Beco sem saída? O que o Fed vai fazer com os juros após sinais mistos do principal relatório de emprego dos EUA
As mensagens contraditórias estão vindo também dos próprios membros do BC norte-americano, que indicaram que a inflação está arrefecendo, mas não o suficiente para justificar os primeiros cortes na taxa — o Seu Dinheiro joga luz sobre o que pode acontecer agora

A maior economia do mundo criou 275 mil vagas em fevereiro, superando a previsão de 198 mil da Dow Jones, mas o desemprego subiu para 3,9%. O que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai fazer agora, com números tão distintos de um dos termômetros mais importantes para os juros nos EUA?
Os salários, outro componente importante para o Fed, tiveram um aumento menor do esperado para o mês e uma desaceleração em relação ao ano anterior. Os ganhos por hora subiram 0,1% em fevereiro e subiram 4,3% em relação ao ano anterior — abaixo dos 4,5% de janeiro e das projeções de 4,4%.
As bolsas em Nova York subiram na esteira do payroll, como é conhecido o relatório de emprego nos EUA, enquanto os yields (rendimentos) do Treasury de dez anos — o título do governo norte-americano usado como referência no mercado — caiu para a casa dos 4%.
“O payroll tem literalmente um ponto de dados para cada visão em seu espectro”, disse a estrategista-chefe de investimentos da Charles Schwab, Liz Ann Sonders. “Essas visões vão desde ‘a economia está mergulhando em recessão até ‘está tudo bem, nada para ver aqui’”, acrescentou.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
Fed também emite sinais mistos sobre os juros
O payroll de fevereiro é divulgado em um momento no qual os mercados estão preocupados com o ritmo de crescimento da economia dos EUA — e o impacto que isso poderá ter na política monetária.
Nos últimos dias, os membros do Fed enviaram sinais contraditórios, indicando que a inflação está arrefecendo, mas não o suficiente para justificar os primeiros cortes na taxa de juros desde os primeiros dias da crise pandémica da covid-19.
Leia Também
Os EUA vão virar a Turquia? O cenário traçado por Paul Krugman, bancos e corretoras após crise no Fed
O que está em jogo para Trump com a demissão de Lisa Cook, diretora do Fed?
O presidente do Fed, Jerome Powell, falando esta semana no Congresso, descreveu o mercado de trabalho como “relativamente aquecido”, mas em melhor equilíbrio desde os dias em que as vagas superavam o número de trabalhadores disponíveis por uma margem de 2 para 1.
Junto com isso, Powell disse que a inflação desacelerou notavelmente, embora ainda não mostre progresso suficiente de volta à meta de 2% do banco central norte-americano.
No entanto, na quinta-feira (7), ele disse ao Comitê Bancário do Senado que o estado da economia dos EUA não deixa o Fed muito longe do momento de começar a flexibilizar a política monetária.
- Leia também: Mais bancos vão quebrar? Fantasma de 2008 assombra os EUA e o maior banco central do mundo faz previsão assustadora
O que acontecerá com os juros nos EUA?
Em meio aos sinais conflitantes, os mercados reduziram as expectativas de cortes de juros. Os traders estão precificando a primeira redução em junho e não mais em março e agora calculam quatro cortes este ano, contra seis ou sete anteriormente, de acordo com dados compilados pelo CME Group.
Segundo o diretor e economista sênior da TD Economics, Thomas Feltmate, com o Fed minimizando a questão do crescimento e se concentrando mais na dinâmica de preços, o payroll acaba em segundo plano em relação aos dados de inflação da próxima semana.
“Dito isto, o fato de o mercado de trabalho mostrar poucos sinais de deterioração apoia a ideia de que os responsáveis do Fed podem ser pacientes e continuar a monitorar os dados da inflação ao longo dos próximos meses”, disse.
“Suspeitamos que, até julho, o Fed terá adquirido confiança suficiente de que a inflação está em uma trajetória sustentável de regresso aos 2% para justificar algum alívio nos juros”, acrescentou Feltmate.
- LEIA MAIS: Investimento em BDRs permite buscar lucros dolarizados com ações gringas, sem sair da bolsa brasileira – veja os 10 melhores papéis para comprar agora
O economista-chefe internacional do ING, James Knightley, chama atenção não só para a forte criação de vagas em fevereiro, para os salários fracos e para o aumento do desemprego como também para as revisões em baixa dos meses anteriores.
A abertura de postos de trabalho em dezembro foi revisto em baixa para 290.000, contra 333.000, elevando o total de dois meses para 167.000 empregos a menos do que o inicialmente reportado.
“Além disso, os indicadores avançados estão claramente enfraquecendo e parecem estar a caminho de um abrandamento. Os dados não são suficientes para o Fed relaxar a política monetária, mas acreditamos que as coisas estarão prontas para um corte de juros em junho”, diz Knightley.
Portanto, investidor, não espere juros menores nos EUA no primeiro semestre deste ano — as chances são cada vez menores disso acontecer. Pelo menos, por enquanto.
