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Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduanda em comunicação digital de business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Para contato, enviar no e-mail beatriz.azevedo@seudinheiro.com.

DE OLHO NAS REDES

Por que os influencers viraram “a voz de Deus” nas redes sociais — e como a parcela dos ‘sem escrúpulos’ prejudicam o próprio público

Bia Azevedo
Bia Azevedo
21 de julho de 2024
8:00 - atualizado às 16:05
Imagem: ChatGPT

Se antes a voz do povo era a voz de Deus, agora Ele parece ter terceirizado o serviço para uma casta de intermediários: os influencers.

Munidos pela força do algoritmo das redes sociais, que exige cada vez mais do nosso tempo, eles parecem felizes em fazer esse trabalho, até porque são muito bem pagos por isso.

Muitos conseguiram, inclusive, mudar completamente a própria realidade influenciando a alheia. Já diria o próprio Deus (no filme Todo Poderoso, já que meu conhecimento bíblico é limitado demais para se estender além daqui): “se você quer um milagre, seja um milagre”. 

Agora, se um assunto precisar cair na boca do povo, basta chamar a Mynd 8… ou qualquer uma dessas agências que administram influenciadores. 

Mas, brincadeiras à parte, sabemos que não há nada de divino sobre essas pessoas. Quem dera houvesse. Seria menos frustrante do que ver alguém tão ordinário — e, em muitos casos, sem grandes talentos especiais — ganhando tanta fama e dinheiro. 

Então por que os influencers ficam cada dia mais poderosos? Qual é a extensão desse poder e como isso afeta positiva e negativamente a vida de nós, os meros mortais? 

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The ‘influencer’ way of life

"A influência de um mau amigo é pior do que a de um inimigo declarado". A frase de Honoré Balzac, em A Comédia Humana, é um bom jeito de começar a discussão. 

Nas redes sociais, a palavra chave para a criação de conteúdo é “conexão”. 

Para crescer na internet você tem que parecer acessível — mesmo que seu conteúdo consista em ostentar um padrão de vida inalcançável. A relação a ser criada é quase afetiva e a horizontalidade é o segredo. 

Até porque os seguidores acompanham o crescimento dessas personalidades, que passam a ganhar cada vez mais dinheiro e relevância. 

Isso funciona quase como uma promessa: se ele conseguiu, eu também consigo.  E acredito que parte do poder de todo influenciador é esse: a esperança de uma vida melhor. 

Melhor não só em grana. Eles são a ‘prova viva’ de que você pode ter uma rotina de exercícios mais intensa, comer direito, dormir bem, ter uma vida amorosa mais bem sucedida e assim por diante. 

E até aqui, essas pessoas podem sim ser uma influência positiva na vida dos seguidores, como uma forma de incentivo a melhores práticas. Ou seja, nem todos são ruins, muito pelo contrário.

Mas também pode ser assim que a horizontalidade, tão necessária para a construção da base, se inverte. 

A vida da personalidade digital passa a ser vista como uma aspiração. 

Basta acordar 4 horas da manhã, correr 5 quilômetros, tomar um banho gelado. Ou começar a ignorar todos os seus prospectos amorosos, assim eles correm atrás…. Todo esse blá blá blá ao qual estamos acostumados. 

É aí que começa o problema. 

Não é possível que as pessoas sejam tão burras 

Eu sei que você está pensando isso. Antes de continuar, vamos destilar esse veneno: 

“Nossa, mas as pessoas realmente são influenciadas online? Tem que ser muito burro, não é possível…”

Consigo quase sentir seu tom de superioridade daqui. Como? Ouvi isso de umas três pessoas diferentes quando falei sobre meu tema deste mês. 

A resposta rápida é: sim, os influencers realmente… influenciam. Para te provar isso, terei que te enterrar de dados no trecho a seguir (alerta de gatilho? Rs). 

O mercado de influenciadores mais do que triplicou desde 2019. Em 2024, estima-se que ele atingirá um recorde de US$ 24 bilhões. Há sete anos o valor era de US$ 1,6 bilhão, segundo dados do Statista. 

Em 2021, os gastos com marketing de influência nos EUA foram previstos para atingir uma alta histórica de US$ 3,7 bilhões. 

No Brasil, esse número também só cresce: o estimado é que chegue perto dos US$ 750 milhões em 2029.  

Todos esses números mostram que as empresas estão cada vez mais dispostas a investir nesse tipo de marketing, que só deve crescer daqui para  frente. 

E só é assim porque funciona. 

Seis em cada dez seguidores já compraram produtos ou serviços recomendados por influencers e preferem esse formato para descoberta de produtos, segundo um estudo realizado pela MindMiners e Youpix. 

Eu mesma adoro descobrir produtos de maquiagem pelas criadoras de conteúdo no TikTok. Já desejei uma série de produtos só porque determinada influenciadora recomendou. 

Não só isso: já quis ter uma vida diferente porque olhei para minha com as lentes da rede social. 

Vamos parar de fazer pessoas estúpidas ficarem famosas 

É assim que essas pessoas ganham dinheiro. Acontece que não dá para contar com os escrúpulos de todos eles. 

Nos últimos tempos, uma horda de influencers têm inundado as redes sociais com anúncios para o jogo do tigrinho — o que gerou um apelo da Dinheirista no novo episódio do quadro.

Uma reportagem do Uol revelou que essas divulgações usam um aplicativo ‘viciado’, programado só para ganhar. 

Do outro lado, milhares de pessoas se afundam em dívidas com o vício em apostas. 

Em um rápido giro na internet você encontra até influenciadoras que incentivam garotas a venderem fotos íntimas no Onlyfans. 

Mas a sociedade parece estar percebendo o monstro que criou, a punição virá? 

A ‘desinfluência’ está se tornando viral. Pessoas gravando vídeos simplesmente para dizer que você não precisa seguir ‘cegamente’ a recomendação dos influenciadores. 

Tem também o movimento da ‘guilhotina digital’, no qual os usuários tentam reduzir o alcance de grandes personalidades da internet ao bloqueá-las em massa.

Do lado das instituições, já tem gente colocando a mão na massa. A França criou no ano passado uma lei para regular a profissão de influenciador e conter abusos — como a promoção de remédios que fazem mal à saúde e jogos de aposta. 

A pena é de dois anos de prisão mais multa de 300 mil euros (cerca de R$ 1,6 milhão na cotação atual).   

No Brasil, existem dois projetos de lei ainda não aprovados que preveem regulamentar a profissão (PLs 4289/2016 e 8569/2017).

Para fechar na seara religiosa como comecei, seria o apocalipse influencer começando?

O Seu Dinheiro não sucumbirá

Uma alternativa de curto prazo para todo esse problema, enquanto usuários, me parece ser escolher bem quais páginas você irá seguir. 

Como uma das responsáveis pela página do Seu Dinheiro, indico fortemente (rs). Todos os dias publicamos notícias e análises relevantes para o seu bolso. Clique aqui e nos siga no Instagram. 

Bom domingo e até a próxima. 

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