Ações da Petrobras (PETR4) caem com produção menor no 3T24 — e analistas dizem o que esperar do próximo anúncio de dividendos da estatal
Com base nos dados operacionais divulgados, os grandes bancos e corretoras dizem o que pode vir por aí no dia 7 de novembro, quando a estatal apresenta o resultado financeiro do terceiro trimestre
					"Foi declínio mesmo”. Sem rodeios, Magda Chambriard, presidente da Petrobras (PETR4), comentou nesta terça-feira (29) a queda de produção da estatal no terceiro trimestre. Agora, o mercado espera pelos resultados financeiros, que serão divulgados em 7 de novembro, e os investidores se perguntam o que fazer com as ações da petroleira até lá.
A reação do mercado aos dados operacionais da estatal é negativa — embora a queda do petróleo no exterior não ajude. No início da tarde na B3, as ações PETR3 operavam em baixa de 0,23%, a R$ 39,23, mas acumulavam ganho de 12,9% no ano. No fechamento, a queda foi de 0,25%, a R$ 39,22.
Já as PETR4 recuavam 0,64%, a R$ 35,86, com ganho de 8,7% em 2024. Ao final do pregão, as ações preferenciais da estatal caíram 0,22%, a R$ 36,01. Em Nova York, os papéis PBR caíam 0,56%, a US$ 12,52 e amargavam perda de 7,2% no ano. No fechamento, a queda foi de 1,23%, a US$ 13,62.
A visão dos grandes bancos e corretoras sobre os papéis da Petrobras não é unânime: embora a maioria deles tenha reafirmado a compra — com a XP atualizando hoje o modelo para a empresa — há quem tenha um pouco de cautela com relação à estatal.
O Citi, por exemplo, seguiu com a indicação neutra para os American Depositary Receipts (ADRs) da Petrobras. O preço-alvo é de US$ 15 — o que representa um potencial de valorização de 8,8% em relação ao último fechamento.
O banco norte-americano não está sozinho. A Empiricus Research também reafirmou a recomendação neutra para Petrobras após os dados operacionais do terceiro trimestre.
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“No geral, a Petrobras mostrou números operacionais sólidos mais uma vez, mesmo atrapalhados por algumas paradas. Por ora, entendemos que PETR4 está bem precificada e mantemos nossa recomendação neutra”, diz Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.
Já o BTG Pactual tem recomendação de compra para as ações da Petrobras, enfatizando ser uma “opção segura” para aqueles que procuram alguma exposição ao setor de óleo e gás. O preço-alvo é de US$ 19 para os ADRs, com um potencial de valorização de 37,8%.
“Ainda vemos Petrobras como um dos nomes mais atraentes”, diz o banco ao avaliar que o relatório de produção e vendas do terceiro trimestre da Petrobras "não mostrou grandes surpresas".
Goldman Sachs e Santander também estão no grupo que tem uma recomendação de compra para Petrobras. No caso do primeiro, o preço-alvo é de US$ 15,90 — o que representa um potencial de valorização de 15,3% sobre o fechamento de ontem.
"Acreditamos que o anúncio [da queda da produção] deve ser visto como um não evento", afirmam os analistas do Goldman, lembrando que mensalmente a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) divulga os números de produção para o mercado de petróleo.
Ao reiterar a compra para as ações da Petrobras, o Santander disse que, apesar da queda de cerca de 7% nos preços do Brent, os volumes estáveis de Exploração e Produção (E&P), junto a margens mais altas no refino e volumes mais altos no segmento de Gás e Petróleo (G&P), devem sustentar o Ebitda da estatal.
Já o Bank of America indicou, ao manter a compra para os papéis, que desenvolvimentos importantes na Petrobras ajudaram a acalmar preocupações sobre governança corporativa, preços de combustível e dividendos.
“Além disso, mensagens fortes foram transmitidas pelo governo e pela estatal em apoio à exploração do prospecto da Margem Equatorial. Por isso, continuamos a esperar fortes retornos de caixa no futuro próximo”, diz o banco, que tem preço-alvo de US$ 18,50 para os ADRs da estatal.
A XP, por sua vez, passou a recomendar a compra dos papéis da estatal após a divulgação dos dados de produção. A corretora também elevou o preço-alvo das ações ON e PN de R$ 45,10 para R$ 46, indicando um potencial de valorização de 16% e 27%, respectivamente.
A previsão da XP considera o petróleo Brent — referência no mercado internacional — a US$ 70 por barril, mantendo a empresa como a principal escolha do setor, destacando os dividendos como o ponto forte da companhia.
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Por falar em dividendos…
A Petrobras ainda está com metade dos dividendos extraordinários represados, e a expectativa agora é saber se a estatal vai liberá-los junto com os resultados financeiros do terceiro trimestre ou se a quantia bilionária ficará para os últimos três meses do ano.
Para o Itaú BBA, a estatal deve apresentar um desempenho moderado no próximo dia 7 de novembro, principalmente devido aos preços mais fracos do petróleo.
A estimativa do banco é de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 11,6 bilhões e gastos de capex (investimentos) de US$ 3,4 bilhões para o trimestre — o que levará a um dividendo ordinário de US$ 2,5 bilhões (rendimento de 3%).
Para um potencial anúncio de dividendo extraordinário, o BBA leva em conta uma avaliação com o limite atual da dívida bruta e o nível de caixa ideal, com cenário-base de US$ 2,6 bilhões (rendimento adicional de 3,1%), resultando em um possível rendimento total de dividendos de 6,1%.
Com base na política de dividendos da Petrobras, a XP espera dividendos ordinários de cerca de US$ 2,6 bilhões (yield trimestral de 2,8%). A corretora, no entanto, acredita que o yield de dividendos para o trimestre pode ser maior se a Petrobras anunciar dividendos extraordinários.
“Embora a empresa não tenha obrigação de fazer tal distribuição, acreditamos que o estágio avançado de organização para o próximo plano de negócios permite que a Petrobras tenha maior visibilidade sobre as necessidades futuras de caixa. Em nossa opinião, a distribuição adicional poderia chegar a até US$ 4 bilhões (yield adicional de 4,6%), embora a empresa possa optar por ser mais conservadora e reter mais dinheiro em caixa”, diz a XP em relatório.
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O Morgan Stanley acredita que os dividendos extraordinários serão anunciados com a atualização do plano de negócios da Petrobras, o que deve acontecer no final de novembro.
Ou seja, o banco espera apenas o anúncio de dividendos ordinários de R$ 1,06 por ação (US$ 0,38 por ADR) junto com o balanço trimestral.
O Santander estima o pagamento de US$ 2,4 bilhões em dividendos ordinários e não inclui dividendos extraordinários na prévia trimestral, mas os analistas afirmam que não se surpreenderiam caso a estatal anunciasse mais uma rodada de extraordinários, por acreditarem que a companhia possa distribuir até US$ 4,5 bilhões até o final do ano.
Nos cálculos do BTG Pactual, a Petrobras deve anunciar em 7 de novembro um Ebitda recorrente de US$ 11,6 bilhões referente ao terceiro trimestre, fluxo de caixa livre em US$ 2,1 bilhões, e dividendos ordinários de US$ 2,1 bilhões, com rendimento de 2,5%.
“Não descartaríamos a possibilidade de dividendos extraordinários em novembro, que, juntamente com o novo plano estratégico de cinco anos, poderiam ser os principais gatilhos para as ações — potencialmente ainda mais do que os resultados trimestrais”, diz o banco.
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O que diz quem manda na Petrobras
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, não comentou sobre os dividendos da estatal nesta terça-feira (29), mas ela avaliou o desempenho operacional da estatal no terceiro trimestre.
Segundo Chambriard, o declínio natural da produção dos campos da Petrobras foi a principal causa da queda registrada pela companhia entre julho e setembro. Ela prevê, no entanto, um quarto trimestre melhor e um crescimento gradual nos próximos anos com a entrada de novas plataformas e a recuperação de campos maduros.
Na noite de segunda-feira (28), a Petrobras divulgou os dados operacionais do terceiro trimestre do ano, quando registrou queda de 6,5% na produção de petróleo e gás natural na comparação com o ano passado.
"Foi declínio mesmo. Toda vez que a gente coloca algumas plataformas [em operação] e no ano seguinte custa para colocar [em operação], a produção cai, por isso temos que estar sempre antecipando produção e colocando plataformas", disse Chambriard após participar do 4º Brazilian Petroleum Conference, que está sendo realizado até o dia 31, no Rio de Janeiro.
"Este ano a gente tinha programado só uma plataforma no plano estratégico, mas estamos antecipando Maria Quitéria em seis meses e Almirante Tamandaré em três meses — isso vai dar um gás para produção e já vai começar no quatro trimestre", acrescentou.
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