Mísseis hipersônicos: Como os EUA ficaram para trás no mais novo estágio da corrida armamentista com China e Rússia
A guerra entre Ucrânia e Rússia revela contrastes geopolíticos, com destaque para o uso de mísseis hipersônicos no conflito
Lançamento da Starship está previsto para este domingo (24); entenda por que este teste da SpaceX é tão decisivo e saiba como assistir
Após falhas explosivas, o colossal foguete de Elon Musk decola neste domingo em uma missão crucial para os planos do empresário de chegar à Lua e a Marte
Quem é Lisa Cook, a diretora do Fed acusada de fraude pelo governo Trump
Confirmada pelo Senado em 2023 para um mandato que se estende até 2038, Cook se juntou ao banco central em 2022 vinda de uma carreira como pesquisadora acadêmica
Mais um marco na carreira: Roger Federer é o mais novo bilionário do pedaço — e foi graças a um tênis
Mesmo tendo se aposentado em 2022, o tenista continua faturando alto com os negócios fora da quadra
US Open 2025: onde assistir aos jogos de Bia Haddad Maia e João Fonseca na busca pelo título inédito
O US Open 2025 terá a maior premiação da história de uma competição de tênis
R$ 50 bilhões a mais na conta em poucas horas e sem fazer nada: Elon Musk dá a receita
Os mais ricos do mundo ficaram ainda mais ricos nesta sexta-feira após o discurso de Jerome Powell, do Fed; veja quanto eles ganharam
China tenta “furar barreira” dos navios dos EUA na Venezuela com um investimento bilionário
A China Concord Resources Corp (CCRC) iniciou o desenvolvimento de dois importantes campos de petróleo na Venezuela. A ideia é obter 60 mil barris de petróleo bruto por dia até o final de 2026.
Gatilho para os mercados: o maior evento de política monetária dos EUA deve abrir oportunidades de ganho na bolsa
Jerome Powell usou o Simpósio de Jackson Hole para chegar o mais perto até agora de declarar o início do afrouxamento monetário nos EUA e isso pode mexer muito com o seu bolso; entenda como
Powell em Jackson Hole: um resumo dos principais pontos do discurso que abalou os mercados globais
Powell se despediu do evento mais importante da política monetária como presidente do Fed com uma sinalização sobre o corte de juros, um recado para Trump e as lições aprendidas sobre a inflação
“Missão: Impossível – O Acerto Final” já está nos streamings, mas o último episódio da franquia estrelada por Tom Cruise ainda está longe de pagar as contas
Estreia digital em Prime Vídeo, Apple TV e Google Play, mas o filme ainda não cobre os custos milionários
O que Powell pode revelar em Jackson Hole: os três cenários mais prováveis para o investidor não ser pego de surpresa
Às 11h (de Brasília) desta sexta-feira (22), Powell deve fazer o que quase certamente será seu último discurso principal no conclave anual do Fed, que está sendo marcado por um dos períodos mais tumultuados de sua história
É o fim do reinado da Nvidia (NVDC34)? China fixa meta e traça plano para autossuficiência em chips
A DeepSeek já deu o primeiro passo e lançou uma atualização de seu principal modelo de IA apoiado em componentes fabricados no país
Do elogio ao bronzeado ao caso de amor bilionário: os detalhes do acordo entre Trump e a Europa que fixou tarifas em 15%
O acordo foi firmado no mês passado, mas novos detalhes sobre a estrutura desse entendimento só foram revelados agora e incluem tarifas sobre produtos farmacêuticos e semicondutores
Trump já comprou mais de US$ 100 milhões em títulos públicos e debêntures desde que chegou à Casa Branca
Algumas das empresas e instituições cujas dívidas agora pertencem a Donald Trump foram diretamente impactadas por suas políticas ou por decisões ligadas a seus negócios
O que pensam os dois dirigentes do Fed que remaram contra a maré e votaram pelo corte de juros nos EUA
Em uma divergência histórica, Michelle Bowman e Christopher Waller defenderam o corte de juros em 0,25 ponto percentual na reunião de julho
A mensagem do Fed sobre os juros que mudou os rumos da bolsa em Nova York
A ata da reunião de política monetária de julho foi divulgada nesta quarta-feira (20) e traz pistas sobre o que o mercado pode esperar do discurso de Powell em um dos eventos mais importantes realizados por um banco central
“Trump vai para o tudo ou nada no Fed de uma maneira que nunca vimos na vida”, diz Luis Stuhlberger
Segundo o gestor do fundo Verde, diante das perspectivas de queda do payroll, a política monetária será o grande trunfo de Trump; entenda o que ele quer dizer
Alô, Macron? O que Lula falou por quase uma hora com o presidente francês — e que pode tirar Trump do sério
A ligação do petista para o presidente francês faz parte de uma iniciativa para mostrar que o Brasil não está isolado em meio às tensões com os EUA
De peças automotivas a assentos infantis: mais de 400 itens entram na lista de tarifas de 50% sobre aço e alumínio de Trump
Com critérios de seleção pouco transparentes, itens como plásticos, partes de móveis, motocicletas e utensílios de mesa estão passam a ser tarifados pelos EUA
Bolsas na Europa celebram chance de encontro entre Putin e Zelensky, mas há muito em jogo — inclusive para Trump
Os principais mercados europeus fecharam esta terça-feira (19) com ganhos — a exceção do setor de defesa, que recuou — mas pode ser cedo demais para comemorar qualquer avanço na direção do fim do conflito entre Rússia e Ucrânia