Rodolfo Amstalden: Eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável
Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa
Quanto mais tempo gastamos com novas teorias, metodologias e inovações, mais deveríamos simplesmente focar nos fundamentos do mercado financeiro. Volatility Clustering, por exemplo, é como Mandelbrot chamava a alternância entre zonas de baixa e alta volatilidade.
Essas últimas, por sua vez, poderiam ser classificadas em volatilidade destrutiva ou construtiva.
Durante a maior parte do tempo, dentro dos clusters, convivemos com uma dinâmica de retroalimentação de tendência, na qual a experiência imediatamente anterior constitui uma proxy bastante razoável para o retorno esperado.
“In financial markets, volatility is like weather: turbulent today, turbulent tomorrow. Calm today, calm tomorrow” – ele gostava de dizer.
- VEJA TAMBÉM: O ‘aspecto positivo’ de investir no Brasil em meio às incertezas econômicas, segundo Felipe Miranda, CEO da Empiricus
De vez em quando, porém, ocorre uma quebra, com timing quase sempre imprevisível, e então trocamos de cluster.
O que era entediante fica excitante.
Leia Também
O que era estressante fica tranquilo.
O que era deprimente fica eufórico.
O que era ruim fica bom.
A volatilidade e a fronteira dos ativos de risco
Embora essas transições sejam marcantes no traço narrativo que construímos para explicar o mundo, Mandelbrot fazia questão de frisar que elas são raras.
Portanto, só podemos consolidá-las de fato algum tempo depois que ocorrem. Seria difícil demarcar uma fronteira com exatidão no mesmo momento em que a atravessamos.
Ainda assim, a contragosto do “Mestre dos Fractais”, eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável agora: o de que acabamos de atravessar uma fronteira de volatility clusters para os ativos de risco domésticos.
Isso, obviamente, está associado às últimas pesquisas políticas no Brasil e à retomada de fluxo internacional para mercados emergentes – ambos fenômenos passíveis de retroalimentação por meio de feedback loops.
Líderes do Centrão começam a ponderar a melhor data de entrega de cargos ao Governo Lula, pois já sentem o cheiro de sangue no ar.
PMEs americanas, Brasil e Índia devem bater o S&P 500, diz o wealth do Citi. E daqui a pouco o wealth do Citi estará ganhando dinheiro, e os outros wealths correrão atrás de seus FOMOs.
Não acho que seja simplesmente um “rali técnico”.
Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa.
PS. Mandelbrot foi provocado algumas vezes por financistas a desenvolver modelos matemáticos capazes de prever o Volatility Clustering, mas ele sabia que essa era uma missão arruinada por natureza. Ele passou a melhor parte de sua vida financeira como professor de Yale, ou sob o guarda-chuva do research lab da IBM, contente com um salário previsível de classe média alta. Calm tomorrow, calm today.
A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros
A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual
Tony Volpon: Bolhas não acabam assim
Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso
As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora
Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?
Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado
Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros
Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo
A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação
Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?
Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.
As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje
Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje
Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado
Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos