Agora é oficial: Lula indica Gabriel Galípolo para comandar o Banco Central no lugar de Campos Neto. O que ele pensa sobre os juros e a reação do mercado
Haddad, que fez o anúncio à imprensa nesta quarta-feira (28), disse que depois de entrevistar e tomar a decisão junto com Lula, deve indicar os três diretores que vão compor o BC
Fim de um mistério — que não era tão grande assim: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o atual diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para substituir Roberto Campos Neto, no comando do BC. O mandato de RCN termina no final do ano.
A oficialização de Galípolo, no entanto, não pega os investidores de surpresa. Prova disso é que assim que a indicação foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Ibovespa acelerou a alta e passou dos 137 mil pontos, mas poucos minutos depois voltou aos 136 mil pontos, marca que tenta manter desde o início das negociações.
O dólar à vista, por sua vez, seguiu em alta, operando na casa dos R$ 5,54 — movimento que já vinha sendo observado desde antes do anúncio.
"Hoje, o presidente Lula está encaminhando ao Senado Federal, ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e ao senador Vanderlan Cardoso, presidente da CAE, o indicado dele para a presidência do Banco Central, que vem a ser o Gabriel Galípolo", disse Haddad a jornalistas, no Palácio do Planalto.
Galípolo, por sua vez, disse que se sentia honrado pela indicação: “É uma honra, um prazer e uma responsabilidade ser indicado para o BC”.
Para assumir de fato, Galípolo ainda precisa ser sabatinado pelo Senado, mas especialistas já adiantam que ele não deve enfrentar dificuldades já que há cerca de um ano ele encarava os senadores para se tornar diretor do BC.
Leia Também
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal
"Oportunamente, nós devemos, depois de entrevistar e tomar a decisão junto ao presidente da República, indicar os três diretores que vão compor a nova diretoria", acrescentou Haddad.
- A HORA É AGORA: veja lista das melhores ações internacionais para comprar antes que os juros caiam nos EUA, segundo analista
O que o indicado ao comando do BC pensa sobre juros e inflação
Galípolo saiu da coletiva ao lado de Haddad dizendo que não responderia a perguntas dos jornalistas presentes para respeitar a institucionalidade do processo, uma vez que seu nome ainda será sabatinado e precisará ser aprovado pelo Senado.
No entanto, não é preciso ir muito longe para entender o que o indicado de Lula para chefiar o Banco Central pensa sobre a política monetária atual.
O Seu Dinheiro separou as declarações mais recentes de Galípolo sobre os juros aqui e lá fora e a inflação. Confira:
- Selic
Participando de um evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo, na quinta-feira (22), o Galípolo disse que a situação difícil para o Comitê de Política Monetária (Copom) não é ser obrigado a subir os juros e sim "ter a inflação acima da meta com a expectativa desancorando".
No mesmo dia, falando mais cedo na Fenabrave, Galípolo repetiu a analogia que sempre faz do BC com "aquela pessoa chata que no melhor da festa pede para baixar o som e corta as bebidas" para enfatizar que a disposição de o banco central aumentar os juros, se preciso for, será guiada por critérios técnicos.
Confira as declarações na íntegra.
- Autonomia do BC
Há dois dias, Galípolo esteve em Teresina, onde falou, entre outras coisas, sobre a autonomia do Banco Central brasileiro.
Ele disse que o Brasil está passando pela primeira experiência da autonomia do BC e que isso não significa que haverá rupturas, por causa da institucionalidade.
Galípolo reconheceu, no entanto, que na reta final do processo decisório pode haver um "judgement call".
"Eu realmente acho que a melhor coisa que pode acontecer com a autonomia do BC é que essas decisões estratégicas sejam o mais colegiadas possível, que a gente não tenha decisões monocráticas", afirmou.
Confira as declarações na íntegra.
- Inflação na meta
No início do mês, em Belo Horizonte, Galípolo disse ouvir muitos economistas preocupados com a possibilidade de a nova diretoria do BC, indicada por Lula, passar a ser mais leniente com a inflação e deixar de subir os juros, se necessário.
Na ocasião, ele afirmou que eram legítimas as dúvidas e caberia ao BC conquistar a credibilidade.
"A ideia de ser indicado para o BC sem possibilidade de aumentar juros não faz muito sentido. Está claro que todos os diretores estão dispostos a fazer o necessário para perseguir a meta", disse.
Confira as declarações na íntegra.
- Juros nos EUA
Sobre o início do ciclo de corte de juros nos EUA, cuja expectativa é que tenha início em setembro, Galípolo afirmou recentemente que a questão agora não é mais quando e sim a magnitude do afrouxamento por lá.
Na ocasião, ele lembrou que havia expectativa de o Federal Reserve (Fed) iniciar o ciclo de corte de juros em março, mas os dados da economia norte-americana mais resiliente foram postergando esse ciclo. O cenário mudou de uma previsão de seis cortes para um número entre zero e um.
"Isso oscilou muito recentemente, a ponto de você ter, em uma única semana, a expectativa dessas três alternativas. Se você imaginar um não pouso, significa que as taxas de juros norte-americanas permanecerão mais altas por mais tempo, o que tende a ser mais adverso para países emergentes", pontuou.
Confira as declarações na íntegra.
SUBIR OU NÃO SUBIR A SELIC? EIS A QUESTÃO DO BANCO CENTRAL
Mas, afinal, quem é Gabriel Galípolo?
Para além das declarações — e polêmicas — sobre o futuro dos juros no Brasil, vale saber que Gabriel Galípolo é um economista brasileiro conhecido por sua experiência tanto no setor público quanto no privado.
Formado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), ele também possui mestrado em Economia Política pela mesma instituição.
Galípolo construiu carreira no mercado financeiro e em consultorias econômicas, destacando-se como CEO do Banco Fator, onde atuou entre 2017 e 2021.
Ele também é autor de livros e artigos que discutem a economia brasileira, com foco em políticas de desenvolvimento e infraestrutura.
Em 2023, foi convidado para assumir a Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda no governo Lula, sendo considerado uma figura de confiança de Haddad.
Como secretário-executivo, Galípolo foi um dos responsáveis por ajudar na formulação de políticas econômicas e na comunicação de estratégias do governo para o mercado financeiro e a sociedade.
Sua indicação para a presidência do Banco Central é vista por parte do mercado como um movimento estratégico do governo para alinhar as políticas monetária e fiscal, buscando um equilíbrio entre controle da inflação e estímulo ao crescimento econômico.
*Este texto contou com a colaboração de inteligência artificial para o perfil de Galípolo
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
Não tem para ninguém: Lotofácil, Quina e demais loterias da Caixa entram em dezembro sem ganhadores
Depois de acumular no primeiro sorteio do mês, a Lotofácil pode pagar nesta terça-feira (2) o segundo maior prêmio da rodada das loterias da Caixa — ou o maior, se ela sair sem que ninguém acerte a Timemania
Tema de 2026 será corte de juros — e Galapagos vê a Selic a 10,5% no fim do próximo ano
No Boletim Focus desta semana, a mediana de projeções dos economistas aponta para uma Selic de 10,5% apenas no final de 2027
Metrô de São Paulo começa a aceitar pagamento com cartão de crédito e débito direto na catraca; veja como vai funcionar
Passageiros já podem usar cartões de crédito ou débito por aproximação na catraca, mas integração com ônibus continua exclusiva do Bilhete Único
CNH sem autoescola: quais são os requisitos para o instrutor autônomo?
Nova resolução do Contran cria o instrutor autônomo e detalha os requisitos para atuar na formação de condutores no modelo da CNH sem autoescola
Contran toma decisão irrevogável sobre o projeto da CNH sem autoescola
Nova resolução do Contran libera a CNH sem autoescola, cria instrutor autônomo, reduz carga horária prática e promete queda de até 80% no custo da habilitação
Flamengo torce contra rival para fechar o ano como clube brasileiro com maior arrecadação em 2025
Mesmo com o tetracampeonato da Libertadores 2025 e mais de R$ 177 milhões em premiações, o Flamengo ainda corre atrás de rival na disputa pela maior arrecadação do futebol brasileiro neste ano
Black Friday 2025 e décimo terceiro levam o Pix a novo recorde de movimentação diária
Transações superam a marca anterior e consolidaram o Pix como principal meio de pagamento digital do país
Mercado corta projeção para inflação de 2025 — de novo —, mas juros continuam estacionados neste ano e no próximo
Economistas consultados pelo BC esperam que tendência de arrefecimento dos preços perdure neste ano, mas siga quase estável no próximo
Essa cidade foi derrubada por uma empresa privada para dar lugar a um reservatório — e o que existe lá hoje é surpreendente
Cidade fluminense destruída para ampliar um reservatório ganha novo significado décadas depois, com parque ecológico