Real digital: Banco Central seleciona 9 projetos para dar uso à criptomoeda nacional; entre eles estão Aave (AAVE) e Mercado Bitcoin
Além desses nomes de peso, grandes bancos como Santander e Itaú também fazem parte das propostas selecionadas pelo Banco Central
O sistema bancário brasileiro é conhecido por ser um dos mais desenvolvidos do mundo, com diversas opções de pagamentos, incluindo o famoso PIX. Agora, o Banco Central deu mais um passo em direção à criptomoeda nacional: o real digital.
As moedas digitais de Banco Central (Central Bank Digital Currency ou CDBC) são uma alternativa para o mercado tradicional incorporar a tecnologia blockchain. Contudo, as aplicações dessas criptomoedas ainda são pouco claras.
LIFT Challenge do Banco Central
Pensando nisso, o BC publicou um edital no qual 43 empresas apresentaram 47 propostas para o uso do real digital por meio do LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas).
O laboratório do Banco Central reúne participantes do mercado interessados em desenvolver um produto viável com o objetivo de beneficiar o sistema financeiro nacional e trazer inovações à sociedade brasileira.
O foco desta edição são as aplicações do real digital. Entre as propostas, estão aplicações como as de entrega contra pagamento (DvP), pagamento contra pagamento (PvP), internet das coisas (IoT), finanças descentralizadas (DeFi) e soluções de pagamentos sem acesso à internet (dual offline).
Confira o que alguns desses projetos fazem
- Aave: reúne recursos de vários poupadores (formando um pool de liquidez) com foco em oferecer empréstimo e garantir a aderência dessas operações às normas do sistema financeiro, empregando ferramentas de DeFi;
- Banco Santander Brasil: trata de DvP e da conversão para o formato digital (tokenização) do direito de propriedade de veículos e imóveis;
- Febraban: trata de DvP de ativos financeiros;
- Giesecke e Devrient: trata de pagamentos dual offline;
- Itaú Unibanco: trata de pagamentos internacionais, empregando método de PvP em uma aplicação com a Colômbia;
- Mercado Bitcoin: trata de DvP de ativos digitais, com foco em criptoativos;
- Tecban: apresenta solução de logística para e-commerce baseada em técnicas de IoT;
- VERT (associada à Digital Assets e à Oliver Wyman): trata de financiamento rural baseado em um ativo tokenizado programável com valor atrelado ao do Real (stablecoin do Real);
- Visa do Brasil (associada à Consensy e à Microsoft): trata de financiamento de pequenas e médias empresas com base em uma solução de DeFi.
Desenvolvedores de criptomoedas
Santander, Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Mercado Bitcoin e Itaú Unibanco são nomes conhecidos do mercado.
Mas os desenvolvedores da criptomoeda Aave (AAVE) foram uma surpresa para o mercado em geral. Esse é um dos principais protocolos de DeFi do mundo e faz parte de uma classe de ativos digitais focado em otimizar a experiência do usuário nesse tipo de transação.
Próximos passos
Com a seleção feita, o Banco Central dará início ao acompanhamento e testes das propostas escolhidas a partir do dia 28 março.
O final dessa fase e o veredicto sobre o real digital só devem ser divulgados no final de julho de 2022.
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