🔴 COPOM À VISTA: RECEBA EM PRIMEIRA MÃO 3 TÍTULOS PARA INVESTIR APÓS A DECISÃO – ACESSE GRATUITAMENTE

Camille Lima

Camille Lima

Repórter de bancos e empresas no Seu Dinheiro. Bacharel em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.

VENTOS FRACOS…

CEO da AES Brasil (AESB3) revela o principal “culpado” do prejuízo no 1T24 — e prevê nova pressão daqui para frente

Enquanto o El Niño se prepara para deixar os holofotes, um outro fenômeno climático deve bater nas operações da empresa de energia renovável em 2024

Camille Lima
Camille Lima
3 de maio de 2024
11:59 - atualizado às 18:59
AES Brasil (AESB3)
AES Brasil (AESB3) - Imagem: Divulgação

Dizem que ventos fracos não movem moinhos — e, ao que parece, nem o balanço da AES Brasil (AESB3). A companhia de geração de energias renováveis registrou um prejuízo líquido de R$ 102,4 milhões no primeiro trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 60,4 milhões apurado no mesmo intervalo do ano passado, uma derrocada de 269,5%.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, indicador usado pelo mercado como medida da capacidade de geração de caixa) ajustado caiu 10,2% na base anual, para R$ 367,6 milhões. 

A receita líquida conseguiu registrar leve expansão de 5,4% em relação aos três primeiros meses de 2023, para R$ 828 milhões.

No período, o custo da AES Brasil com energia, que considera encargos setoriais e de transmissão, piorou 30,5% no comparativo ano a ano, para gastos da ordem de R$ 295,4 milhões.

Enquanto isso, a geração total de energia caiu 16,8% em base anual, para 3,8 mil gigawatts-hora no primeiro trimestre de 2024. 

O maior recuo geracional, de 25,1%, veio das hídricas, impactado por um “período de chuvas frustrado”, segundo a empresa, e afluências abaixo da média. Enquanto isso, a geração eólica e a solar registraram aumento de 9,7% e 5,4%, respectivamente.

Leia Também

De acordo com o CEO Rogério Pereira Jorge, os indicadores da AES Brasil foram impactados por um regime de ventos mais fraco, especialmente na região Nordeste, com maior impacto nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará, onde estão localizados alguns dos parques eólicos da empresa.

“Realmente foi um trimestre muito ruim, do ponto de vista de performance de ventos, em todo o país, com exceção da região Sul”, afirmou o CEO, em conferência de resultados com o mercado.

Já do lado das hidrelétricas, Pereira Jorge destacou o impacto negativo de um “período hídrico frustrado”. 

“O cenário da última estação chuvosa de outubro do ano passado até abril deste ano foi bastante desafiador, se destacando com uma das piores afluências. Esse período com chuva abaixo da média resultou em uma redução no volume máximo dos reservatórios, de 80% para 66%, justamente quando se esperava uma recuperação significativa desses reservatórios.”

As ações da AES Brasil (AESB3) operam em queda na bolsa brasileira. Os papéis fecharam em queda de 0,83%, a R$ 9,51. No ano, a empresa de geração de energia renovável acumula desvalorização de 22% na B3.

De olho no endividamento da AES Brasil 

Uma das preocupações do mercado em relação à AES Brasil (AESB3) é o nível de endividamento da empresa de geração de energias renováveis.

A dívida bruta consolidada da empresa apresentou leve recuo de 2,2% contra o mesmo período de 2023, a R$ 11,7 bilhões. Já o endividamento líquido avançou 24,7% na mesma base, a R$ 9,24 bilhões.

Por sua vez, a alavancagem, mensurada pela relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado, subiu para 5,64 vezes. 

Segundo o CEO Rogério Pereira Jorge, a companhia continua focada na gestão do endividamento, com estratégia de financiamento de longo prazo em substituição aos de curto prazo.

“Esse movimento vem alongando o prazo médio e aumentando a exposição da companhia ao IPCA, o que serve como hedge [proteção] natural, uma vez que os nossos contratos de vendas são atualizados por esse mesmo indicador”, afirmou Pereira Jorge.

Na avaliação de José Simão, diretor financeiro (CFO) e de relações com investidores (DRI), a tendência é que a AES Brasil mantenha uma trajetória decrescente de alavancagem até o final do ano, com meta de atingir um múltiplo entre 3,5 vezes a 4 vezes no médio prazo.

‘Efeito La Niña’

E enquanto o El Niño se prepara para deixar os holofotes, a perspectiva da AES Brasil (AESB3) é que outro evento climático venha a atrapalhar as operações da empresa daqui para frente: a La Niña.

