Combinou com os russos? Por que Putin e Xi não vão ao G-20 — e o que isso significa para Biden e seus parceiros
A guerra, a segurança alimentar e o clima são temas que estão sobre a mesa na cúpula deste final de semana, mas muito mais está em jogo nos bastidores desse encontro

Os líderes do G20 têm encontro marcado no próximo final de semana, em Nova Deli, na Índia, mas nem todo mundo vai estar lá. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o da China, Xi Jinping, não estarão presentes — e isso pode ser um bom sinal para Joe Biden e seus aliados.
A cúpula está rodeada de temores de que divisões mais profundas e arraigadas sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia atrapalhem o progresso em questões como a segurança alimentar e a cooperação global em matéria de mudanças climáticas.
A posição endurecida dos países do G20 em relação à guerra impediu, por exemplo, um consenso nas 20 reuniões ministeriais do grupo este ano, deixando aos líderes a tarefa de encontrar uma solução agora.
Acontece que para o encontro desta semana, a China será representada pelo primeiro-ministro Li Qiang, e não pelo presidente Xi Jinping, enquanto a Rússia confirmou a ausência de Putin, sugerindo que nenhum dos países deverá aderir a qualquer consenso.
- Como construir patrimônio em dólar? Estratégia de investimento desenvolvida por físico da USP possibilita lucros na moeda americana; conheça aqui
Sem China e Rússia, Biden leva a melhor?
Sem Xi e sem Putin, o encontro de dois dias do G20 será dominado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e seus aliados: o chanceler alemão, Olaf Scholz; o presidente francês, Emmanuel Macron; Mohammed Bin Salman, da Arábia Saudita; e Fumio Kishida, do Japão.
Mas se engana quem acha que o trabalho será mais fácil sem os líderes de China e Rússia por perto. Biden e seus aliados precisam sair da cúpula com um discurso alinhado — uma cúpula fracassada exporia os limites da cooperação entre potências ocidentais e não ocidentais e levaria os países a reforçar a aposta nos grupos com os quais se sentem mais confortáveis.
Leia Também
A falta de consenso também prejudica as credenciais diplomáticas do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que está usando a presidência do G20 para reforçar a posição de Nova Deli como potência econômica.
PODCAST TOUROS E URSOS - A estatal ou a ex? O que esperar das ações da Petrobras e da Eletrobras no governo Lula
O tamanho do problema
O caminho do G20 em busca de consenso pode ser ainda mais espinhoso do que se pensa. Isso porque a Índia não condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia e terá que convencer o bloco a concordar com uma declaração conjunta — a chamada Declaração dos Líderes.
Se isso não foi possível, essa será a primeira vez desde 2008 que a cúpula do G20 vai terminar sem o tal comunicado.
Quando se reuniram em Bali, em novembro do ano passado, o presidente indonésio, Joko Widodo, fez uma declaração conjunta de última hora do bloco. A Índia espera que os líderes consigam novamente resolver algo no último minuto, de acordo com membros do governo.
A Declaração dos Líderes de Bali afirma que a maioria dos membros condenou veementemente a guerra na Ucrânia e sublinhou que o conflito está causando imenso sofrimento humano e exacerbando as fragilidades existentes na economia global.
O comunicado daquele encontro destacou que “havia outros pontos de vista e diferentes avaliações da situação e das sanções”.
- Leia também: Putin e Xi mais juntos do que nunca: China já é quase metade do mercado de câmbio da Rússia
Não combinaram com os russos
Só que os indianos não combinaram com os russos sobre a declaração de última hora.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na semana passada que seu país bloqueará a declaração final da cúpula do G20.
A única chance de isso não acontecer, segundo o próprio Lavrov, é se o comunicado final refletir a posição de Moscou sobre Kiev e outras crises — um entendimento que vai totalmente contra o que os EUA defendem.
A China joga por fora
Enquanto os países se digladiam no G20, a China joga por fora para garantir sua influência no cenário internacional.
No mês passado, o Brics — grupo do qual a China é o peso pesado — adicionou mais países ao bloco em um esforço para remodelar uma ordem mundial que considera ultrapassada.
A China é membro do Brics, juntamente com a Rússia, a Índia, o Brasil e a África do Sul.
*Com informações da Reuters
Resposta dos EUA à condenação de Bolsonaro deve vir nos próximos dias, anuncia Marco Rubio; veja o que disse secretário de Estado norte-americano
O secretário de Estado norte-americano também voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes
TikTok vê luz no fim do túnel: acordo de venda do aplicativo nos EUA é confirmado por Trump e por negociador da China
Trump também afirmou em sua rede social que vai conversar com o presidente chinês na sexta sobre negociação que deixará os jovens “muito felizes”
Trump pede que SEC acabe com obrigatoriedade de divulgação trimestral de balanços para as empresas nos EUA
Esta não é a primeira vez que o republicano defende o fim do modelo em vigor nos EUA desde 1970, sob os argumentos de flexibilidade e redução de custos
O conselho de um neurocientista ganhador do Nobel para as novas gerações
IA em ritmo acelerado: Nobel Demis Hassabis alerta que aprender a aprender será a habilidade crucial do futuro
China aperta cerco ao setor de semicondutores dos EUA com duas investigações sobre práticas discriminatórias e de antidumping contra o país
As investigações ocorrem após os EUA adicionarem mais 23 empresas sediadas na China à sua lista de entidades consideradas contrárias à segurança norte-americana
Trump reage à condenação de Bolsonaro e Marco Rubio promete: “os EUA responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”
Tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros tiveram origem no caso contra Bolsonaro e, mais recentemente, a Casa Branca chegou a mencionar o uso da força militar para defender a liberdade de expressão no mundo
Como um projeto de fim de semana do fundador do Twitter se tornou opção em meio ao corte das redes sociais no Nepal
Sem internet e sem censura: app criado por Jack Dorsey ganha força nos protestos no Nepal ao permitir comunicação direta entre celulares via Bluetooth
11 de setembro: 24 anos do acontecimento que ‘inaugurou’ o século 21; eis o que você precisa saber sobre o atentado
Do impacto humano à transformação geopolítica, os atentados de 11 de setembro completam 24 anos
Bolsa da Argentina despenca, enquanto mercados globais sobem; índice Merval cai 50% em dólar, pior tombo desde 2008
Após um rali de mais de 100% em 2024, a bolsa argentina volta a despencar e revive o histórico de crises passadas
Novo revés para Trump: tribunal dos EUA mantém Lisa Cook como diretora do Fed em meio à disputa com o republicano
Decisão judicial impede tentativa de Trump de destituir a primeira mulher negra a integrar o conselho do Federal Reserve; entenda o confronto
EUA falam em usar poder econômico e militar para defender liberdade de expressão em meio a julgamento de Bolsonaro
Porta-voz da Casa Branca, Caroline Leavitt, afirmou que EUA aplicaram tarifas e sanções contra o Brasil para defender “liberdade de expressão”; mercado teme novas sanções
A cidade que sente na pele os efeitos do tarifaço e da política anti-imigrantes de Donald Trump
Tarifas de Donald Trump e suas políticas imigratórias impactam diretamente a indústria têxtil nos Estados Unidos, contrastando com a promessa de uma economia pujante
Uma mensagem dura para Milei: o que o resultado da eleição regional diz sobre os rumos da Argentina
Apesar de ser um pleito legislativo, a votação serve de termômetro para o que está por vir na corrida eleitoral de 2027
Mark Zuckerberg versus Mark Zuckerberg: um curioso caso judicial chega aos tribunais dos EUA
Advogado de Indiana acusa a Meta de prejuízos por bloqueios recorrentes em sua página profissional no Facebook; detalhe: ele se chama Mark Zuckerberg
Depois de duas duras derrotas em poucas semanas, primeiro-ministro do Japão renuncia para evitar mais uma
Shigeru Ishiba renunciou ao cargo às vésperas de completar um ano na posição de chefe de governo do Japão
Em meio a ‘tempestade perfeita’, uma eleição regional testa a popularidade de Javier Milei entre os argentinos
Eleitores da província de Buenos Aires vão às urnas em momento no qual Milei sofre duras derrotas políticas e atravessa escândalo de corrupção envolvendo diretamente sua própria irmã
Como uma missão ultrassecreta de espionagem dos EUA levou à morte de inocentes desarmados na Coreia do Norte
Ação frustrada de espionagem ocorreu em 2019, em meio ao comentado ‘bromance’ entre Trump e Kim, mas só foi revelado agora pelo New York Times
Ato simbólico ou um aviso ao mundo? O que está por trás do ‘Departamento de Guerra’ de Donald Trump
Donald Trump assinou na sexta-feira uma ordem executiva para mudar o nome do Pentágono para ‘Departamento de Guerra’
US Open 2025: Quanto carrasca de Bia Haddad pode faturar se vencer Sabalenka, atual número 1 do mundo, na final
Amanda Anisimova e Aryna Sabalenka se enfrentam pela décima vez, desta vez valendo o título (e a bolada) do US Open 2025
Warsh, Waller e Hasset: o trio que ganhou o “coração” de Donald Trump
O republicano confirmou nesta sexta-feira (5) que os três são os preferidos dele para assumir uma posição fundamental para a economia norte-americana