“Se a XP e o Nubank chegaram aonde chegaram, por que nós não podemos ser o equivalente no mundo cripto?”, diz CEO do Mercado Bitcoin
Reinaldo Rabelo, CEO do MB, compartilhou sua visão sobre o ano de 2024 em entrevista ao Seu Dinheiro

Toda indústria sofre algum impacto quando seu principal produto tem alguma oscilação. Foi o que aconteceu nos últimos anos com o bitcoin (BTC), que subiu 59,6% em 2021, caiu 64,3% em 2022 e fechou 2023 com uma valorização de 155,4% — e muitas empresas do setor de criptomoedas tiveram períodos difíceis nestes últimos três anos.
“A gente conseguiu aproveitar bem o último ciclo de crescimento de 2021, quando o mundo passou por uma rara janela de liquidez global que se abriu”, diz Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin (MB), o unicórnio brasileiro do mercado de criptomoedas.
Mesmo assim, a empresa que começou como corretora (exchange) e hoje se define como uma plataforma de ativos digitais — ou FMI Tech, no jargão do mercado para empresas que fornecem infraestrutura virtual—, passou maus bocados no Longo Inverno Cripto de 2022.
A 2TM, controladora do MB, passou por cortes no período de baixa da criptomoeda, que representavam cerca de 12% da força de trabalho do grupo na época. Em abril daquele mesmo ano, um acordo de fusão com a Coinbase não saiu do papel — também em virtude do momento de baixa do mercado.
Sobre esse ocorrido, Rabelo afirma: “aqui no MB nós sempre tivemos uma estratégia de longo prazo. Em 2019, nós revisamos o plano da empresa para os próximos cinco anos, e decidimos sempre optar pela manutenção do controle da companhia como está”.
Para ele, o MB tem todas as chances de se posicionar “como uma XP ou um Nubank” dentro do mercado de criptomoedas. “Será que só eles cabem nesse mundo de novas e grandes empresas do mercado de capitais na América Latina? A gente acha que não”, diz.
Leia Também
Confira mais detalhes dessa conversa a seguir:
IPO, aquisições e fusões: o 2024 do Mercado Bitcoin
A estratégia do MB sempre foi ser um “meio termo” no mercado de capitais brasileiro. Não é de hoje que Reinaldo é um crítico do sistema financeiro nacional, que conta apenas com uma bolsa de valores — a B3 — como opção para o investidor.
Assim, transformar a plataforma do MB em um híbrido entre o mercado tradicional e o mercado cripto é uma das metas da empresa. Em outras palavras, oferecer produtos tokenizados, criptomoedas e outros veículos de caráter financeiro e de infraestrutura dentro de um mesmo espaço.
Sobre uma possível oferta de ações (IPO, em inglês), o CEO do MB diz que a empresa não está fechada para uma captação do gênero. Contudo, afirma ele, “a gente não precisa acionar essa alternativa no momento”.
Segundo ele, o mercado penalizou outras empresas que foram precipitadas em lançarem ações no passado — o que explica a ausência de novas ofertas de ações nos últimos anos.
Uma gigante brasileira no cenário internacional
Sobre novos acordos de fusões e aquisições, Rabelo também não descartou conversas com investidores. Porém, ele destaca que prefere criar um ecossistema local do que apenas vender empresas brasileiras como mão de obra barata para o estrangeiro.
“A gente tem que criar essa cultura menos colonizada de aceitar que tudo que vem de fora é perfeito. Não, a gente tem que dizer: me dá o dinheiro e eu construo”, disse.
E continua: “Tem muita gente boa que está tentando trazer esse protagonismo pro Brasil, como a Ingrid Barth, presidente da Associação Brasileira de Startups, participando dos trabalhos do G20. A gente não é material de exploração de ferramentas estrangeiras”.
Nesse momento, eu questionei sobre o cenário do MB comprando a Coinbase lá nos Estados Unidos, invertendo a situação de abril de 2022.
Ele ri, e afirma: “por que não, não é mesmo? É óbvio que é desafiador, mas se a gente mirar em comprar a Coinbase e não der certo, a gente com certeza vai virar um player relevante no mercado”.
Os efeitos da aprovação do ETF de bitcoin nos EUA…
A aprovação do primeiro fundo de índice (ETF, em inglês) de bitcoin spot dos EUA era um dos eventos mais esperados pelo mercado cripto em 2024.
