Latam quer voltar a voar em Wall Street: entenda os planos da companhia aérea para os ADRs — e o que isso significa para os acionistas
Quase três anos após ser obrigada a retirar os papéis da Bolsa de Valores de Nova York, a aérea chilena pretende voltar a ser negociada na Nyse em até seis meses

Os céus de Wall Street parecem prontos para receber os “aviões de papel” da Latam outra vez. A companhia aérea chilena anunciou nesta semana que vai iniciar o processo de reabertura de capital para voltar a ter seus ADRs (American Depositary Receipt, recibos de ações) negociados na bolsa de valores de Nova York (Nyse).
A companhia teve que retirar os papéis da Nyse e transferi-los para o mercado de balcão — que permite a realização de operações de ativos fora das bolsas de valores tradicionais — em 2021.
A retirada dos ADRs do mercado principal de Wall Street aconteceu após a companhia entrar no chapter 11 da lei de falências dos EUA, em meio ao processo de recuperação judicial voluntário iniciado em 2020, durante a pandemia da covid-19.
A saída dos papéis da Latam da bolsa norte-americana resultou na falta de liquidez dos ativos, levando a uma diferença brusca entre o preço do ADR em Nova York e o preço real das ações negociadas na bolsa de Santiago.
Quase um ano e meio depois do fim do processo de reestruturação, a companhia quer “reabrir a rota” para os mercados norte-americanos.
O processo, porém, envolve procedimentos e exigências em relação à SEC, o equivalente norte-american da CVM, e à bolsa de valores de Nova York.
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Além disso, a empresa deverá conseguir o aval do conselho de administração para a relistagem na Nyse.
De acordo com a Latam, a decisão será adotada após o consentimento dos principais credores backstop do plano de recuperação e de acordo com as condições de mercado e o melhor interesse da companhia.
O processo para finalizar a relistagem do programa de ADRs pode levar até seis meses, contados a partir de agora, segundo a empresa.
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O que dizem os analistas sobre a Latam
A Latam é uma das principais escolhas do BTG Pactual no setor aéreo — e uma potencial relistagem dos ADRs em Wall Street traria um impulso adicional para as ações da companhia, segundo os analistas.
“A decisão de reabrir os ADRs poderia ajudar a desbloquear um volume adicional de negociação, além de ajustar a avaliação dos ADRs ao valor patrimonial real da empresa”, escreveram os analistas do BTG Pactual.
Eles recomendam a compra dos papéis, com preço-alvo de 17 pesos chilenos para as ações da aérea em Santiago nos próximos 12 meses, implicando em um potencial de valorização de 35%.
“Se aprovada, acreditamos que a relistagem de ADRs deverá melhorar a liquidez das ações da Latam, ajudando a desbloquear um volume adicional de negociação, dadas as restrições à negociação no Chile”, disse o BTG.
Segundo os analistas, apesar do desempenho positivo das ações da Latam de mais de 34% no acumulado do ano, o valuation continua a oferecer espaço para uma reavaliação, já que o atual múltiplo medido pela relação valor de firma sobe Ebitda (EV/Ebitda) de 4,3 vezes da Latam está 30% descontado em comparação com a média histórica.
“O pedido voluntário da Gol para o chapter 11 também deverá permitir que a Latam continue a ganhar participação de mercado, como fica evidente em seus recentes números de tráfego”, afirmam.
De acordo com o BTG Pactual, os preços do petróleo e do câmbio continuam a ser os principais obstáculos ao setor aéreo.
Porém, apesar dos riscos, essas duas maiores preocupações parecem ter “estabilizado em níveis elevados”, segundo os analistas.
Por isso, o banco acredita que não devem acontecer mudanças drásticas na dinâmica dos lucros devido à instabilidade macroeconômica, uma vez que o ruído na região já é forte.
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