Cury (CURY3) mantém ações em forte alta, quebra recorde de vendas no segundo trimestre e diretor diz o que esperar para o balanço da construtora
Ronaldo Cury, diretor de Relações com Investidores da companhia, atribui as marcas históricas a três fatores principais

Esta quinta-feira (10) é um dia repleto de notícias positivas para os acionistas da Cury (CURY3). A construtora e incorporadora deposita hoje os R$ 265 milhões em dividendos adicionais anunciados no início do mês e acaba de publicar também uma prévia operacional repleta de recordes.
Foram pouco mais de R$ 1,7 bilhão em vendas líquidas no segundo trimestre, alta de 46,5% ante o mesmo período do ano passado e o maior valor já registrado nos 61 anos de história da companhia.
A velocidade de vendas (VSO) líquida — indicador importante para o setor, pois mostra o ritmo de absorção dos empreendimentos — também bateu recorde e avançou 50,5%.
Ronaldo Cury, diretor de Relações com Investidores da construtora, atribui as marcas históricas a três fatores: as condições melhoradas do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), a localização dos terrenos e a força de vendas diferenciada da companhia
O executivo conversou com Seu Dinheiro sobre o desempenho operacional da construtora, a performance das ações e o que esperar da Cury daqui para a frente. Confira abaixo os principais pontos da entrevista.
- E-BOOK LIBERADO: o Seu Dinheiro consultou especialistas do mercado financeiro para descobrir onde estão as melhores oportunidades de investimento para o 2º semestre de 2024; baixe aqui
As ações das construtoras na B3 começaram o ano em forte alta, mas os ganhos foram freados pelas mudanças no cenário macroeconômico. Como você avalia essa virada de cenário? E por que você acredita que a Cury foi uma das menos prejudicadas pela aversão ao risco e um dos únicos papéis do setor a manter uma forte alta, de 24%, em 2024?
O nosso papel bateu recorde na semana passada e vem se mantendo em um preço muito bom. Sabemos que o setor não está performando bem, mas a baixa renda performa melhor, o que tem uma correlação com a taxa de juros. A nossa operação depende um pouco menos da Selic do que a média e alta renda.
Leia Também
Eu também atribuo o sucesso do nosso resultado à entrega: entregamos mais do que prometemos e posso falar com muito orgulho que isso é um reconhecimento do mercado. Se olharmos para 2020, todas as projeções do nosso prospecto de IPO eram mais conservadoras do que aquilo que foi de fato realizado pela companhia e isso contribuiu para o crescimento do papel.
Hoje, a Cury está como líder do segmento, é a maior empresa da baixa renda e a segunda maior, em termos de market cap, do setor.
Essa virada de cenário macroeconômico, com o fim do ciclo de corte dos juros e aumento dos ruídos fiscais, muda as perspectivas para a construção civil ou elas seguem favoráveis como estavam no início do ano?
O impacto é um pouco mais relevante para a média e alta renda porque o funding deles vêm da poupança. O racional é o seguinte: com uma taxa de juros menor, a poupança tem uma captação maior; com mais dinheiro na poupança, o custo do recurso para o cliente que vai buscar um financiamento imobiliário é mais barato.
Claro que um ambiente de juros menor é favorável para a economia como um todo e isso melhora as coisas para nós também. Só que, na baixa renda, o funding que financia a maior parte dos nossos clientes vem do FGTS, que tem pouca influência da taxa de juros do país.
Para nós, é muito mais importante, por exemplo, o cliente estar empregado — e o nível de emprego do país está muito bom e a inflação controlada — e ter condições de crédito. E isso foi dado, o programa habitacional que foi criado lá atrás sofreu alguns ajustes nos últimos anos que o deixaram mais atrativo, ou “affordable”, como diria o americano, com condições que cabem no bolso do cliente.
- Ainda vale a pena investir no Ibovespa? O dólar vai chegar a R$ 6? Bitcoin vai superar os 100 mil dólares nesse ciclo? Baixe nosso guia GRATUITO para saber como montar a carteira mais estratégica e potencialmente lucrativo para os próximos seis meses
Entrando no desempenho operacional da companhia, o preço médio das unidades caiu um pouco tanto na base trimestral (-1,8%) quanto na anual (-3,5%) e, segundo a prévia, isso se deve ao mix de produtos lançados no trimestre. Como o mix afeta o indicador?
