🔴 11 FONTES DE RENDA EXTRA E ATÉ R$ 2.000 NO PRÓXIMOS 30 DIAS; VEJA COMO

Seu Dinheiro
Seu Dinheiro
No Seu Dinheiro você encontra as melhores dicas, notícias e análises de investimentos para a pessoa física. Nossos jornalistas mergulham nos fatos e dizem o que acham que você deve (e não deve) fazer para multiplicar seu patrimônio. E claro, sem nada daquele economês que ninguém mais aguenta.
Análise

China encara o mesmo tipo de crise econômica da qual o Japão levou 30 anos para sair – e pode ter ainda mais dificuldade que seus vizinhos

Enquanto Japão acaba de subir juros pela primeira vez em 17 anos, com bolsa batendo nas máximas, China se vê diante de um colapso no mercado imobiliário – e pode não ter aprendido com os vizinhos, diz Business Insider

Seu Dinheiro
Seu Dinheiro
31 de março de 2024
17:36 - atualizado às 8:30
Bandeiras da China e do Japão
Imagem: Seu Dinheiro/ChatGPT

Na segunda quinzena de março, o Japão tomou uma decisão de política monetária histórica: elevou sua taxa básica de juros pela primeira vez em 17 anos, colocando fim à era de juros negativos no país.

O longo período de expansão monetária foi uma das formas que os japoneses finalmente encontraram para lidar com uma crise econômica que se arrastava desde os anos 1990 e que levou 30 anos para ser debelada.

Agora, à medida que o Japão emerge do período de dificuldades, outro país asiático se vê diante de condições similares àquelas que desencadearam o colapso econômico na Terra do Sol Nascente – mas num cenário muito menos amigável para se reerguer do que seus vizinhos japoneses.

Em análise publicada neste domingo (31) no site Business Insider, a jornalista e correspondente Linette Lopez compara a crise econômica que se abateu sobre o Japão ao que ocorre hoje com a China, cuja economia se vê envolta por incertezas, com dificuldade de crescimento e colapso no mercado imobiliário, enquanto o mercado acionário mergulha e é visto como muito arriscado pelos grandes investidores globais.

Os temores em relação ao crescimento econômico chinês vêm afetando as empresas brasileiras ligadas a commodities, que têm no Gigante Asiático seu principal parceiro comercial.

O caso mais notório é o da Vale (VALE3), companhia de maior peso no Ibovespa, que vem sendo arrastada pela fraqueza do preço do minério de ferro.

  • [Macro Summit Brasil 2024] Evento online do Market Makers em parceria com o Seu Dinheiro traz Luis Stuhlberger, Daniel Goldberg e outros grandes nomes do mercado; retire seu ingresso gratuito

O tortuoso caminho do Japão

Após uma forte crise imobiliária no início dos anos 1990, a economia japonesa encolheu por três décadas, durante as quais empresas e famílias tiveram que poupar e pagar suas dívidas, reduzindo a inovação e o investimento.

Trabalhadores encararam estagnação de salários, e as famílias viram sua renda encolher. Com menos renda, mais dívida e mais poupança, o consumo reduziu, e as empresas começaram a cortar preços para tentar vender, o que levou o país a entrar em uma espiral deflacionária.

Levou anos, porém, para que o Japão acertasse no nível de estímulo monetário que pudesse de fato começar a reanimar a economia, e apenas oito anos atrás as taxas caíram para o campo negativo, de modo que empresas e famílias tivessem que pagar para manter seu dinheiro poupado.

Após grandes pacotes de estímulos, a economia começou a responder, e os japoneses passaram aos poucos a tomar crédito, algo que lhes despertou desconfiança por muito tempo dado o alto endividamento que havia sido enfrentado na crise.

A desvalorização do iene que se seguiu a esses estímulos, embora deixe a população insatisfeita, foi um fator que ajudou as exportações japonesas e contribuiu para a volta do crescimento, além de atrair investimentos estrangeiros para o país.

As ações de empresas nipônicas voltaram a ser visadas por investidores globais e o índice Nikkei, principal indicador da bolsa de valores do país, voltou às máximas após 34 anos.

A inflação, que antes era impulsionada pelos custos no lado da oferta, passou a ser puxada pela demanda. O papel do Japão na economia global contribuiu fortemente para suportar essa recuperação, tanto pelas exportações quanto pelo turismo.

SE QUISER SABER PRA ONDE O DÓLAR VAI, OLHE PRA CHINA I TOUROS E URSOS

China se vê diante de um desafio parecido

De acordo com o artigo do Business Insider, a China agora se vê diante de um desafio parecido com o que o Japão encarou nas últimas décadas.

O mercado imobiliário chinês, uma das principais bases da economia do país, está à beira de um colapso, com um nível de endividamento nas alturas.

O Gigante Asiático tem a vantagem de ter como exemplo a experiência do seu vizinho, enquanto o Japão teve que tatear e descobrir sozinho o caminho para sair da armadilha deflacionária.

O problema é que, comparada ao Japão, a China está em condições piores, defende o artigo; tanto pela mentalidade do regime de Pequim e pelas soluções que vêm sendo implementadas quanto pelas relações do país com o resto do mundo.

"O sucesso recente do Japão resulta de um esforço de décadas por parte das autoridades, de negociações cuidadosas com os seus parceiros comerciais e das estranhas condições em que a economia do Japão se encontrou ao longo do caminho. Tudo isto será quase impossível para Pequim recriar – pelo menos, não sem irritar as autoridades de Bruxelas a Brasília."

Linette Lopez, em artigo para o Business Insider

Semelhanças e diferentes entre China e Japão

A jornalista destaca que a China tem hoje algumas condições similares às do Japão dos anos 1990, mas outras são radicalmente diferentes.

Do lado das semelhanças, quando a crise começou no Japão, o tamanho da economia do país em comparação ao da economia americana era parecido com o da China hoje.

A natureza da crise também é semelhante: perda de dinamismo econômico com alto endividamento e mudanças na demografia que diminuem a força de trabalho (notadamente, o envelhecimento da população).

Já do lado das diferenças, uma bem importante é que o Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita) do Japão no início dos anos 1990 era de US$ 41.266, enquanto o da China é de apenas US$ 12.800.

Segundo Lopez, as autoridades chinesas hoje acreditam que poderão contar com os fatos de que a economia do país ainda tem espaço para crescer, de que é possível mobilizar o mercado doméstico e de que haverá ainda uma série de parceiros comerciais, apesar de as relações com os EUA terem azedado.

A jornalista lembra, porém, que levou anos para o Japão concluir que era preciso uma boa política de estímulos e, depois, acertar a mão nesses incentivos.

Os chineses sabem disso, mas ainda de acordo com a publicação, pode ser que nunca estejam dispostos a adotar o tipo de estímulo necessário para reanimar a economia em crise.

"Xi Jinping [presidente da China] deu poucos sinais de que está disposto a inundar de dinheiro os famintos governos locais do país ou mesmo as famílias para estimular o consumo. Ele não acredita realmente em dar dinheiro aos consumidores para que eles decidam o que fazer com os recursos", diz Lopez.

Podcast Touros e Ursos: O que falta para a bolsa andar em 2024? As ações da carteira de Thiago Salomão

Como a China vem enfrentando sua crise

Em vez disso, ela continua, a solução encontrada pelo presidente chinês tem sido mobilizar a indústria do país para produzir bens de alto valor agregado, o que mantém o controle do Estado sobre a economia, ditando aos bancos para onde direcionar o crédito, e coloca o Gigante Asiático em condições de competir com outras potências mundiais – ao menos na opinião de Xi.

Assim, Pequim tem investido pesado na fabricação de veículos elétricos, semicondutores, telefones celulares, telas de computador e outras tecnologias, além de incentivar as empresas locais a comprarem os artigos chineses.

O problema é que, enquanto a China espera que o resto do mundo também esteja disposto a comprar seus produtos, as condições encontradas nos outros países, hoje, já não são tão amigáveis a esses artigos quanto antes – ou como foram aos produtos japoneses ao longo dos anos.

Enquanto o Japão enfrentou sua crise em um mundo mais favorável à globalização, a tendência hoje – diante de guerras em regiões economicamente importantes, conflitos ideológicos e comerciais entre Ocidente e Oriente, tensões geopolíticas e a quebra das cadeias de produção da recente pandemia – é desglobalizar.

Grandes economias têm procurado diversificar seus fornecedores, transferir produções para nações geograficamente próximas e aliadas, além de criar barreiras a produtos chineses baratos demais, que possam desmantelar cadeias de produção e empregos nos seus respectivos países.

Poucos amigos

Além disso, enquanto o Japão investiu em manter boas relações com os EUA, não é isso que a China vem fazendo.