Esperado para chegar no segundo semestre de 2024, esse fenômeno normalmente traz temperaturas mais altas e tende a gerar chuvas mais fortes no Norte e Nordeste e escassez de chuvas na região Sul.

“Isso pode aumentar a demanda por energia no país, especialmente para fins de refrigeração, o que acaba por gerar uma pressão a mais em nosso sistema, já que não é possível garantir que não haverá possibilidade das alterações na bandeiras tarifárias e, consequentemente, no valor das contas de energia”, disse o CEO, em conferência. 

“Precisamos ser cautelosos quanto ao timing e precisão das previsões. Mas olhando para frente, já observamos uma pressão a partir do meio do ano. Não podemos mais depender da precipitação para recuperar os níveis de reservatório, pois o volume potencial é muito baixo, mesmo que com chuvas próximas às médias.”

Não bastasse o impacto nas hidrelétricas, a La Niña pode também afetar a geração eólica da AES Brasil, já que a região em que os ativos eólicos da empresa estão localizados é justamente onde se espera mais chuvas no Brasil.

O fenômeno climático ainda tende a afetar o desempenho da energia solar, já que as altas temperaturas influenciam negativamente a performance das placas solares.

O que dizem os analistas sobre a AES Brasil (AESB3)

Na avaliação do JP Morgan, o Ebitda foi o maior detrator do resultado da AES Brasil (AESB3), que ficou fortemente abaixo do esperado pelos analistas devido aos “maus resultados eólicos”.

“Apesar das adições de capacidade no negócio eólico, o desempenho da energia eólica foi fraco, levando à erosão das margens e a uma contração do Ebitda numa base anual”, afirma o banco norte-americano.

Os custos operacionais e despesas gerais e administrativas também vieram piores que o esperado, a R$ 193,1 milhões no primeiro trimestre, um avanço de 19% frente a igual intervalo do ano anterior.

“As despesas financeiras líquidas foram muito maiores a cada ano devido à elevação do endividamento e das taxas de juros, e um pouco piores do que o esperado. Apesar da menor despesa tributária, o lucro por equivalência patrimonial também não ajudou, agravando ainda mais a perda.”

Nas contas do JP Morgan, a ação da AES Brasil (AESB3) negocia a uma taxa interna de retorno (TIR) implícita de 11%, em reais.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
ESG NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Do canteiro de obras ao mercado financeiro: como uma incorporadora de alto padrão conseguiu captar meio bilhão com títulos verdes

16 de junho de 2025 - 7:30

Tegra estrutura política de sustentabilidade e capta R$ 587 milhões com debêntures e CRI verdes; experiência aponta caminhos possíveis para o setor

PRÓXIMOS PASSOS

Nelson Tanure contrata Rothschild para estruturar oferta pela Braskem (BRKM5), diz jornal

15 de junho de 2025 - 16:25

O empresário pretende adquirir a participação da Novonor indiretamente, comprando as ações da holding que controla a fatia da petroquímica

EXPANSÃO INTERNACIONAL

Alpargatas (ALPA4) fecha acordo com Eastman Group, que será distribuidora exclusiva da Havaianas nos Estados Unidos e Canadá

15 de junho de 2025 - 13:32

O acordo de distribuição marca uma mudança importante no modelo de operação da companhia na América do Norte

FIM DO TRÂNSITO?

Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), fecha contrato bilionário para decolar com seus ‘carros voadores’ nos céus de São Paulo

15 de junho de 2025 - 12:36

Atualmente, a capital paulista possui mais de 400 helicópteros registrados e cerca de 2 mil decolagens e aterrissagens diárias

ESTRATÉGIA TRANSVERSAL

“Investir sem se preocupar com impacto é quase uma irresponsabilidade”, afirma Daniel Izzo, da Vox Capital

15 de junho de 2025 - 8:00

O sócio-fundador da primeira venture capital de impacto do país conta como o setor vem se desenvolvendo, quem investe e os principais desafios para a sua democratização

CURTO-CIRCUITO?

Após três anos da privatização, Eletrobras (ELET3) ainda não atingiu as expectativas do mercado; entenda o que está travando a ex-estatal

14 de junho de 2025 - 13:00

A companhia do setor elétrico avanços nesse período, contudo, o desempenho das ações ainda está aquém do esperado pelo mercado

BOLSO CHEIO

Dividendos e JCP: saiba quanto a Multiplan (MULT3) vai pagar dessa vez aos acionistas e quem pode receber

13 de junho de 2025 - 19:40

A administradora de shopping center vai pagar proventos aos acionistas na forma de juros sobre capital próprio; confira os detalhes

AGORA VAI?

