Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale
Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem
A frágil trégua expira e uma maré vermelha se alastra pelo campo de batalha. Ainda que de modo figurativo, é esse o efeito observado nos mercados nas primeiras horas desta sexta-feira (1). O motivo é a guerra comercial de Donald Trump contra o mundo.
As bolsas asiáticas fecharam em queda generalizada, os mercados de ações da Europa iniciaram o dia em baixa e os índices futuros de Wall Street indicam abertura no vermelho nos EUA.
Isso porque a Casa Branca estabeleceu novas tarifas contra mais de 90 países. Elas entram em vigor hoje.
Aqui você confere a lista completa das taxas e dos setores mais afetados pelo tarifaço.
O anúncio coincide com o fim do prazo dado por Trump para que as nações que fazem comércio com os EUA buscassem acordos individuais.
Vizinho dos EUA ao norte, o Canadá viu a tarifa imposta por Trump subir de 25% para 35% — por “inércia”, segundo a Casa Branca. Já o México, vizinho do sul, obteve mais 90 dias de trégua para negociar.
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Trump x Brasil
O Brasil, por sua vez, foi contemplado com uma sobretaxa de 50% — não por razões comerciais, mas políticas.
No entanto, as exceções são tantas que a sobretaxa “básica” de 10% seguirá vigente até 6 de agosto. É o prazo que a alfândega norte-americana pediu para ajustar seus sistemas, informa a BBC.
As taxas adicionais passarão a valer em 7 de agosto. Elas atingirão 35,9% da pauta brasileira de exportações aos EUA, segundo dados citados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin em entrevista à TV Globo.
Chamou a atenção o fato de as exceções ao Brasil abrangerem centenas de produtos.
Uma das empresas beneficiadas por esse movimento foi a Embraer, cujas ações apresentaram forte recuperação nos últimos dias. Mas ela não foi a única a obter alívio. As isenções estendem-se a diversos setores.
Nesse contexto, uma outra empresa que vende quase 30% de sua produção para os EUA viu suas ações caírem quando as sobretaxas foram anunciadas, mas sem que se recuperassem das perdas quando as isenções foram detalhadas.
Na avaliação do colunista Ruy Hungria, esse papel proporciona uma oportunidade de ganhos na bolsa. Isso porque ele ficou barato, tem apresentado bons resultados e conta com forte demanda interna para o caso de Trump mudar de ideia de novo. Tudo isso sem contar os dividendos.
Confira aqui a análise completa do Ruy.
Esquenta dos mercados
O Ibovespa devolveu ontem os ganhos registrados na quarta-feira.
Os investidores repercutiram a manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano e o dia de fraqueza das commodities.
Diante disso, a bolsa fechou julho com o pior desempenho entre os ativos monitorados mensalmente pelo Seu Dinheiro.
Na outra ponta, embora tenha iniciado agosto em forte queda na esteira do tarifaço, o bitcoin liderou os ganhos do mês passado.
O ranking completo você confere no trabalho da Monique Lima.
Por hoje, enquanto o governo brasileiro estuda como reagir ao tarifaço de Trump, a temporada de balanços segue a todo o vapor.
Outros destaques do Seu Dinheiro
- Um dia após confirmar tarifas de 50% sobre o Brasil, governo dos EUA procura Haddad para agendar reunião sobre tarifaço.
- Os bastidores da reunião entre os chanceleres de Brasil e EUA que Eduardo Bolsonaro tentou evitar a todo o custo.
- Ataque de Trump a Alexandre de Moraes pode sair pela culatra, diz The Economist sobre o uso da Lei Magnitsky contra o ministro do STF.
- Trump vai ajudar Lula a se reeleger? Presidente volta a liderar a corrida eleitoral, enquanto Bolsonaro perde impulso em meio ao tarifaço, mostra pesquisa.
- Trump anuncia prorrogação de tarifas contra o México, e dá prazo de 90 dias para fechar novo acordo comercial.
- WEG (WEGE3), Minerva (BEEF3) e mais: qual será o impacto da tarifa de 50% nas empresas e setores que não conseguiram isenção.
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