Não é hora de comprar Minerva (BEEF3): BTG corta preço-alvo das ações, mas revela uma oportunidade ainda mais suculenta
Os analistas mantiveram recomendação neutra para as ações BEEF3, mas apontaram uma oportunidade intrigante que pode mexer com o jogo da Minerva

Se as ações fossem itens em um churrasco na bolsa brasileira, a carne da Minerva (BEEF3) estaria quase no ponto de queimar, na visão do BTG Pactual. O banco ajustou suas estimativas para os papéis do frigorífico, deixando claro que, por enquanto, prefere não se arriscar na grelha.
O BTG manteve recomendação neutra para as ações BEEF3 e cortou o preço-alvo, de R$ 10 para R$ 8. Apesar da redução, o preço ainda sugere um potencial de alta de 66% para os próximos 12 meses.
Segundo os analistas, a perspectiva de curto prazo para a Minerva parece construtiva, já que o impulso das exportações e a monetização dos estoques devem sustentar bons resultados daqui para frente.
Além disso, com os investidores em busca de histórias de crescimento dos lucros, vira e mexe surge espaço para uma chamada tática.
- LEIA TAMBÉM: Quer se atualizar do que está rolando no mercado? O Seu Dinheiro liberou como cortesia uma curadoria das notícias mais quentes; veja aqui
Então, por que não comprar as ações BEEF3 agora?
Para o BTG, a resposta está em dois pontos. O primeiro deles tem a ver com os resultados: a alavancagem continua alta, o risco de fluxo de caixa livre ainda persiste e o ciclo de gado no Brasil está começando a mudar.
O segundo motivo é que o preço importa. As ações BEEF3 estão sendo negociadas a 5,1 vezes o valor da firma (EV) sobre o EBITDA, muito próximo da média histórica de 10 anos, que é de 5,3 vezes.
Leia Também
Isso significa que a margem de segurança para o investidor ficou apertada, como uma carne à beira de passar do ponto.
“Em um ambiente de taxas de juros altas, é difícil justificar manter uma ação de baixo rendimento e alto endividamento na carteira em um horizonte de 12 meses”, escreveu o BTG.
Oportunidade de arbitragem entre as ações e os warrants da Minerva
Embora as ações BEEF3 por si só não estejam despertando tanto apetite no BTG Pactual, os analistas apontam para uma oportunidade mais suculenta envolvendo a Minerva: o aumento de capital do frigorífico trouxe uma chance de arbitragem entre as ações e os bônus de subscrição (warrants).
A empresa recentemente concluiu a homologação do aumento de capital de R$ 2 bilhões, e os acionistas que aderiram à oferta receberam bônus na proporção de 1 warrant para cada 2 ações subscritas.
Esses bônus, que começaram a ser negociados na última segunda-feira (23) sob o ticker BEEF11, podem ser exercidos a R$ 5,17 nos próximos três anos. Se totalmente exercidos, podem gerar mais R$ 1 bilhão para a Minerva até 2028.
Aqui entra o tempero especial da oportunidade de arbitragem: os warrants frequentemente são negociados abaixo de seu valor intrínseco, criando uma janela de oportunidades.
“No passado, a atividade de exercício aumentou em três janelas distintas — inicialmente quando o spread entre o preço da ação e o preço de exercício superava o valor de mercado do warrant e, mais tarde, durante períodos de forte desempenho das ações”, afirmaram os analistas.
E os analistas acreditam que isso pode se repetir, oferecendo oportunidades táticas para quem souber aproveitar o momento.
- LEIA TAMBÉM: Onde investir no 2º semestre de 2025? Evento gratuito do Seu Dinheiro reúne as melhores recomendações de ações, FIIs, BDRs, criptomoedas e renda fixa
Após decepção com balanço, o que esperar do 2T25 da Minerva (BEEF3)?
Agora, saindo um pouco das oportunidades e de volta aos fundamentos da Minerva (BEEF3), o BTG destaca que os resultados do 1T25 foram decepcionantes, com receita e Ebitda abaixo das expectativas.
Contudo, segundo analistas, a explicação para esse resultado aquém do esperado pode estar no acúmulo de estoques. O abate de gado no Brasil, por exemplo, aumentou 32% em relação ao trimestre anterior, mas os volumes de carne vendidos cresceram apenas 3%.
“Acreditamos que a Minerva aproveitou a cota de importação sem impostos dos EUA para antecipar exportações e estocar carne para vendas futuras. Esperamos que esses estoques sejam monetizados no segundo trimestre, com preços fortes, já que os preços da carne bovina nos EUA continuam a bater novos recordes”, projetaram os analistas.
Além disso, as exportações para a China e os EUA continuam firmes, o que deve trazer um impulso adicional ao frigorífico, com o mercado demandando mais proteína.
Os analistas também preveem alguma melhora nas margens no curto prazo, impulsionada pela entrada das plantas adquiridas da Marfrig.
O que esperar da alavancagem e do fluxo de caixa?
No curto prazo, os analistas veem espaço para uma melhora nas margens, impulsionada pela integração das plantas adquiridas da Marfrig.
Porém, a alavancagem da Minerva segue como um ponto de atenção. Mesmo após a injeção bilionária de capital, a dívida líquida da empresa continua elevada, principalmente quando se leva em consideração as linhas de financiamento de capital de giro.
Nos últimos trimestres, a Minerva recorreu a estratégias como adiantamentos de clientes, financiamento de fornecedores e FIDCs para melhorar seu fluxo de caixa. "Essas ferramentas foram adequadas na época, mas têm um custo", explicaram os analistas do BTG.
Em um cenário de despesas elevadas e pressão sobre o capital de giro, a Minerva pode enfrentar dificuldades em gerar fluxo de caixa livre significativo no curto prazo, nas projeções do BTG.
O banco estima um consumo de caixa de R$ 1,9 bilhão em 2025, com uma geração modesta de apenas R$ 0,2 bilhão em 2026.
“A partir de 2027, a expectativa é que a queda nas taxas de juros comece a aliviar parte dessa pressão, permitindo uma geração de caixa mais robusta”, disse o BTG.
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips e dispara rali das big techs; Apple, AMD e TSMC sobem, mas nem todas escapam ilesas
Empresas que fabricam em solo americano escapam das novas tarifas e impulsionam otimismo em Wall Street, mas Intel não conseguiu surfar a onda
Ações baratas e dividendos gordos: entenda a estratégia deste gestor para multiplicar retornos com a queda dos juros
Com foco em papéis descontados e empresas alavancadas, a AF Invest aposta em retomada da bolsa e distribuição robusta de proventos com a virada de ciclo da Selic