"Ainda que Xi convide os líderes dos EUA para irem à China falar sobre o quão aberto é o país, marcas americanas vêm sendo atacadas, os escritórios dos EUA têm sido invadidos por autoridades chinesas e as empresas financeiras e consultorias estão saindo da China", diz o Business Insider.

O câmbio é outro problema. A desvalorização do iene que tornou os produtos japoneses mais atrativos no resto do mundo não foi uma grande questão para as demais economias, e o fato de que o Japão ainda precisava importar muito, principalmente energia, manteve seu balanço de pagamentos equilibrado.

A China, no entanto, é um país majoritariamente exportador, e se o yuan se desvalorizar, seus produtos ficarão ainda mais baratos, inundando os demais mercados, o que não deve ser bem aceito pelas grandes economias globais.

Compartilhe

ELEIÇÕES NOS EUA

Nova pesquisa eleitoral liga sinal amarelo para governo de Joe Biden: Donald Trump segue à frente do democrata

28 de abril de 2024 - 16:25

No topo da lista de prioridades do eleitorado norte-americano, estão a proteção à democracia — sendo considerada extremamente importante por 58% dos entrevistados

GUERRA NO LESTE EUROPEU

Exército russo tem avanço diário sobre Ucrânia, que enfrenta soldados exaustos após mais de dois anos de guerra

28 de abril de 2024 - 13:28

Na semana passada, os Estados Unidos aprovaram um novo pacote bilionário para ajuda à Ucrânia, Israel e Taiwan

ATENÇÃO INTERNACIONAL

O que a queda do lucro da indústria da China pode significar para o mundo neste momento? Exportação de carros elétricos preocupa EUA e Europa

27 de abril de 2024 - 11:36

No acumulado do trimestre, o lucro cresceu 4,3%, para US$ 208 bilhões, o que representa uma desaceleração em relação à recuperação após a pior fase da pandemia de covid-19

OH, LORD!

Desdobramentos da crise dos bancos regionais nos EUA: Fulton Bank assume todos os depósitos e ativos do Republic First Bank

27 de abril de 2024 - 9:12

A partir deste sábado (27), as 32 agências do Republic First em Nova Jersey, Pensilvânia e Nova York reabrirão como agências do Fulton Bank

O IMPOSTO CAIU

Obrigada, Milei? Carros na Argentina devem ficar mais baratos com nova medida

26 de abril de 2024 - 19:34

O governo ainda anunciou que será mantida a isenção de direitos de vendas ao exterior para as exportações incrementais

DE OLHO NAS REDES

Os EUA conseguem viver com os juros nas alturas — mas o resto do mundo não. E agora, quem vai ‘pagar o pato’? 

25 de abril de 2024 - 18:44

Talvez o maior ‘bicho papão’ dos mercados hoje em dia sejam os juros nos EUA. Afinal, o que todo mundo quer saber é: quando a taxa vai finalmente começar a cair por lá? As previsões têm adiado cada vez mais a tesourada inicial do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA).  Mas a questão é: a […]

NEVER BET AGAINST FED

É tudo culpa dos juros? PIB dos EUA vem abaixo do esperado, mas outro dado deixa os mercados de cabelo em pé

25 de abril de 2024 - 13:16

A economia norte-americana cresceu 1,6% no primeiro trimestre do ano, abaixo das projeções de expansão de 2,5% e menor também que os 3,4% do quarto trimestre de 2023, mas os investidores estão olhando para outro indicador que também saiu nesta quinta-feira (25)

AVANTE, HERMANOS!

A terapia de choque de Milei deu certo? Argentina registra o primeiro superávit trimestral em 16 anos. Veja como presidente conseguiu

23 de abril de 2024 - 15:01

O chefe da Casa Rosada fez um pronunciamento em rede nacional para comemorar o feito — e alfinetar o antecessor

PDVSA EM DESTAQUE

Adeus, dólar: Com sanções de volta, Venezuela planeja usar criptomoedas para negociar petróleo

23 de abril de 2024 - 11:12

O país liderado por Nicolás Maduro vem utilizando o Tether (USDT), a terceira maior criptomoeda do mundo, para vender petróleo desde o ano passado

GUERRA HÍBRIDA

Deputados dos Estados Unidos aprovam novo pacote bilionário de apoio à Ucrânia — e Putin não deve deixar ‘barato’ 

21 de abril de 2024 - 13:18

O novo pacote também prevê ajuda a Israel e Taiwan; Rússia fala em ‘guerra híbrida’ e humilhação dos Estados Unidos em breve

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar