Burnout ou mimimi? O perigo da banalização de termos médicos e a falta de empatia no trabalho
A imprecisão no uso diagnósticos e a trivialização de temas de saúde mental não apenas minam a seriedade dessas questões, mas também obscurecem a importância da conscientização em saúde mental nos espaços corporativos
"Eu tenho TDAH."
"João está à beira de um burnout."
"Meu chefe é um verdadeiro narcisista."
Quem ainda não se deparou com alguma dessas afirmações recentemente provavelmente tirou férias do planeta Terra.
E frente a essas afirmações, a reação que vejo de forma mais recorrente no mundo do trabalho é: "lá vem o mimimi."
O uso massivo e sem critério de expressões que remetem a patologias, estados psíquicos e transtornos tem se intensificado na minha observação cotidiana e empírica.
Leia Também
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Temas que precisam ser tratados de forma séria e responsável hoje circulam entre as pessoas como algo trivial.
E essa banalização de termos médicos e psicológicos não apenas diminui a seriedade de condições reais, mas também pode perpetuar estigmas e mal-entendidos.
- Receba matérias especiais do Seu Dinheiro + recomendações de investimentos diretamente em seu WhatsApp. É só clicar aqui e entrar na In$ights, comunidade gratuita.
"Na boca do mentiroso, o certo é duvidoso"
Na fábula 'O Pastor mentiroso e o Lobo', um jovem pastor, entediado com a solidão ao pastorear suas ovelhas, decide enganar os aldeões gritando falsamente que um lobo estava atacando seu rebanho.
Apesar do descontentamento inicial, os aldeões correram em seu auxílio, proporcionando-lhe a companhia desejada.
Repetindo o truque várias vezes, o pastor perde a confiança dos aldeões.
Quando um lobo de fato ataca seu rebanho, seus gritos por ajuda são ignorados. Quando regressa à aldeia, o rapaz queixa-se amargamente, mas o homem mais velho e sábio da aldeia responde: "na boca do mentiroso, o certo é duvidoso".
Ao atribuirmos diagnósticos sem validação profissional médica, vamos desgastando os termos e a importância da discussão de tratamento desses quadros e de suas causas-raízes dentro do mundo do trabalho.
Nos tornamos pastores mentirosos e todo mundo acaba pagando a conta. Principalmente aqueles que de fato tem um diagnóstico de uma patologia ou transtorno e passam a ser julgados erroneamente como mais um no meio da manada.
- Leia também: Vanessa Lopes fora do BBB 24: o mundo do trabalho não tem um botão de desistência — o que fazer então?
Nos tornamos todos médicos?
Se o autodiagnóstico já é perigoso, quiçá quando fazemos o diagnóstico de outras pessoas.
Ao acusar alguém de ser qualquer coisa, como um narcisista, por exemplo, já estamos condenando essa pessoa a um rótulo que a reduz a arquétipos depreciativos.
É preciso ser responsável no processo de emitir um juízo de valor. Deixemos os diagnósticos conclusivos para os especialistas qualificados.
Primeiro foi a astrologia como justificativa, agora é a vez das patologias, transtornos e estados psíquicos
"Nossa, meu TDAH me faz estourar todos os prazos no trabalho."
Sinto muito em dizer, mas você pode estar usando um artifício que já não cola mais para justificar algo que você não priorizou ou não deu a devida atenção.
Ao fazer um diagnóstico da sua cabeça hipocondríaca, lembre-se que você será cobrado de um exame profissional sobre o que você afirma ser impeditivo para a realização de algo.
Urge a necessidade por uma revisão do nosso léxico
Sugiro um exercício de substituição de alguns termos que talvez você possa estar usando de forma equivocada:
Ao invés de: "eu tenho TDAH", experimente "eu sou muito disperso".
"Nossa, estou tendo um burnout", que tal substituir por "estou completamente exausto."
E, ao acusar um chefe ou colega de trabalho de narcisista sem ter certeza do quadro clínico, uma expressão possível seria "ele tem uma avaliação exagerada de si mesmo".
Para concluir, é essencial sublinhar que a imprecisão no uso de termos médicos e a trivialização de temas de saúde mental não apenas minam a seriedade dessas questões, mas também obscurecem a importância da empatia e da conscientização em saúde mental nos espaços de trabalho.
Destaco a urgência de cultivarmos um ambiente acolhedor, onde o diálogo sobre saúde mental seja incentivado, proporcionando a todos acesso a informações precisas e o suporte necessário.
Até a próxima,
Thiago Veras
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro