🔴 OURO DISPARA 55% EM 2025: AINDA DÁ PARA INVESTIR? – SAIBA COMO SE EXPOR AO METAL

Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard

O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução

6 de outubro de 2025
20:00 - atualizado às 17:46
harvad

Volto de uma semana na Harvard Business School, depois de ter participado do curso de liderança e estratégia com outros 40 sócios do Banco BTG Pactual

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Não sou daqueles que correm para atualizar sua formação acadêmica no LinkedIn, para acrescentar uma suposta titulação em Harvard. Tenho meus momentos ridículos, claro, mas tento, nem sempre com sucesso, preservar certos limites. Ainda assim, me permito incorrer no clichê de publicar aprendizados incorporados no treinamento.

Dados os tempos e movimentos, não poderia ser diferente: o foco do curso esteve na revolução em curso provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução, um tsunami contra o qual precisamos nos adaptar ou morrer.

Como lidar com a nova tecnologia?

Um primeiro ponto fundamental para a verdadeira incorporação da nova tecnologia é que isso requer coragem, liderança e uma espécie de “salto de fé”. Digo isso porque há uma falsa sensação, principalmente entre os incumbentes ou empresas bem estabelecidas, de que adotaremos as ferramentas da vanguarda e, prontamente, toda a produtividade da companhia aumentará. Na prática, porém, funciona de maneira diferente.

Você faz uma determinada coisa direito por anos. O ambiente muda e você precisa se adaptar. É uma ilusão achar que essa mudança estará associada a imediatas melhorias. Conforme você muda e passa a fazer de uma maneira nova, há uma natural curva de aprendizado, em que, numa primeira etapa, perdemos dinheiro, tempo e produtividade, até nos acostumarmos, evoluirmos e sairmos melhores lá na frente. Temos de topar piorar primeiro e isso requer altivez, confiança e credulidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Adoções bem-sucedidas de novas tecnologias em grande escala só acontecem mediante uma associação do “bottom up” com o “top down”, ou seja, a base da pirâmide corporativa (bottom up) é quem conhece os processos e as tarefas cotidianas em detalhes. As medidas práticas e efetivas pormenorizadas precisam estar empenhadas nesse nível.

Leia Também

Ao mesmo tempo, se não houver um direcionamento formal e estimulante vindo das lideranças e do top management da companhia, dificilmente os colaboradores terão o conforto psicológico e material de testar novas ferramentas, rotinas e tecnologias. E quando o tiverem, podem fazê-lo de forma descoordenada. Todos precisam alinhar-se numa determinada direção, a partir de uma filosofia de testes, tentativa e erro, sabendo que alguns passos atrás precisam ser dados antes de um grande salto para frente.

Primeiro, uma mudança de filosofia

Antes dos passos pragmáticos, precisamos de uma mudança de filosofia, portanto. Os erros vão acontecer. Não há razão para punir os erros e penitenciar aqueles que tentaram. É aprender com o erro e seguir em frente. Ele é parte intrínseca ao processo. 

A nova ferramenta permite testes em cima dos dados. Por definição, nem todos os testes vão dar certo. Então, havemos de falhar rápido, pois isso significa falhar pequeno — dá pra bater o carro, não dá pra cair de avião.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • LEIA TAMBÉM: Onde investir em outubro? O Seu Dinheiro reuniu os melhores ativos para ter na carteira neste mês; confira agora gratuitamente

E manter um “human in the loop”, um colaborador para monitorar, ao menos por um tempo, os desdobramentos e as sugestões advindas da automação. Não é a máquina contra o homem, é uma associação das duas coisas. Os seres humanos não serão necessariamente substituídos pela tecnologia, mas eles correm sérios riscos de, sem adaptação ao novo, serem trocados por um ser humano atrelado à IA generativa — aí fica difícil a competição.

Com a filosofia certa, há de se manter uma coesão de modo a organizar, centralizar e unificar os dados num único “datalake”, acessível para toda companhia, respeitados critérios de compliance e layers (níveis) de acesso conforme a senioridade. Essa é a única forma de manter uma visão holística, pormenorizada e única do cliente. Só assim podemos ter a exata dimensão de qual será, de toda a empresa e das possibilidades de cross sell ou upsell daquela contraparte, a melhor abordagem possível. A alternativa, em que cada unidade de negócios tem seus dados e suas iniciativas, sempre vai funcionar de maneira subótima, pois não se tem acesso a todos os dados e comportamentos do respectivo cliente.

A partir do bom tratamento e da boa governança sobre os dados, podemos personalizar a experiência do usuário sem a necessidade de um exército de pessoas na área de atendimento ou do corpo de vendas. O próprio modelo cospe sugestões de forma automatizada e digital, reduzindo de maneira dramática o custo de servir.

Assim, temos melhorias de produtividade, ganhos de eficiência e possibilidade de exploração de mercados anteriormente inacessíveis. Se você é uma empresa que atua no atacado para grandes corporações, possivelmente não conseguiria descer para camadas mais baixas da pirâmide de maneira analógica. Com tecnologia, dados e personalização, talvez isso se torne plausível.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segredos de uma mudança organizacional

Uma forma esquemática e simples de promover a mudança organizacional é submeter-se sempre ao trinômio: capacidade, motivação e licença (este último entendido como o escopo de atuação permitido ao colaborador).

O sujeito precisa ter a capacidade de realizar a nova tarefa, estar devidamente motivado e com os alinhamentos corretos para atuar na direção pretendida pela organização e ter a licença (o mandato) para fazê-lo.

