Os cinco minutos mais importantes das bolsas: o sinal verde de Powell para o corte de juros nos EUA
O presidente do Federal Reserve subiu ao palco de um eventos mais importantes da política monetária global e mandou um recado direto ao mercado; o Seu Dinheiro detalhou a mensagem de Powell
					Jerome Powell levou apenas cinco minutos para falar o que o mercado espera ouvir desde março: há confiança para iniciar o ciclo de corte de juros nos EUA. E a reação das bolsas foi tão imediata quanto a mensagem do presidente do Federal Reserve (Fed) — Wall Street passou a subir mais de 1% e os yields (rendimentos) dos Treasurys foram às mínimas. Por aqui, o Ibovespa renovou máxima intradiária e o dólar à vista despencou.
“A inflação está agora muito mais próxima de nosso objetivo, com os preços tendo subido 2,5% nos últimos 12 meses. Após uma pausa no início deste ano, o progresso em direção ao nosso objetivo de 2% foi retomado. Minha confiança aumentou de que a inflação está em um caminho sustentável de volta a 2%”, disse Powell ao abrir o discurso no simpósio de Jackson Hole.
Não levou mais que dois minutos para que outra mensagem de Powell soasse como música nos ouvidos dos investidores: “Chegou a hora de a política monetária se ajustar. A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados recebidos, da perspectiva em evolução e do equilíbrio de riscos”, disse.
Embora a sinfonia tenha agradado os investidores, uma nota dos acordes de Powell ficou faltando: ele não disse a magnitude do corte de juros que está no horizonte.
O comitê de política monetária (Fomc) se reúne novamente nos dias 17 e 18 de setembro. Não à toa, o mercado se divide agora sobre o tamanho da redução da taxa referencial.
Ferramenta FedWatch do CME Group compila as apostas dos traders em relação aos juros nos EUA e, depois do discurso de Powell em Jackson Hole, indicava 100% de possibilidade de redução da taxa referencial no próximo mês: 67,5% enxergam um corte de 25 pontos-base, enquanto 32,5% acreditam que uma diminuição de 50 pontos-base está no horizonte.
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Mercado de trabalho: a pedra no sapato da vez
No total, Powell levou 15 minutos para dar o recado ao mercado e fazer uma revisão do estado da economia norte-americana antes da pandemia, durante e depois até chegar aos dias atuais.
Ele começou a viagem pelo tempo falando da situação do mercado de trabalho hoje — afinal, dados recentes mais fracos derrubaram as bolsas ao redor do mundo e trouxeram de volta o fantasma da recessão nos EUA. O Seu Dinheiro contou toda essa história em detalhes.
“Hoje, o mercado de trabalho esfriou consideravelmente do estado anteriormente superaquecido. A taxa de desemprego começou a subir há mais de um ano e agora está em 4,3% — ainda baixa para os padrões históricos, mas quase um ponto percentual acima do nível do início de 2023. A maior parte desse aumento ocorreu nos últimos seis meses”, disse Powell.
Ele, no entanto, sinalizou que, embora o Fed esteja de olho no esfriamento do mercado de trabalho norte-americano, não vê perigo iminente.
“Até agora, o aumento do desemprego não foi resultado de demissões elevadas, como normalmente é o caso em uma crise econômica. Em vez disso, essa alta reflete principalmente um aumento substancial na oferta de trabalhadores e uma desaceleração do ritmo frenético de contratações anteriormente”, continuou.
Powell fez uma comparação e um alerta ao indicar que as condições do mercado de trabalho estão agora menos apertadas do que antes da pandemia, em 2019 — um ano em que a inflação ficou abaixo de 2%.
“Parece improvável que o mercado de trabalho seja uma fonte de pressões inflacionárias elevadas em breve. Não buscamos nem acolhemos um esfriamento maior nas condições do mercado de trabalho”, afirmou.
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A inflação não era transitória e agora não impede o corte de juros
Na avaliação das condições gerais da economia norte-americana, o chefão do Fed afirmou que a atividade segue se expandindo em ritmo sólido, mas os dados de inflação e mercado de trabalho mostram uma situação em evolução: enquanto os riscos de desaquecimento do emprego aumentaram, os riscos de aceleração da inflação diminuíram.
Powell lembrou que há dois anos, também em Jackson Hole, discutiu a possibilidade de que lidar com a inflação poderia trazer alguma dor na forma de desemprego mais alto e crescimento mais lento. E, neste ponto, recordou que o esfriamento do mercado de trabalho e até mesmo a recessão eram efeitos colaterais do combate aos preços fora de controle.
O presidente do Fed chegou a fazer piada com a palavra “transitória”, muitas vezes usada por ele para descrever que a inflação fruto da pandemia não era uma ameaça — o que se provou uma leitura equivocada e desencadeou uma sequência agressiva de alta de juros nos EUA, que colocou a taxa entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior patamar em 23 anos.
“Dito tudo isso, a recuperação das distorções da pandemia, nossos esforços para moderar a demanda agregada e a ancoragem das expectativas trabalharam juntos para colocar a inflação no que cada vez mais parece ser um caminho sustentável para nossa meta de 2%”, afirmou Powell.
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Bolsas voltam a celebrar os juros menores
Nos últimos dias, as bolsas ao redor do mundo vinham operando em alta, patrocinadas pela aposta de corte de juros nos EUA em setembro — o Ibovespa, por exemplo, bateu três recordes seguidos de fechamento e inúmeras máximas intradiárias, superando os 137 mil pontos ao longo das sessões.
A euforia, no entanto, foi calibrada com a aproximação do discurso de hoje de Powell em Jackson Hole — o presidente do Fed iria entregar o que os investidores esperavam ou, mais uma vez, colocaria toda essa expectativa em banho-maria?
Embora não tenha sinalizado a magnitude do corte, Powell disse o que todos esperavam há meses e levou os mercados a altas significativas.
Em Nova York, o S&P 500 chegou a subir mais de 1%. Por aqui, o Ibovespa atingiu o pico do dia de 136.477,53 pontos.
Agora, em Wall Street, o Dow Jones avança 1,21%, aos 41.206,65 pontos; enquanto o S&P 500 sobe 1,12%, aos 5.633,03 pontos e o Nasdaq Composto tem alta de 1,36%, aos 17.859,84 pontos.
No Brasil, o Ibovespa sobe 0,94%, aos 136.444,54 pontos, enquanto o dólar à vista — depois de ir na mínima da sessão, a R$ 5,4911 — recua 1,5%, a R$ 5,4981.
A questão agora é por quanto tempo essa euforia dos mercados vai durar. No dia 6 de setembro, cerca de dez dias antes da reunião de política monetária do Fomc, outro relatório de emprego (o payroll) será publicado e pode esfriar o ânimo dos investidores. Basta saber se pode também adiar o corte de juros do Fed, de novo.
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