Mesmo com queda de juros, renda fixa cresceu mais que renda variável em 2023; LCI, LCA, CRI e CRA foram os destaques
Títulos isentos viram crescimentos acima de 50% em número de investidores e volumes; número de CPFs na bolsa se manteve em 5 milhões

Mesmo em um cenário de queda na taxa Selic, a renda fixa cresceu mais que a renda variável em número de investidores pessoas físicas e volume investido no ano passado.
E os destaques foram justamente os títulos isentos de imposto de renda, como LCI, LCA, CRI e CRA, cuja emissão pode diminuir neste ano após restrições impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Segundo levantamento divulgado pela B3 nesta quinta-feira (15), o número de investidores pessoas físicas (CPFs) com posição em ativos de renda variável na bolsa brasileira no ano passado ficou mais ou menos estável em 5 milhões, com uma leve queda de 1% entre o quarto trimestre de 2023 e o quarto trimestre de 2022.
Já na renda fixa, o número de investidores pessoas físicas (CPFs) cresceu 15% no período, passando de 14,8 milhões para 17,1 milhões.
O valor em custódia nesta classe de ativos cresceu 30% na mesma base de comparação, de R$ 1,65 trilhão para R$ 2,14 trilhão, enquanto na renda variável a alta foi de 20%, passando de R$ 459 bilhões para R$ 551 bilhões.
O volume médio negociado por dia na bolsa, aliás, caiu 26%, de R$ 8,3 bilhões para R$ 6,1 bilhões.
Leia Também
A queda na taxa básica de juros reduz a rentabilidade da renda fixa pós-fixada (indexada à Selic ou ao CDI) e favorece os ativos de risco; e realmente o Ibovespa terminou 2023 com um bom desempenho, marcando uma alta de 22,28%, uma das maiores do ano entre as principais classes de ativos.
Porém, 2023 foi marcado por alta volatilidade na bolsa, enquanto os ativos de renda fixa prefixada e atrelada à inflação viram fortes valorizações, fora a atratividade da isenção de imposto de renda em vários desses títulos.
LCI e CRI apresentaram os maiores crescimentos na renda fixa
Um olhar mais detido sobre cada tipo de ativo no levantamento da B3 mostra que os papéis isentos apresentaram os maiores crescimentos dentro da renda fixa, tanto em número de CPFs quanto em volume investido, superando as altas vistas entre CDBs, RDBs e debêntures.
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) viram um crescimento de 58% no número de investidores em 2023, passando de 1,5 milhão para 2,3 milhões de CPFs; o volume investido subiu 52%, de R$ 234,6 bilhões para R$ 357,1 bilhões.
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), por sua vez, viram alta de 53% em número de investidores, passando de 200 mil para 307 mil CPFs, e de 56% em volume investido, passando de R$ 44,4 bilhões para R$ 69,2 bilhões.
Entre os títulos do agro, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) viram os maiores crescimentos: 51% no número de investidores, de 307 mil para 462 mil CPFs, e 52% no volume investido, de R$ 70,4 bilhões para R$ 100 bilhões.
Finalmente, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) cresceram 29% em número de investidores, de 1,35 milhão para 1,74 milhão de CPFs, e 37% em volume, de R$ 335,1 bilhões para 457,9 bilhões.
As LCIs e LCAs se mantêm como os títulos isentos mais populares, até por serem os mais abundantes e acessíveis entre as pessoas físicas, além de contarem com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), garantia que CRIs, CRAs e debêntures não têm.
VEJA TAMBÉM EM A DINHEIRISTA - Posso parar de pagar pensão alimentícia para filha que não vejo há quatro anos?
Na renda variável, ETFs e BDRs viram quedas no número de CPFs
Analisando-se individualmente os ativos de renda variável, houve uma queda no número de investidores com posição em ETFs (fundos de índice negociados em bolsa) e BDRs (recibos de ações estrangeiras) em 2023, de 5% e 41%, respectivamente, embora o valor em custódia tenha subido em ambas as categorias.
O crescimento foi de 30% no caso dos ETFs, de R$ 8,1 bilhões para R$ 10,4 bilhões, e de 42% entre os BDRs, de R$ 5,6 bilhões para R$ 8,2 bilhões.
As ações negociadas no mercado à vista viram um crescimento de 9% no número de investidores, passando de 3,4 milhões para 3,7 milhões de CPFs. O valor em custódia subiu 19%, de R$ 329 bilhões para R$ 391 bilhões.
Já os fundos imobiliários viram um crescimento de 25% no número de investidores, de 2 milhões para 2,5 milhões de CPFs. O volume cresceu 19%, de R$ 107 bilhões para R$ 129 bilhões.
Os investimentos mais populares entre as pessoas físicas brasileiras
Embora criado para ser a porta de entrada dos brasileiros no mundo dos investimentos, o Tesouro Direto ainda não se tornou o investimento mais popular entre as pessoas físicas depois da poupança.
Em 2023, houve crescimento de 16% no número de investidores em títulos públicos pelo programa do Tesouro Nacional, passando de 2,1 milhões para 2,5 milhões. O volume subiu 27%, de R$ 99,6 bilhões para R$ 126,8 bilhões.
Os números, porém, ainda estão bem atrás da aplicação mais popular, os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). Emitidos e distribuídos por bancos – o que facilita para que estes papéis cheguem à pessoa física – os CDBs são tributados, mas também contam com a proteção do FGC e são muito comuns no mercado.
