A China tem sido protagonista de diversas mudanças no sistema financeiro internacional e o primeiro ponto de virada aconteceu em seu próprio território. O renminbi — nome oficial do dinheiro chinês, mas popularmente chamado de yuan — se tornou a moeda mais usada em transações internacionais pelo país pela primeira vez na história, superando o uso do dólar para a mesma finalidade.
Os pagamentos transfronteiriços em renminbi cresceram de US$ 434,5 bilhões em fevereiro para US$ 549,9 bilhões em março, segundo a agência chinesa State Administration of Foreign Exchange (SAFE).
Isso representa cerca de 48% de todas as transações feitas pelo país, de acordo com cálculos da Reuters. O uso do dólar americano caiu de 48,6% para 46,7%.
Ainda assim, o uso global de yuan é baixo. Dados do Swift, o sistema de pagamentos internacional, mostram que as trocas na moeda chinesa subiram para 4,5% em março — enquanto o dólar segue reinando com 83,71% das transações.
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Dominância do dólar ameaçada pelo yuan?
A intensificação do uso do yuan tem alguns motivos. A China se tornou principal parceiro comercial da Rússia após o país entrar em guerra com a Ucrânia e ser banido do sistema Swift de pagamentos internacionais.
Segundo o ministro das finanças russo, Anton Siluanov, cerca de 70% das negociações entre os dois países acontecem em yuan. Recentemente, o país anunciou que pretendia usar a versão digital da sua moeda — o yuan digital ou e-CNY — para fortalecer as transações entre países.
A “desdolarização” da Rússia também segue a todo vapor. O país anunciou recentemente que vai lançar um sistema de pagamentos internacionais com base na tecnologia das criptomoedas, o que aumenta a expectativa de uso do yuan digital.
*Com informações da Reuters