Enquanto a crise de escassez de dólar piora, a lista de cobradores da Argentina só aumenta. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (02) que mais de 200 empresas brasileiras não estão exportando nem recebendo o pagamento pelas vendas feitas para o país vizinho.
- Não deixe de ler nosso especial sobre o abandono do dólar por países emergentes! Clique aqui e confira!
Mas, segundo o ministro, o governo apresentará uma proposta para esse impasse na reunião do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com o da Argentina, Alberto Fernández, nesta terça-feira.
"Nós não queremos perder espaço de exportação para a Argentina. São mais de 200 empresas brasileiras que não estão exportando e não estão recebendo. Estão com os valores retidos na Argentina em virtude da falta de divisas [dólares]”, declarou o ministro da Fazenda.
Haddad ainda afirmou que buscará uma solução junto aos presidentes para assegurar o dinheiro dos exportadores.
- Você conhece a “profecia do Bitcoin”? Segundo entusiastas de criptomoedas, o BTC pode substituir o sistema financeiro tradicional nos próximos anos – e as crises bancárias recentes estão fortalecendo cada vez mais essa tese. Este é o momento para comprar bitcoin? Descubra aqui.
Trocas comerciais com a Argentina
Em janeiro deste ano, o ministro da Economia argentino, Sérgio Massa, levantou suspeitas sobre a criação de uma “moeda comum” para trocas entre os países. Com o nome de “sur” (popularmente chamado de “peso real”), esse seria o dinheiro utilizado para negociações entre Brasil e Argentina.
Mas tudo não passou de uma cortina de fumaça. À época, opositores acusaram o Fernández de se aproveitar da visita do presidente Lula ao país para aumentar sua popularidade antes da eleição. Entretanto, o presidente argentino confirmou recentemente que não concorrerá à reeleição.
VEJA TAMBÉM - Adeus, Serasa: “se eu deixar de pagar minhas dívidas por 5 anos, elas simplesmente somem e meu nome volta a ficar limpo?”
Descubra a resposta para este e outros problemas envolvendo dinheiro no novo episódio de A Dinheirista, que resolve suas aflições financeiras com bom humor:
Sem “peso real”, o negócio é com dólar…
Sem uma moeda comum entre os países, as negociações ainda precisam ser feitas em dólar — ativo em escassez na Argentina. Segundo Haddad, as empresas brasileiras precisam receber sem dificuldades e deve ser encontrada uma solução mediada.
O ministro ainda declarou que a Argentina deve entrar com garantias para que o fluxo de pagamentos não seja interrompido.
"Não pode haver nenhum tipo de dificuldade para as empresas brasileiras. Precisamos encontrar uma solução mediada. Necessariamente a Argentina vai dar garantia para que possamos garantir que esse fluxo não seja interrompido. A forma de dar essa garantia está sendo estudada desde janeiro", comentou Haddad.
… Mas por quanto tempo?
A escassez de dólares na Argentina levantou uma questão há muito tempo debatida entre os países emergentes: como realizar transações internacionais sem a moeda norte-americana?
Neste especial de três reportagens sobre o dólar, você confere as iniciativas de países emergentes para deixar o uso da moeda americana para trás. Comece a ler aqui.