Rodolfo Amstalden: Lula terá uma única e última chance para as eleições de 2026
Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal
Trump é o grande vencedor das eleições atuais, veremos como ele conduz a principal economia do mundo a partir de agora.
Mais difícil do que conquistar o poder é se manter bem no poder.
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Javier Milei assumiu como presidente da Argentina em 10 de dezembro de 2023, tomando as rédeas de um dos principais casos internacionais de desordem econômica.
Menos de um ano depois, o país vem rodando com superávits primários consecutivos, viu sua inflação mensal cair de 25% para 3% e iniciou um ciclo promissor de corte de juros.
Impressionante como uma situação financeira tida como absolutamente perdida pode ser reavivada em questão de dias, semanas ou meses.
Não à toa, empresários como David Vélez (Nubank) voltaram a se interessar pelo mercado argentino.
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Por trás da 'genialidade' de Milei
Por mais incríveis que pareçam as conquistas de Milei até aqui, não há qualquer indicação de genialidade por trás de suas escolhas e decisões.
Ao contrário, ele tem seguido o que existe de mais básico na cartilha econômica para restaurar o equilíbrio: âncora fiscal.
Funcionou com FHC, funcionou com o Lula original e - surpresa! - está funcionando também com o atual presidente argentino.
Aparentemente, funciona para partidos de centro, partidos de esquerda e partidos de direita.
É importante tomar nota dessa multifuncionalidade em um cenário doméstico no qual voltamos a debater controle de gastos.
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A única chance de Lula para as eleições em 2026
Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal.
“Única chance” pois nenhuma outra medida de política econômica seria capaz de produzir resultados tão saudáveis, tão intensos e (sobretudo) tão rápidos.
Ainda que amostra pontual, o pregão de segunda-feira forneceu um indício valioso nesse sentido, prontamente devolvendo alguma sobriedade ao câmbio, à curva de juros e à Bolsa brasileira.
Quantos pregões dessa natureza teríamos entre amanhã e outubro de 2026 caso a âncora fiscal fosse efetivamente retomada?
Qual o impacto sobre IPCA, Selic terminal, dólar e popularidade política em uma janela de 18 meses?
Esses 18 meses serão um tempo precioso para o Governo Lula com o fiscal a favor, e um tempo nefasto com o fiscal contra.
Binária, a distinção será definida agora, nesta única e última chance.
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