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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
ELEIÇÕES NOS EUA

A fúria de Trump chega à Carolina do Sul: o plano do republicano para derrotar Haley de vez e encarar Biden

O ex-presidente norte-americano quer concentrar toda a sua atenção na disputa com o atual chefe da Casa Branca, mas ainda não derrubou todos os obstáculos

Carolina Gama
24 de janeiro de 2024
20:02 - atualizado às 20:03
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Silhueta de Donald Trump - Imagem: Shutterstock

A vitória de Donald Trump em New Hampshire não serviria apenas para colocar o ex-presidente dos EUA mais próximo da indicação republicana à Casa Branca — o plano era fazer a sua única rival, Nikki Haley, desistir a ponto de nem disputar os votos na Carolina do Sul, no mês que vem. 

Trump derrotou a ex-governadora da Carolina do Sul na terça-feira (23) com facilidade em New Hampshire, mas a estratégia cuidadosamente elaborada para tirar Haley da disputa o quanto antes, naufragou. 

O republicano ficou furioso depois que Haley prometeu em um discurso na noite de terça-feira continuar lutando pela indicação do partido, apenas dois dias depois que o outro principal candidato republicano, o governador da Flórida, Ron DeSantis, encerrou sua campanha.

“Quem diabos foi o impostor que subiu no palco antes e reivindicou a vitória?”, questionou Trump diante de uma multidão de apoiadores em New Hampshire, acrescentando: “Eu não fico bravo. Fico furioso”. 

Enquanto fazia campanha sobre a neve de New Hampshire na semana passada, Trump manteve os olhos na Carolina do Sul, que realizará a próxima grande disputa das primárias em 24 de fevereiro.

Haley não lutará contra Trump e sim contra a história dos EUA

Embora não tenha se dado por vencida, a luta da Haley em seu estado natal não será contra Trump e sim contra estatísticas.

Na história moderna da campanha presidencial norte-americana, nenhum não-titular venceu as prévias de Iowa e as primárias de New Hampshire sem conseguir a indicação do partido.

Mas a ex-embaixadora dos EUA na ONU é dura na queda e argumenta que teria mais chances de derrotar o democrata Joe Biden nas eleições de 5 de novembro.

"Esta corrida está longe de terminar. Ainda faltam dezenas de estados. E o próximo é o meu doce estado da Carolina do Sul", disse Haley “Sou uma lutadora e sou briguenta e agora somos os únicos contra Donald Trump.”

Vale lembrar que DeSantis também prometeu persistir após terminar atrás de Trump nas prévias de 15 de janeiro em Iowa, mas encerrou a campanha e apoiou o ex-presidente menos de uma semana depois.

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O ponto de virada: a superterça

O gestor da campanha de Haley argumentou que a Superterça — 5 de março, quando 15 estados e um território dos EUA realizam primárias simultâneas — poderia ser um ponto de virada para Haley.

A campanha da republicana acredita que muitos eleitores estão abertos a uma alternativa à Trump dada a "demografia favorável". 

Mas o fato de Haley ter unido uma coligação de republicanos e independentes para terminar cerca de 11 pontos percentuais atrás de Trump em New Hampshire reflete os possíveis desafios na corrida à Casa Branca com eleitores fora da sua base. 

Pesquisa da Universidade de New Hampshire divulgada dois dias antes das primárias mostrou que 28% dos prováveis eleitores republicanos disseram que Trump prejudicou o país durante seu mandato de quatro anos.

Em New Hampshire, Haley falou sobre sua experiência como embaixadora das Nações Unidas e alertou sobre o que ela chamou de “caos” que o segue — uma alusão às 91 acusações criminais que ele enfrenta em quatro julgamentos, incluindo duas relacionadas à tentativa de cancelar a vitória de Biden nas eleições de 2020.

Só que as pesquisas também mostram Trump com uma vantagem muito maior sobre Haley na Carolina do Sul do que em New Hampshire, 37 pontos percentuais à frente, de acordo com a média de sondagens do FiveThirtyEight.com.

*Com informações da CNN Internacional e da Reuters

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