Temos produtos que estão nas faixas mais altas do Minha Casa Minha Vida e temos produtos um degrau fora do programa habitacional. No primeiro trimestre, por questões de aprovações de prefeitura, calhou de termos mais empreendimentos nesse pedacinho fora do MCMV.
Já no segundo trimestre foi o contrário, tivemos mais empreendimentos dentro do programa habitacional do que fora. Quando a gente fala de mix é isso, o que traz o ticket médio de lançamento um pouco mais para baixo.
Por falar em preço médio, ele indica que a companhia tem permanecido focada na faixa 3 do Minha Casa Minha Vida. Há planos para expandir os lançamentos nas faixas mais baixas do programa?
Teremos um empreendimento para a faixa mais baixa no terceiro trimestre no Rio de Janeiro, mas a maioria dos lançamentos deve seguir nas faixas mais altas ou até um degrauzinho fora.
Essa decisão tem muito a ver com as mudanças nos planos diretores e as praças onde atuamos, nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Aqui é mais difícil encontrar oportunidades viáveis para fazer empreendimentos para as faixas mais baixas, o terreno é mais caro, além da topografia e mais uma série de determinantes que fazem com que optemos por trabalhar nas faixas mais altas.
Tanto as vendas líquidas quanto a VSO foram recordes neste trimestre. A que você atribui o sucesso?
A localização dos terrenos e os produtos são determinantes também, mas atribuo, principalmente, a nossa força de vendas.
Há muitos anos tomamos a decisão de focar esforços e concentrar nossos produtos apenas nas regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Como temos lançamentos acontecendo todos os meses, há uma previsibilidade para os corretores, essa força de vendas não se dissipa e fica cada vez maior.
Todo mundo da baixa renda vendeu muito bem, mas nós, uma empresa de 61 anos, tivemos recorde graças a essa estrutura.
Todo começo de mês, por exemplo, fazemos um evento no qual mostramos os lançamentos do período. Na semana passada, fechamos o Memorial da América Latina para mais de 1,6 mil corretores no evento de São Paulo. No Rio, enchemos o IMPA Tech com mil corretores. Então estamos falando de uma força com mais de 2,6 mil corretores.
Para se ter uma ideia, uma empresa não tão bem estruturada que vai fazer um lançamento imobiliário atrai, no máximo, 30 corretores para o stand de vendas.
O banco de terrenos da Cury também registrou um recorde histórico mais uma vez e encerrou o segundo trimestre com R$ 17,5 bilhões em VGV potencial (alta de 72,7% ante o 2T23). O landbank deve continuar crescendo nesse ritmo forte nos próximos trimestres?
O racional por trás disso é que estamos sempre atrás de boas oportunidades. O nosso compromisso com os investidores é sempre comprar bons terrenos. Desde o ano passado, dobramos o nosso time de prospecção de novos negócios em São Paulo e aumentamos a equipe do Rio.
Mas o fator determinante que fez com que conseguíssemos comprar bons ativos foram as alterações nos planos diretores e leis de zoneamento em SP e no RJ no final do ano passado, que ampliaram muito as regiões onde podemos trabalhar e produzir habitação econômica.
- Baixe AGORA o nosso guia especial "Onde Investir no 2º semestre" e descubra onde estão as melhores oportunidades para o resto do ano
O que podemos esperar para o balanço da Cury?
A gente vem preservando as margens e é um excelente trimestre. Além disso, na semana passada, apresentamos para o time de vendas os lançamentos do mês de julho. A temperatura desses dois produtos está muito alta, os nossos corretores estão super animados. Então o terceiro trimestre tem tudo para ser tão bom, ou até melhor do que o primeiro e o segundo.
