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Bia Azevedo

Bia Azevedo

Jornalista pela Universidade de São Paulo (USP), já trabalhou como coordenadora e editora de conteúdo das redes sociais do Seu Dinheiro e Money Times. Além disso, é pós-graduada em Comunicação digital e Business intelligence pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

ELE VOLTOU

Trump é reeleito para a presidência dos Estados Unidos. E agora, o que esperar na nova era do republicano?

É oficial: Donald Trump será o presidente dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos. O Seu Dinheiro compilou alguns pontos sobre as expectativas na área econômica para o novo governo do republicano

Bia Azevedo
Bia Azevedo
6 de novembro de 2024
8:06 - atualizado às 8:48
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Imagem: Youtube/The Joe Rogan Experience

É oficial: Donald Trump está reeleito e será o presidente dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos.

Agora a pergunta que fica é: o que podemos esperar? O Seu Dinheiro já compilou alguns pontos sobre as expectativas na área econômica para o novo governo do republicano, e hoje a gente traz tudo isso para você.

Política fiscal e a inflação na nova era Trump

Começando pela política fiscal e os juros na maior economia do mundo.

A palavra favorita do dicionário de Trump, segundo ele próprio, é tarifa. 

Se no primeiro mandato ele falava de tarifas como uma forma de negociação, agora ele parece estar mais convicto e deve vir com tudo para cima da China — e pode sobrar até para a Europa.

A intenção é criar barreiras contra a importação de produtos de países estrangeiros e flexibilizar a política fiscal no país, com impostos mais baixos para os produtores locais.

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O professor Roberto Dumas Damas, em participação no evento do Seu Dinheiro "Eleições nos EUA: o futuro em jogo", classifica o presidente reeleito como expansionista para o lado do corte de impostos e acredita que a questão da dívida americana em seu governo será um ponto de atenção.

O Comitê para um Orçamento Federal Responsável estima que os planos do republicano aumentarão a dívida do governo em US$ 7,75 trilhões.

Andrew Reider, CIO da WHG no mesmo evento, segue na mesma linha. Ele acredita que Trump deve ter bom apoio entre os outros poderes. 

Ou seja, o governo deve ser forte e tem grandes chances de conseguir implementar sua política de corte de impostos e aumento de tarifas para países estrangeiros — o que poderia ser negativo para a economia global daqui para a frente.

A visão é que não há muito espaço para cortar mais impostos por lá hoje — diferente, por exemplo, do cenário visto na primeira eleição do republicano, em 2016.

Para exemplificar isso, podemos traçar um paralelo com o Reino Unido.

Em dezembro de 2022, Liz Truss assumiu como primeira-ministra com uma agenda de corte de impostos, mas o momento era de atenção ao fiscal, ou seja, às contas públicas. Por isso, o mercado não gostou muito das intenções.

O resumo você já sabe: a gestão foi para o ralo rapidamente, em 44 dias, e esse foi um dos motivos.

Obviamente, isso não quer dizer que Trump terá o mesmo destino, mas mostra como a agenda de corte de gastos pode nem sempre ser oportuna. E impactam a economia como um todo.

Também é importante destacar que isso não necessariamente terá impactos desastrosos, mas só significa que é possível não vermos um baita rali dos ativos no curto prazo, segundo Andrew Reider.

Por outro lado, a visão de João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão que também participou do evento, é a de que, ao deixar de gastar diretamente e estimular a economia via corte de impostos, Trump tende a criar modelos de negócios que abrem espaço para processos desinflacionários.

Basicamente, ao deixar os players competirem, os preços tenderiam a cair. Piccioni destaca o que ele pode fazer com os preços do petróleo. Se a indústria receber estímulos para extração, o preço da commodity  poderia cair — e, em teoria, aliviar a inflação no Brasil.

Depois de tantas cutucadas de Trump em Jerome Powell, como ficam os juros?

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, já falou várias vezes que as decisões do Banco Central dos Estados Unidos não são tomadas com viés político e sim seguindo o mandato duplo determinado pelo Congresso: pleno emprego e inflação em 2% ao ano.

Mas o ano correu com a chuva de críticas que Trump teceu ao Fed e a Powell, colocando a independência do BC dos EUA em xeque, a trajetória dos juros na maior economia do mundo se tornou uma incógnita algumas vezes em 2024.

As projeções indicam que os juros nos EUA devem cair dos patamares atuais para 3,5% no segundo semestre do ano que vem com a vitória de Trump.

O senso geral é que o presidente reeleito, com sua política fiscal mais frouxa, pode pressionar o Federal Reserve a executar uma política monetária mais rígida para compensar isso a fim de atingir a meta de inflação. 

E o dólar?

A moeda, por sua vez, deve ter um desempenho forte em relação às outras divisas globais. 

O CEO do Itaú, Milton Maluhy, destacou essa possibilidade recentemente. Para ele, as propostas de Trump, consideradas mais protecionistas, podem gerar desvalorização do real e pressionar a inflação.

O JP Morgan também segue esse raciocínio, ao destacar em relatório antes do reconhecimento do pleito, que a vitória de Trump é um risco para as moedas latinas.

Na avaliação do banco, essa fraqueza viria justamente impactada pelas promessas feitas por Trump. Em sua campanha, o candidato à presidência reforçou constantemente a sua intenção em aumentar as tarifas comerciais.

Com isso, a moeda mexicana seria a mais afetada, já que possui uma relação mais próxima com o país.

As moedas do Brasil, do Chile e do Peru também podem sofrer um impacto indireto quanto às políticas de Trump em relação ao comércio e migração.

Bolsa e criptomoedas

Não dá para negar que Trump é o ‘queridinho’ do mercado cripto. Ele já sinalizou um ambiente mais amigável para o desenvolvimento e a inserção de ativos digitais na economia formal. 

Em campanha, o republicano prometeu transformar os EUA em um "hub global para criptomoedas", reduzindo as pressões regulatórias vistas na administração anterior. 

Essa abordagem menos rígida poderia beneficiar áreas como as finanças descentralizadas (DeFi) e as stablecoins, setores que enfrentam desafios com a falta de clareza regulatória​.

Já na renda variável, o esperado é que, entre os setores da bolsa, um deve continuar em ritmo forte independente: o de tecnologia.

Estamos vendo a influência da tecnologia começando a permear a economia, as pessoas começando a sentir a presença da inteligência artificial no dia a dia e penetrando na forma das empresas fazerem negócios. Big techs devem continuar andando bem. 

Outras fortes apostas são nos cíclicos domésticos de lá: bancos regionais e infraestrutura são destaque. 

Além disso, a visão de João Piccioni é de que a vitória do republicano tende a aquecer o mercado de IPOs nos Estados Unidos, com nomes fortes para 2025. 

Fora isso, os pequenos empresários e startups devem viver tempos de bonança a partir de agora, já que o republicano e seu vice, JD Vence, são reconhecidos por incentivar startups e pequenos negócios. 

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