Porém, segundo um relatório de janeiro deste ano do Bank of America (BofA), o novo produto poderia apresentar uma ameaça competitiva para exchanges, como a própria Coinbase.
Reinaldo destaca que apenas os clientes institucionais da Coinbase devem migrar para os ETFs disponíveis. Isso porque há uma facilidade na declaração desse tipo de produto no balanço e demonstrações financeiras dessas companhias.
Além de representarem uma parcela pequena dos clientes da Coinbase, a exchange ainda fará a arbitragem de oito dos onze ETFs aprovados, o que tende a equalizar com possíveis perdas na negociação de clientes institucionais.
Para a pessoa física, diz ele, não faz sentido comprar um produto que é mais caro — isto é, há taxas de administração e outras cobranças incluídas no preço do ETF —, sendo que é possível adquirir bitcoin e outras criptomoedas por meio de outras plataformas ou exchanges.
… E os efeitos no mercado
Juntamente com a aprovação do ETF, o halving do bitcoin também é um dos eventos mais esperados de 2024. Isso porque, em anos que o fenômeno acontece, o BTC tende a ter uma valorização bastante expressiva.
O CEO do MB acredita que o efeito pode sim gerar efeitos positivos nos preços da maior criptomoeda do planeta. Ele repete que os dados on-chain expostos pelo chefe de research do MB, André Franco, dão boas bases para acreditar que o BTC pode chegar a US$ 70 mil ainda em 2024.
É claro, o mercado de criptomoedas é altamente volátil e sensível ao noticiário. Em outras palavras, essa previsão pode não se confirmar e o investidor não deve alocar uma parcela muito maior do que 5% do seu portfólio em ativos digitais.
Regulação à brasileira
Ainda, Reinaldo Rabelo celebrou a aprovação da lei de criptomoedas brasileira entre o final de 2022 e início de 2023. Mais do que isso, o aval de órgãos reguladores, como o Banco Central e a CVM, sobre o mercado de criptomoedas é vista com bastante otimismo.
Esse avanço regulatório foi um dos fatores para outros países olharem para o Brasil, como foi o caso da União Europeia.
Em junho de 2023, o Banco de Portugal indicou a divisão Mercado Bitcoin Portugal (ex-Criptoloja) para prestar serviços de custódia de ativos virtuais no país.
Mercado Bitcoin na Europa
A fintech portuguesa, assim como o MB, está debaixo do guarda-chuva da holding 2TM, e passou a estar autorizada a prestar serviços de guarda e administração de ativos virtuais no país.
Na visão de Rabelo, esse seria um primeiro passo para oferecer a custódia de serviços na Europa e no Brasil também.
Inclusive, atualmente, os ETFs de criptomoedas negociados na bolsa brasileira têm custódia no exterior porque a lei não permite a guarda deste tipo de ativo local.
“Com essa nova frente, nós podemos aumentar o nosso escopo de negócios para empresas brasileiras e fazer crescer o bolo desse mercado”, diz ele.
E o Drex?
Por último, sobre o real digital (Drex), a criptomoeda brasileira, Rabelo afirma que o projeto está em linha com o que os órgãos reguladores acreditam que seja um mercado de criptomoedas saudável.
Mas o projeto acabou atrasando por uma série de fatores, inclusive a greve dos servidores do Banco Central.
Em 2024, os testes devem continuar, com a construção de um ecossistema até 2025. Contudo, só devemos ter algo mais concreto para o público em geral em 2026.
O MB faz parte de um dos consórcios escolhidos pelo BC para o desenvolvimento do Drex.
Como uma atualização na rede do ethereum (ETH) fez disparar o roubo de tokens por meio de ‘phishing’
Golpistas roubaram mais de US$ 12 milhões da rede do ethereum por meio de esquemas de phishing em agosto, um aumento de 72% em relação a julho
Cruz da Morte: o que é o padrão que ameaça distanciar ainda mais o bitcoin (BTC) da busca por novos recordes
Pouco mais de duas semanas depois de atingir sua máxima histórica, bitcoin (BTC) agora acumula queda de mais de 10%
Hackers internacionais roubam US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas na Coreia do Sul — até Jungkook, do BTS, entrou na mira
Rede de hackers desviou US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas de investidores, celebridades e executivos na Coreia do Sul
Economista brasileiro lança robô que ‘vasculha’ o mercado em busca de criptomoedas com potencial de explodir; veja
Ferramenta desenvolvida por Valter Rebelo, economista do Insper, busca identificar ativos com potencial de multiplicar investimentos
Conheça a Cronos (CRO), criptomoeda que chegou a disparar mais de 40% após aquisição bilionária do Trump Media Group
A Crypto.com, desenvolvedora da CRO, é uma das principais parceiras de cripto da administração Trump
Grupo de mídia da família Trump fecha acordo de US$ 6,4 bilhões com empresa de criptomoedas
O movimento aprofunda os laços entre os negócios do presidente dos Estados Unidos e a indústria de criptoativos
Entre cortes de juros e barulhos de Brasília: por que o desafio brasileiro não dá trégua
Crescem os sinais de que os juros podem começar a cair por aqui, porém o cenário brasileiro não se resume apenas à inflação e à atividade econômica, contando com outros obstáculos
Ethereum (ETH) supera bitcoin (BTC) com máximas históricas. O que impulsionou a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo?
Depois de um começo de ano difícil em 2025, o ethereum recuperou as perdas no último final de semana
Ele passou 5 anos em fuga sob suspeita de roubar R$ 70 milhões em criptomoedas — e acabou na cadeia por causa de uma bituca de cigarro
Suspeito teria lesado cerca de 1.300 pessoas em fraude com criptomoedas contra investidores na Coreia do Sul
Criptomoedas sobrevivem à ata do Fed e ganho passa de 10%; taxa de juros nos EUA é o nome do jogo
Com o Fed dividido e Congresso dos EUA de olho na regulação do setor, criptomoedas reagem a falas de dirigentes e ganham fôlego antes do decisivo encontro de Jackson Hole
Bitcoin (BTC) em correção e criptomoedas em queda: por que as falas de Powell em Jackson Hole podem mexer com o mercado
Expectativas sobre juros nos Estados Unidos aumentam a tensão no mercado de ativos digitais, por isso, investidores aguardam sinais decisivos no encontro desta semana
Bitcoin (BTC) bate novo recorde e contagia o mercado cripto em agosto; Ethereum também brilha
Alta dos juros, cenário regulatório e entrada de grandes investidores explicam a disparada do Bitcoin do mundo; Ethereum também brilha e impulsiona o setor
A visão do BC de Galípolo para piloto do Drex, que será lançado em 2026
O Banco Central confirma a mudança de rumo e abandona o blockchain para lançar, no ano que vem, uma versão focada em destravar garantias em operações de créditos entre instituições financeiras
Bitcoin (BTC) atinge recorde, mas altcoins roubam a cena; mercado de criptomoedas alcança US$ 4,2 trilhões
Bitcoin alcança a nova máxima histórica, mas são as altcoins como o ethereum e a solana lideram as altas desta quarta-feira (13)
Itaú (ITUB4) expande sua oferta de altcoins e adiciona 5 novas criptomoedas ao seu app
Aave (AAVE), Avalanche (AVAX), Chainlink (LINK), Polygon (POL) e Litecoin (LTC) entram na lista do banco, que ampliou de duas para dez opções de criptomoedas em 2025
Bitcoin (BTC) encosta nos US$ 122 mil: novos recordes à espreita ou o retorno da volatilidade ao mercado?
Alta recente do BTC reflete otimismo com cortes de juros nos EUA, mas avanço da volatilidade e dados de inflação prometem testar o fôlego do mercado
Trump toca e o mercado dança: bitcoin (BTC) volta aos US$ 117 mil e impulsiona altas de quase 10%
Decreto do republicano abre caminho para a inclusão de criptomoedas nos planos de aposentadoria 401(k); medida mira mercado trilionário e anima investidores
Tempestade macroeconômica: sem corte de juros e com tarifas, bitcoin (BTC) cai para US$ 113 mil e arrasta outras criptos
Com cenário macro ainda adverso nos EUA, os ativos digitais seguem pressionados enquanto o mercado busca gatilhos positivos em meio a tarifas e sinais de desaceleração econômica
Nem o céu nem o inferno: Bitcoin (BTC) e outros tokens cambaleiam após decisão do Fed e relatório que promete “Era de Ouro” das criptomoedas
Com juros mantidos nos EUA e sinalizações mistas de Washington, criptomoedas operam no vermelho, ainda que com volatilidade reduzida
Empresa de vape aposta em modelo de negócio da Strategy e entra no jogo das ‘crypto treasury’
Negociada na Nasdaq sob o ticker “VAPE”, a CEA Industries levantou US$ 1,25 bilhão para montar a maior tesouraria corporativa em BNB no mundo