Compra do Banco Master: BRB entrega documentação ao BC e exclui R$ 33 bi em ativos para diminuir risco da operação

13 de junho de 2025 - 16:43

O Banco Central tem um prazo de 360 dias para analisar a proposta e deliberar pela aprovação ou recusa

TÁ VALENDO, MAS COM CAUTELA

Prio (PRIO3): Santander eleva o preço-alvo e vê potencial de valorização de quase 30%, mas recomendação não é tão otimista assim

13 de junho de 2025 - 14:08

Analistas incorporaram às ações da petroleira a compra da totalidade do campo Peregrino, mas problemas em outro campo de perfuração acende alerta

COMEÇOU COM PÉ DIREITO

Estreia na Nyse pode transformar a JBS (JBSS32) de peso-pesado brasileiro a líder mundial

13 de junho de 2025 - 12:24

Os papéis começaram a ser negociados nesta sexta-feira (13); Citi avalia catalisadores para os ativos e diz se é hora de comprar ou de esperar

PARE ESTA FUSÃO

Minerva (BEEF3) entra como terceira interessada na incorporação da BRF (BRFS3) pela Marfrig (MRFG3); saiba quais são os argumentos contrários

13 de junho de 2025 - 12:08

Empresa conseguiu autorização do Cade para contribuir com dados e pareceres técnicos

IMPACTO E RENTABILIDADE

“Com Trump de volta, o greenwashing perde força”, diz o gestor Fabio Alperowitch sobre nova era climática

13 de junho de 2025 - 8:54

Para o gestor da fama re.capital, retorno do republicano à Casa Branca acelera reação dos ativistas legítimos e expõe as empresas oportunistas

ALÔ, ACIONISTAS

Dividendos e JCP: Telefônica (VIVT3), Copasa (CSMG3) e Neoenergia (NEOE3) pagam R$ 1 bilhão em proventos; veja quem tem direito a receber

12 de junho de 2025 - 19:12

A maior fatia é da B3, a operadora da bolsa brasileira, que anunciou na noite desta quinta-feira (11) R$ 378,5 milhões em juros sobre capital próprio

VOO COM HORA MARCADA

Radar ligado: Embraer (EMBR3) prevê demanda global de 10,5 mil aviões em 20 anos; saiba qual região é a líder

12 de junho de 2025 - 16:50

A fabricante brasileira de aviões projeta o valor de mercado de todas as novas aeronaves em US$ 680 bilhões, avanço de 6,25% em relação ao ano anterior

MAIS IMPOSTOS

Até o Nubank (ROXO34) vai pagar a conta: as empresas financeiras mais afetadas pelas mudanças tributárias do governo

12 de junho de 2025 - 16:24

Segundo analistas, os players não bancários, como Nubank, XP e B3, devem ser os principais afetados pelos novos impostos; entenda os efeitos para os balanços dos gigantes do setor

BOM OU RUIM

Dividendo de R$ 1,5 bilhão da Rumo (RAIL3) é motivo para ficar com o pé atrás? Os bancos respondem

12 de junho de 2025 - 16:03

O provento representa 70% do lucro líquido do último ano e é bem maior do que os R$ 350 milhões distribuídos na última década. Mas como fica a alavancagem?

OS ACIONISTAS ESTÃO DE OLHO

O sinal de Brasília que faz as ações da Petrobras (PETR4) operarem na contramão do petróleo e subirem mais de 1%

12 de junho de 2025 - 14:29

A Prio e a PetroReconcavo operam em queda nesta quinta-feira (12), acompanhando os preços mais baixos do Brent no mercado internacional

DESFEZ O MATCH?

Dia dos Namorados: por que nem a solteirice salva apps de relacionamento como Tinder e Bumble da crise de engajamento

12 de junho de 2025 - 7:32

Após a pandemia, dating apps tiveram uma queda grande no número de “pretendentes”, que voltaram antigo método de conhecer pessoas no mundo real

REPORTAGEM ESPECIAL

Bradesco (BBDC4) surpreende, mas o pior ficou para trás na Cidade de Deus? Mercado aumenta apostas nas ações e diretor revela o que esperar

12 de junho de 2025 - 6:07

Ações disparam após balanço e, dentro da recuperação “step by step”, banco mira retomar níveis de rentabilidade (ROE) acima do custo de capital

FECHANDO CAPITAL

Despedida da Wilson Sons (PORT3) da bolsa: controladora registra OPA; veja valor por ação

11 de junho de 2025 - 19:44

Os acionistas que detém pelo menos 10% das ações em circulação têm 15 dias para requerer a realização de nova avaliação sobre o preço da OPA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar