Ação da AES Brasil (AESB3) cai forte na B3 após rebaixamento por um bancão. Por que os analistas recomendam a venda do papel?
Segundo o UBS BB, existem dois principais motivos para a visão mais pessimista para os papéis: o desempenho mais fraco e o nível de endividamento atual da companhia
As luzes do estádio começaram a se apagar para a AES Brasil: as ações AESB3 acabam de ser rebaixadas no campeonato financeiro das empresas de energia por um bancão de investimentos.
O UBS BB revisou para “venda” a recomendação para os papéis e cortou o preço-alvo de R$ 12 para R$ 9, implicando em um potencial de desvalorização de 5,7% em relação ao fechamento de hoje.
Segundo os analistas, existem dois principais motivos para visão mais pessimista para a empresa de geração de energias renováveis: o desempenho mais fraco e o nível de endividamento atual da companhia.
As ações reagiram em forte queda à notícia no pregão desta segunda-feira (1). Os papéis terminaram o dia em queda de 6,37, negociados a R$ 9,55. No acumulado de 2024, a desvalorização chega a 22%.
- Onde investir neste mês? Veja 10 ações em diferentes setores da economia para buscar lucros. Baixe o relatório gratuito aqui.
Por que a AES Brasil (AESB3) foi rebaixada
Na visão do UBS BB, a AES Brasil (AESB3) saiu do “olho da tempestade”, mas as perspectivas para o futuro da companhia de energia renovável não são tranquilas — especialmente do lado financeiro.
Os analistas até têm visão positiva para os preços da energia — que devem levar a melhores preços de contratos de compra e venda de energia — e para o crescimento operacional da empresa, mas os riscos negativos se sobrepõem, segundo o UBS.
Leia Também
Botafogo bota fogo na bolsa: semana cheia começa com investidores acompanhando fôlego do Trump Trade
Uma dessas questões que deve pesar nos resultados da companhia é o desempenho dos ativos da AES Brasil. Os complexos eólicos registraram queda de 10% na geração em relação à garantia física — indicador que determina a quantidade de energia que um equipamento de geração consegue suprir — em 2023.
Ainda estão no radar as reduções involuntárias na produção de energia das usinas (curtailment). Na projeção do banco, cada curtailment de 5% deve gerar uma queda de aproximadamente R$ 65 milhões por ano no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2024 a 2028.
Os analistas também afirmam que a empresa continua “altamente alavancada”, o que pode prejudicar a geração de caixa devido à dimensão das despesas financeiras da companhia. Relembrando, a empresa terminou o quarto trimestre de 2023 com uma alavancagem de 5,31 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda.
Outra pressão negativa à operação da AES Brasil é a baixa vida útil da concessão da companhia e a volatilidade impulsionada pelas notícias sobre venda de ativos, segundo o banco.
“O baixo prazo de concessão da empresa coloca a AES em um cronômetro para executar fusões e aquisições ou começar a construir novos projetos, a fim de preservar suas finanças”, escreveu o UBS BB, em relatório.
O banco vê a AES negociando a uma taxa interna de retorno (TIR) real de 8,1%, abaixo do patamar médio de outras empresas do setor, de 10,5%.
- Leia também: Lucro da AES Brasil (AESB3) cai no 4T23, mas Ebitda supera projeções e endividamento começa a cair
Riscos e oportunidades
Segundo os analistas, a AES Brasil surge como uma “titã de vulnerabilidade” ao curtailment, uma vez que a empresa tem a maior exposição ao efeito dos cortes na produção de energia das usinas dentro da cobertura do UBS BB no setor.
Isso porque, a partir de 2032, a empresa de energia pretende ter 100% de sua geração proveniente de renováveis.
“Em nossa opinião, isso representa um risco significativo para a tese de investimento da AES, uma vez que os efeitos do corte representam riscos significativos para a geração de caixa da AES. Para cada corte de 5%, estimamos um impacto no valor patrimonial de 13%”, disse o banco.
Já do lado das oportunidades, o UBS BB avalia duas principais sinergias em potenciais fusões e aquisições (M&As) que a companhia venha a fazer: redução de custos e amortização de ágio.
Na análise do banco, a redução do custo de holding é a maior sinergia potencial em um potencial processo de M&A, já que a empresa poderá ser incorporada a outra companhia.
Atualmente, a AES tem um custo de aproximadamente R$ 190 milhões por ano, alinhado ao patamar de pares como a Auren (R$ 150 milhões) e a Copel (R$ 220 milhões).
AES Brasil (AESB3): Ainda tem chance de recuperação?
Para o UBS BB, existem dois pontos que podem fazer a recomendação de “venda” do banco para as ações da AES Brasil (AESB3) darem errado.
De acordo com o banco, uma das questões que pode ajudar a empresa a se recuperar é a ocorrência de menor ineficiência de geração de energia e efeito de corte de produção.
“Caso a AES não seja afetada pela redução tanto quanto pensamos e proporcione uma geração de energia mais forte, isso poderá significar um aumento potencial significativo para os nossos números”, escreveram os analistas.
Já em relação ao endividamento, a tese pessimista do UBS BB pode ruir caso a empresa passe por uma desalavancagem mais rápida que o esperado.
Além disso, uma queda nas taxas de juros e uma redução das despesas financeiras também podem fazer a empresa entregar um fluxo de caixa maior em um ritmo mais rápido do que o estimado pelos analistas, o que poderia destravar valor para a empresa.
Oxxo fora dos planos da Raízen (RAIZ4), dividendos da Vale (VALE3) e previdência privada: as mais lidas da semana no Seu Dinheiro
A potencial venda da participação da Raízen no Grupo Nós, dono da marca Oxxo no Brasil, foi destaque no Seu Dinheiro; veja as matérias mais lidas dos últimos dias
Dividendos e novo guidance: RD Saúde (RADL3) anuncia mais de R$ 123 milhões em JCP e revisa projeções de 2025 para cima
A gigante das farmácias revisou a previsão de abertura de lojas no ano que vem; agora, a empresa prevê a inauguração bruta de 330 a 350 unidades
MRV (MRVE3) e Localiza (RENT3) em queda livre: O que causou o colapso das ações na bolsa nesta semana?
O desempenho negativo das ações locais — em especial, das empresas cíclicas, como é o caso da MRV e da Localiza — acompanhou a repercussão do plano fiscal
Ricardo Mussa renuncia como CEO da Cosan Investimentos após menos de um mês — e também abandona conselhos da Raízen (RAIZ4) e da Cosan (CSAN3)
O executivo deixa o grupo de Rubens Ometto após quase duas décadas no conglomerado, em meio à forte pressão sobre as finanças da Cosan e de suas controladas
Com alta de mais de 38%, bitcoin domina o ranking de maiores investimentos do mês; dólar dispara e aparece no pódio
O cenário político doméstico e internacional foi um dos fatores que mais pesou para o bom desempenho do bitcoin e do dólar em novembro
Itaú Asset lança dois novos ETFs com foco em ações, BDRs e renda fixa — e não é a única com novidades no portfólio
Além dos fundos de índice da Itaú Asset, a BB Asset estreou um novo ETF, e a bolsa brasileira lançou uma versão calibrada do Ibovespa para quem deseja investir em ações
As ações da Suzano (SUZB3) podem se beneficiar do dólar a R$ 6? BTG Pactual diz se é hora de aproveitar o rali da moeda para incluir o papel na carteira
O banco destaca a atratividade das ações da companhia, negociadas a múltiplos considerados baixos, com potencial de valorização de 36%
A queridinha dos dividendos está de volta: Vale (VALE3) vai depositar R$ 2,2 bilhões em JCP na conta dos acionistas
O montante será depositado na forma de juros sobre o capital próprio (JCP), e a expectativa é que o valor total bruto gire em torno de R$ 0,52053 por ação
Um presente e um almoço: pregão espremido entre feriado e fim de semana deve trazer volatilidade para bolsa brasileira hoje
Em dia de pagamento da primeira parcela do décimo terceiro e Black Friday, investidor deve continuar a digerir o pacote apresentado por Haddad
No banho de sangue da bolsa, a alta dessa ação mostrou por que dividendos fazem tanta diferença
Nos momentos de pessimismo extremo, os dividendos servem como um lembrete de que as ações não são simplesmente ativos cujos preços sobem ou descem a depender do humor do mercado
Décimo terceiro cai na conta hoje — veja como investi-lo em títulos com retornos expressivos ou turbinar a restituição do Imposto de Renda
Quem já está com as contas em dia e o pé de meia devidamente reservado pode aproveitar a oportunidade rara de investir em títulos seguros com retornos expressivos
Fugindo de Paris: custo da dívida da França chega ao mesmo nível da Grécia pela primeira vez na história. O que isso quer dizer para o investidor?
O spread, que é a diferença dos yields (rendimentos), entre os títulos de dez anos do governo francês e o equivalente grego foi reduzido a zero nesta quinta-feira (28)
Bitcoin (BTC) mira maior vencimento de opções de 2024; preço pode superar US$ 100 mil?
Mercado demonstra otimismo mesmo com cenário macroeconômico incerto. Resiliência da moeda pode ser a chave para quebra de mais um recorde.
Com ação ‘virando pó’ na B3, PDG Realty (PDGR3) tem nova proposta de grupamento de ações rejeitada por acionistas; entenda
A empresa imobiliária convocará uma nova assembleia geral extraordinária para deliberar sobre uma proposta revisada do fator de grupamento
Por que as ações da CVC (CVCB3) e da MRV (MRVE3) caem forte na bolsa hoje — enquanto JBS (JBSS3) e outras exportadoras lideram os ganhos
O tombo das empresas do setor imobiliário hoje é intensificado pela pressão dos juros futuros (DIs) e do dólar, que avançam após o anúncio do pacote fiscal do governo
Dólar e bolsa na panela de pressão: moeda americana bate R$ 6 na máxima histórica e Ibovespa fecha na casa dos 124 mil pontos com pacote do governo
Sem Nova York, investidores brasileiros reagem negativamente à coletiva de Haddad e, em especial, à proposta do governo de ampliar a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil
Em forma: Fleury (FLRY3) firma aquisição do Confiance por R$ 130 milhões em meio a repique do setor de saúde
A operação está sujeita a ajustes, conforme previsto nos termos do acordo entre as partes e ainda é preciso passar pela aprovação do Cade
Seu pacote chegou! Haddad confirma corte de R$ 70 bilhões, mas isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil deve pesar na bolsa hoje
O feriado do dia de Ação de Graças mantém as bolsas dos Estados Unidos fechadas por hoje e amanhã, o que deve aumentar a volatilidade global
A Raízen (RAIZ4) não quer mais saber do Oxxo? Por que a empresa pode vender a rede de lojas de conveniência após expansão agressiva em SP
Rumores sobre a potencial venda da participação no Grupo Nós, dono da marca Oxxo no Brasil, ganharam força na semana passada. Saiba o que esperar das ações RAIZ4 agora
Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil e cortes de gastos de R$ 70 bilhões: veja as medidas anunciadas por Haddad nesta quarta
Anúncio era ansiosamente esperado pelo mercado, mas inclusão da isenção de imposto de renda causou polêmica e estressou bolsa, dólar e juros hoje; veja ponto a ponto as medidas do pacote