Nem toda boa notícia é favorável: entenda por que o UBS mudou sua visão sobre Itaú (ITUB4), mesmo com resultados fortes
Relatório aponta que valorização acelerada da ação e preço atual já incorporam boa parte dos ganhos futuros do banco
Azul (AZUL4) dá mais um passo na recuperação judicial e consegue aprovação de petições nos EUA
A aérea tem mais duas audiências marcadas para os dias 15 e 24 de julho que vão discutir pontos como o empréstimo DIP, que soma US$ 1,6 bilhão
A acusação séria que fez as ações da Suzano (SUZB3) fecharem em queda de quase 2% na bolsa
O Departamento do Comércio dos EUA identificou que a empresa teria exportado mercadorias com preço abaixo do normal por quase um ano
Uma brasileira figura entre as 40 maiores empresas com bitcoin (BTC) no caixa; confira a lista
A empresa brasileira tem investido pesado na criptomoeda mais valiosa do mundo desde março deste ano
Em um bom momento na bolsa, Direcional (DIRR3) propõe desdobramento de ações. Veja como vai funcionar
A proposta será votada em assembleia no dia 30 de julho, e a intenção é que o desdobramento seja na proporção de 1 para 3
Nvidia (NVDA34) é tetra: queridinha da IA alcança a marca inédita de US$ 4 trilhões em valor de mercado
A fabricante de chips já flertava com a cifra trilionária desde a semana passada, quando superou o recorde anteriormente estabelecido pela Apple
Cyrela (CYRE3) quase triplica valor de lançamentos e avança no MCMV; BTG reitera compra — veja destaques da prévia do 2T25
Na visão do banco, as ações são referência no setor, mesmo com um cenário macro adverso para as construtoras menos expostas ao Minha Casa Minha Vida
Ações da Braskem (BRKM5) saltam mais de 10% na bolsa brasileira com PL que pode engordar Ebitda em até US$ 500 milhões por ano
O que impulsiona BRKM5 nesta sessão é a aprovação da tramitação acelerada de um programa de incentivos para a indústria petroquímica; entenda
Tenda (TEND3): prévia operacional do segundo trimestre agrada BTG, que reitera construtora como favorita do setor, mas ação abre em queda
De acordo com os analistas do BTG, os resultados operacionais foram positivos e ação está sendo negociada a um preço atrativo; veja os destaques da prévia o segundo trimestre
Mais um acionista da BRF (BRFS3) pede a suspensão da assembleia de votação da fusão com a Marfrig (MRFG3). O que diz a Previ?
A Previ entrou com um agravo de instrumento na Justiça e com um pedido de arbitragem para contestar a relação de troca proposta, segundo jornal
Jeff Bezos vende mais US$ 666 milhões em ações da Amazon (AMZN34); saiba para onde está indo esse dinheiro
Fundador da Amazon já se desfez de quase 3 milhões de papéis só em julho; bilionário planeja vender cerca de 25 milhões de ações até maio de 2026
Ação do Inter (INTR) ainda tem espaço para subir bem, segundo o Citi — mas rentabilidade de 30% em 2027 ainda não convence
O Citi elevou estimativas para lucro e rentabilidade do Inter, além de aumentar o preço-alvo das ações, mas acha que plano 60-30-30 não deve se concretizar por completo
Produção pode salvar o segundo trimestre da Vale (VALE3)? Citi faz as contas e mantém cautela
Para o banco americano, os resultados do 2T25 devem apresentar melhora da produção e potencial alta no minério de ferro, que está sob pressão
BitChat: fundador do Twitter lança app que rivaliza com o WhatsApp e funciona sem internet
Aplicativo criado por Jack Dorsey permite trocar mensagens via Bluetooth ou Wi-Fi local; projeto mira privacidade, descentralização e resistência à censura
JBS (JBSS32) cai mais de 3% na B3 após previsões nada saborosas para o segundo trimestre
Goldman, XP e Itaú BBA cortam projeções e destacam a pressão nos EUA em um trimestre amargo para a gigante das carnes
Itaú BBA eleva projeção para o Ibovespa até o fim de 2025; saiba até onde o índice pode chegar
Banco destaca cenário favorável para ações brasileiras com ciclo de afrouxamento monetário e menor custo de capital
Falta de OPA na Braskem não é o que preocupa o BTG: o principal catalisador da petroquímica está em outro lugar — e não tem nada a ver com Tanure
Embora as questões de governança e mudança de controle não possam ser ignoradas, o verdadeiro motor (ou detrator) é outro; veja o que dizem os analistas
Enquanto Banco do Brasil (BBAS3) sofre o peso do agronegócio, Bradesco (BBDC4) quer aumentar carteira agrícola em até 15% na safra 2025/26
O Bradesco traçou uma meta ousada: aumentar sua carteira agrícola entre 10% e 15% para a safra 2025/2026; veja os detalhes da estratégia
XP cobra na Justiça a Grizzly Research por danos milionários após acusações de esquema de pirâmide
A corretora acusa a Grizzly Research de difamação e afirma que o relatório causou danos de mais de US$ 100 milhões, tanto em perdas financeiras quanto em danos à sua reputação
Fundador da Hypera (HYPE3) estabelece acordo para formar bloco controlador — e blindar a empresa contra a EMS; entenda
Mesmo com a rejeição da oferta pela Hypera em outubro do ano passado, a EMS segue demonstrando interesse pela aquisição da rival