No ano passado, o número de CPFs com CDBs na carteira cresceu 12%, de 10,4 milhões para 11,7 milhões. O volume investido aumentou 15%, de R$ 621,6 bilhões para R$ 712,3 bilhões.
Nem toda renda fixa, mas sempre a renda fixa: estas são as escolhas dos especialistas para investir no segundo semestre
Laís Costa, da Empiricus, Mariana Dreux, da Itaú Asset, e Reinaldo Le Grazie, da Panamby, indicam o caminho das pedras para garantir os maiores retornos na renda fixa em evento exclusivo do Seu Dinheiro
Crédito privado conquistou os investidores com promessas de alto retorno e menos volatilidade; saiba o que esperar daqui para frente
Ativos de crédito privado, como FIDCs e debêntures, passaram a ocupar lugar de destaque na carteira dos investidores; especialistas revelam oportunidades e previsões para o setor
Petrobras (PETR4) emite R$ 3 bilhões em debêntures, com taxas que pagam menos que os títulos públicos — mas são consideradas atrativas
A renda fixa da Petrobras, com isenção de imposto de renda, tem apelo significativo neste momento, segundo avaliação da Empiricus
Subiu mais um pouquinho: quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 15%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,25 ponto percentual nesta quarta (18), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; ajuste deve ser o último do ciclo de alta
Acabou a isenção: como as mudanças propostas no imposto de renda dos investimentos podem mexer com os mercados
Investidores podem esperar mudanças nas taxas, nos prazos e nos retornos se propostas da MP 1.303/25, que estabelece imposto de 5% para isentos e alíquota única de 17,5% para demais investimentos, forem aprovadas
LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas devem perder isenção de IR e passar a ser tributadas; veja regras completas
Governo publicou texto da Medida Provisória com novas regras de tributação para investimentos que inclui tributação de 5% para títulos de renda fixa antes isentos
Estratégia dos gestores: títulos AAA e agro ficam em segundo plano; pitada de risco é bem-vinda para melhorar retornos
Enquanto investidores colocam cada vez mais fichas no crédito privado, gestores enfrentam cenário mais difícil para retornos acima da curva
O que esperar da renda fixa com o fim das altas na Selic e a possível tributação de isentos, como LCI e LCA?
No Touros e Ursos desta semana, Ulisses Nehmi, CEO da gestora de renda fixa Sparta, fala sobre estratégias e riscos diante de um juro tão alto e ameaças de tributação
Renda fixa em junho: Tesouro IPCA+ e debênture da Sabesp são destaques; indicações incluem títulos isentos como CRIs, LCAs e a nova LCD
Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam comprar na renda fixa em junho
Não são só as LCIs e LCAs! CRI, CRA e debêntures incentivadas também devem perder isenção; demais investimentos terão alíquota única
Pacote de medidas para substituir o aumento do IOF propõe tributação de 5% em todos os títulos de renda fixa hoje isentos, além de alíquota única de 17,5% nas demais aplicações
Ainda vale a pena investir em LCI e LCA com o imposto de 5% proposto por Haddad? Fizemos as contas
Taxação mexe com um dos investimentos preferidos do investidor pessoa física; LCI e LCA hoje são isentas de imposto de renda
Neon lança CDB que rende até 150% do CDI, de olho em novos clientes; veja como investir
Os Certificados de Depósito Bancário tem aporte mínimo de R$ 100; promoção será válida por dois meses
Petrobras (PETR4) está considerando emitir R$ 3 bilhões em debêntures incentivadas, isentas de imposto de renda
Oferta da estatal seguiria outra oferta bilionária de dívida anunciada na semana passada, a da Vale
Vale (VALE3) anuncia emissão de R$ 6 bilhões em debêntures isentas de imposto de renda com retorno inferior ao dos títulos públicos
Com isenção, porém, papel deve se manter atrativo em relação aos títulos Tesouro IPCA+; oferta será restrita a investidores profissionais
CMN reduz prazo de carência de LCIs e LCAs de nove para seis meses, mas fecha um pouco mais o cerco a CRIs, CRAs e CDCAs
Órgão afrouxa restrição imposta em fevereiro de 2024 a LCIs e LCAs, mas aperta um pouco mais as regras para outros títulos isentos de imposto de renda
Vencimento de Tesouro IPCA+ paga R$ 153 bilhões nesta semana; quanto rende essa bolada se for reinvestida?
O Seu Dinheiro simulou o retorno do reinvestimento em novos títulos Tesouro IPCA+ e em outros papéis de renda fixa; confira
Retorno recorde nos títulos IPCA+ de um lado, spreads baixos e RJs do outro: o que é de fato risco e oportunidade na renda fixa privada hoje?
Em carta a investidores, gestora de renda fixa Sparta elenca os pontos positivos e negativos do mercado de crédito privado hoje
Retorno da renda fixa chegou ao topo? Quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI com a Selic em 14,75%
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (7), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas; mas ajuste pode ser o último do ciclo de alta
Onde investir na renda fixa em maio: Tesouro IPCA+ e CRA da BRF são destaques; indicações incluem LCA e debêntures incentivadas
Veja o que BB Investimentos, BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos recomendam comprar na renda fixa em maio, especialmente entre os ativos isentos de IR
Selic em alta atrai investidor estrangeiro para a renda fixa do Brasil, apesar do risco fiscal
Analistas também veem espaço para algum ganho — ou perdas limitadas — em dólar para o investidor estrangeiro que aportar no Brasil