A eleição nos EUA vem aí: como ficam o dólar, o Brasil e a bolsa lá fora
O CIO da Empiricus Gestão faz um diagnóstico do mercado e apresenta os possíveis cenários em caso de vitória de Trump ou de Kamala Harris

Há menos de 15 dias para as eleições presidenciais nos EUA, ninguém sabe ainda se a democrata Kamala Harris vai vencer ou se o republicano Donald Trump vai voltar à Casa Branca — as pesquisas de intenção de voto mostram empate técnico e os estados com poder de decidir a corrida norte-americana não sinalizam com uma predileção pelos candidatos.
Só que para a bolsa e para o mercado de câmbio, o caminho é mais claro. "O que vem depois das eleições todo mundo já sabe. A Kamala é o Biden 2.0 e o Trump a gente já sabe mais ou menos o que vai tentar fazer", disse o CIO da Empiricus Gestão, João Piccioni, durante o programa Giro do Mercado, do MoneyTimes, portal do Grupo Empiricus.
Segundo ele, independente do resultado das eleições nos EUA, o horizonte deve continuar construtivo para a renda variável — embora possa haver uma realização de lucros no curto prazo caso Kamala Harris vença.
"Ainda assim seria um efeito muito passageiro", diz Piccioni. "O mercado tende a logo voltar a se concentrar nas empresas que reportaram os melhores resultados e a comprar Bolsa até o final do ano", acrescenta.
No Brasil, ele acredita que a força do dólar ainda possa comprimir os retornos nos últimos meses de 2024. "Passadas as eleições, talvez a gente tenha aquela corrida de final de ano, aquele rali clássico de natal, principalmente se o governo local vier com corte de gastos", afirma.
A disparada do dólar
À medida que as eleições nos EUA se aproximam, o mercado tem deixado suas marcas por meio da volatilidade tanto das bolsas quanto do dólar.
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A moeda norte-americana começou o mês abaixo dos R$ 5,50 e poucos dias depois passou a se manter em torno de R$ 5,70.
Piccioni atribui a disparada da divisa norte-americana nas últimas semanas à sazonalidade do período pré-eleições nos EUA.
"É natural e tradicional que o dólar tenha esse comportamento mais nervoso nessa época, mas isso tende a se dissipar conforme sair a decisão", afirma.
Em sua visão, há chances de alívio no câmbio em novembro e dezembro, mas nada muito intenso.
"Não acho que faz sentido econômico [o dólar] voltar para o patamar dos R$ 5. Até porque o segmento agro sofreu muito. Se você olha para a China, não tem demanda por commodities. E se você olha para os EUA, apesar de parecer que a demanda está quente, existe uma demanda menor por commodities, é só ver no preço do petróleo — que já veio para baixo dos US$ 70 mil de novo".
Em relação à alta das bolsas norte-americanas na semana passada, Piccioni lembra que o mercado passou a ficar mais otimista nos últimos dias com o aumento das chances de Trump voltar a ser presidente dos EUA.
"O mercado ficou bastante entusiasmado com uma possível vitória dos republicanos. De setembro pra outubro, a gente percebe os números mais otimistas com Trump, e, nesse sentido, os investidores começando a realocar investimentos para ativos que podem ser beneficiados caso ele vença, como o setor financeiro e algumas small caps", disse.
Mas, segundo o CIO, os fortes balanços corporativos divulgados recentemente pelas companhias norte-americanas também podem ter atraído os investidores para as ações.
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'O que vem depois das eleições todo mundo já sabe'
Para Piccioni, o cenário pós-eleições não parece vir muito diferente do que o mercado já viu anteriormente.
Ele acredita que Trump tentará artifícios para arrefecer o preço do petróleo, via subsídios para o setor e aumento da produção na economia norte-americana.
"Ele sabe que isso pode trazer um desafogo pra economia. É um cara mais hábil nessa dinâmica econômica; já tentou isso no passado e pode tentar fazer de novo", afirma.
Piccioni lembra ainda de outros efeitos ligados às propostas de Trump. "Os Treasurys de longo prazo são um importante balizador do apetite a risco global e vêm sinalizando que as medidas que Trump está colocando na mesa devem fazer com que a inflação seja resiliente no ano que vem, o que ajuda a valorizar o dólar também".
O CIO acrescenta que os juros de curto prazo já são negociados a taxas mais baixas que os de longo prazo, o que mostra uma maior racionalidade da economia. "Isso é positivo sob uma ótica de ações, de economia. Vai se construindo um cenário mais propício para investimentos lá".
Além disso, caso Trump seja eleito, as criptomoedas podem ter um rali muito forte. "Já temos visto inclusive o bitcoin andar muito bem nos últimos 20 dias. Se Trump ganhar, acho que é a deixa para o ativo romper novas máximas", diz Piccioni.
Em relação às ações norte-americanas, ele acredita que o "playbook" de Trump de reduzir impostos pode ajudar a melhorar o cenário para as small caps, além de continuar impulsionando as big techs.
Para assistir na íntegra o programa do Giro do Mercado desta quarta-feira (23), clique aqui:
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