificam e o que acontece no mundo lá fora.
Para amanhã (8), Marcio Saito, CFO da Entrepay, espera uma abertura de mercado cautelosa, com investidores revendo posições, principalmente no mercado de ações.
"O câmbio deve refletir a pressão sobre o real, com o dólar possivelmente buscando níveis mais elevados, dado o cenário de incertezas externas após a decisão do Fed. O mercado de commodities, especialmente o setor agrícola, pode apresentar volatilidade também", diz.
No mercado de títulos, analistas não esperam muita volatilidade, visto que o aumento já tinha sido precificado.
"Pode haver um ajuste de alta nos vencimentos curtos, uma vez que uma pequena parcela dos investidores esperava um aumento menor, de 0,25 p.p. Na parte longa da curva, pode ocorrer um movimento de fechamento, porém de baixa magnitude, também em razão de ajuste", analisa Camilla Dolle, head de renda fixa da XP.
Com dividendos no radar, Prio (PRIO3) é a queridinha do BTG Pactual, mas preço-alvo cai
A atualização veio na esteira do Investor Day, quando a petroleira forneceu mais detalhes sobre o momentum operacional e as prioridades
Como vai funcionar a renovação automática da CNH para quem é bom motorista
Novas regras da CNH incluem renovação automática para bons condutores, provas mantidas, instrutores autônomos e queda de até 80% no custo da habilitação
'Não devemos ficar em berço esplêndido, temos de fazer um esforço fiscal maior', diz Alckmin
“Nós estamos num momento importante, com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”, afirmou o vice-presidente
Mega-Sena 2949 distribui R$ 20 milhões hoje, mas Timemania rouba a cena e dispara para R$ 61 milhões; veja os prêmios das loterias da Caixa
Confira os valores oferecidos pela Mega-Sena, Timemania, +Milionária, Lotofácil e demais modalidades da Caixa nos sorteios desta terça (9) e quarta-feira (10)
A nova compra do Itaú (ITUB4), que envolve cartões de Casas Bahia (BHIA3), GPA (PCAR3) e Assaí (ASAI3)
O maior banco privado do país adquiriu as participações de três varejistas na Financeira Itaú CBD; entenda a operação
O ano dos bilionários: nunca houve tantos super-ricos quanto em 2025, e eles nunca foram tão endinheirados
Os quase 3 mil bilionários do planeta concentram fortunas de US$ 15,8 trilhões; alta é decorrente do crescimento das empresas ligadas à inteligência artificial
Loterias da Caixa: Quina sorteia R$ 7,5 milhões nesta segunda; Timemania, com R$ 61 milhões, lidera premiações da semana
Com dezembro avançando e a Mega da Virada no horizonte, prêmios se acumulam e movimentam apostadores de todo o país
Super Quarta no radar: EUA e Brasil decidem juros em semana de IPCA; confira a agenda econômica dos próximos dias
O calendário também conta com publicação de dados dos Estados Unidos de meses anteriores, já que a paralisação do governo norte-americano interrompeu a divulgação de indicadores importantes
Representante dos EUA diz que compromissos comerciais da China estão ‘indo na direção certa’
O fluxo entre os dois países já caiu cerca de 25%, afirma o representante comercial dos EUAZ. “Provavelmente precisa ser menor para que não sejamos tão dependentes uns dos outros”
Mega-Sena: Ninguém acerta as seis dezenas e prêmio vai a R$ 20 milhões
Quarenta e dois apostadores acertaram a quina e vão receber, cada um, R$ 42.694,24
Renda da população deve continuar subindo no curto prazo: isso é bom ou ruim para a economia? Veja qual o impacto na inflação e nos juros
Mesmo com desaceleração da atividade econômica, renda deve continuar em alta; no entanto, isso não preocupa tanto os economistas
XP vê início dos cortes da Selic em março, mas não descarta começo mais cedo: sinais são positivos, e um dado atrapalha
Com a desaceleração da inflação e valorização do câmbio, BC pode começar ciclo de cortes da Selic, mas gastos do governo ainda preocupam
Ao Cade, entidades se posicionam contra fusão Petz (PETZ3) e Cobasi, que criaria gigante de R$ 7 bilhões
Além disso, alegam que a fusão Petz-Cobasi eleva em 35% o risco de fechamento de pet shops de bairro
Relator de PL sobre fim da escala 6×1 apresenta novo texto, com jornada de no máximo 40 horas semanais
Prates também colocou um dispositivo que dá a possibilidade de regime de trabalho na escala 4×3, com limite máximo de 10 horas diárias
Metrô de SP testa operação 24 horas, mas só aos finais de semana e não em todas as linhas; veja os detalhes
Metrô de SP amplia operação aos fins de semana e avalia se medida tem viabilidade técnica e financeira
Salário mínimo de 2026 será menor do que o projetado; veja valor estimado
Revisão das projeções de inflação reduz o salário mínimo em R$ 3 a estimativa do piso nacional para 2026, que agora deve ficar em R$ 1.627
A nova elite mundial: em 2025, 196 bilionários surgiram sem herdar nada de ninguém — e há uma brasileira entre eles
Relatório da UBS revela que 196 bilionários construíram fortuna sem herança em 2025, incluindo uma brasileira que virou a bilionária self-made mais jovem do mundo
Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta
O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros
FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado
Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).