Embora as possibilidades de realização e ganhos de produtividade sejam formidáveis à frente, há uma série de riscos e questões em aberto envolvendo a IA generativa. É difícil contemplarmos a real fronteira de atuação dos modelos — se eles são capazes de aprender e decidir sozinhos, poderiam irromper-se contra as motivações originais do programador.

Há “alucinações" conhecidas e mapeadas, algumas já até documentadas — ficou famosa reportagem do NYT, do jornalista Kevin Roose em que o modelo do Bing se diz apaixonado pelo interlocutor e tenta demovê-lo do atual casamento, afirmando também que sua intenção mais visceral seria destruir outros modelos de IA, corromper campanhas políticas, estimular genocídios, etc.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Yuval Harari também tem sido bastante vocal em alertar para os riscos sociais de caminharmos em direção a uma sociedade dividida, com uma clivagem clara entre aqueles capazes de se associar aos modelos mais potentes de IA e os demais. Formaríamos assim um exército de incapacitados, sem possibilidades de competir e integrar-se aos demais. Seria um verdadeiro apartheid social, com uma primeira turma de quase cyborgs (associação homem máquina) e outra de seres humanos “inúteis" para o mercado de trabalho. 

Outro risco grande é de uma inteligência artificial se empoderar do controle e da difusão da informação, sobretudo na esfera política e social. Isso daria margem para uma nova forma de ditadura, pois quem controla o fluxo de informação e da narrativa acaba dominando o poder político.

Fora de cenários mais apocalípticos, as cadeias de suprimento, tal como conhecimentos, estão sob forte ameaça. Se o Google tem capacidade de pesquisa, clientes e uma base de dados incomparável, talvez ele possa penetrar a indústria farmacêutica (na verdade, já está em curso essa iniciativa), sem que os atuais incumbentes consigam competir à altura. Sobraria para eles apenas a comercialização e distribuição de produtos — ou talvez nem isso (veja a tentativa do Mercado Livre de entrar no ramo de farmácias).

Analogamente, o Uber Eats poderia montar seus próprios supermercados, dado seu conhecimento de hábitos de compra dos consumidores. Ou o iFood poderia criar seus “dark kitchens”. Por aí vai… As possibilidades de verticalização das cadeias sob a liderança das Big Techs são imensas. Talvez por isso seus valuations pareçam, sob determinadas métricas, um tanto esticados e assim precisem ficar mesmo, pois contemplam uma série de externalidades e opcionalidades positivas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que vai sobreviver à revolução?

Diante de tantas mudanças, o que vai resistir? Quais qualidades pessoais serão preservadas nesse novo ambiente? A imagem abaixo oferece um bom resumo. Inteligência emocional, liderança, habilidades interpessoais e colaborativas, pensamento crítico, capacidade de aprendizado constante, treinamento digital (no sentido da possibilidade de conversar com as ferramentas de IA), resiliência e integridade devem ser valorizados.

Na minha volta, fiquei pensando bastante sobre o que poderia ser a verdadeira fonte de diferenciação na era da IA generativa. Cada vez mais me convenço de que isso decorre de pessoas extraordinárias, na liderança e também no restante do quadro de colaboradores. Pessoas extraordinárias fazem coisas extraordinárias. E, obviamente, essas não são ordinárias, comuns, frequentes. Elas são eventos raros. Não há muitos dados sobre eventos raros porque eles são… raros. Então, sem uma boa amostra, não há como a IA atuar sobre a extraordinariedade. Aí reside a fonte da liderança futura.

PS.: É sempre constrangedor falar sobre BTG Pactual, dado meu óbvio conflito de interesses. Sempre me pergunto se devo ou não falar sobre BPAC11. Sob o imperativo talebiano de “não me fale o que fazer com meu portfólio, me fale o que você está fazendo com o seu”, dado que sou acionista e que as units representam parte relevantes do meu patrimônio, acabo optando por abordar o tema. Se você ainda precisava de alguma validação qualitativa para comprar BPAC11, saiba que o programa de liderança executiva do banco existe desde 2012, sendo o mais longevo da Harvard Business School. Todos nós ficamos hospedados no “Esteves Hall”, com interação e integração 24x7, incluindo aí a participação presencial de Renato Santos, Roberto Sallouti e André Esteves por três dias do curso. Qual outra empresa brasileira faria algo parecido com isso? Se há alguma, eu desconheço. Na dúvida, volto pronto para comprar mais BPAC11.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
MERCADOS HOJE

A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje

21 de novembro de 2025 - 9:27

Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa

20 de novembro de 2025 - 8:36

Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?

19 de novembro de 2025 - 20:00

Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje

19 de novembro de 2025 - 8:01

Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje

18 de novembro de 2025 - 8:29

Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?

18 de novembro de 2025 - 6:03

Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje

17 de novembro de 2025 - 7:53

Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos

VISÃO 360

Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’

16 de novembro de 2025 - 8:00

Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje

14 de novembro de 2025 - 8:24

Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira

SEXTOU COM O RUY

Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam

14 de novembro de 2025 - 6:55

Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje

13 de novembro de 2025 - 7:57

Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?

12 de novembro de 2025 - 19:54

Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje

11 de novembro de 2025 - 8:28

Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?

11 de novembro de 2025 - 7:28

No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício

10 de novembro de 2025 - 19:57

Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje

10 de novembro de 2025 - 7:55

Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados

TRILHAS DE CARREIRA

Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas

9 de novembro de 2025 - 8:00

Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje

7 de novembro de 2025 - 8:14

Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde

SEXTOU COM O RUY

Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis

7 de novembro de 2025 - 7:03

Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR

6 de novembro de 2025 - 8:03

BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar