🔴 ONDE INVESTIR 2º SEMESTRE: CONFIRA AS RECOMENDAÇÕES PARA AÇÕES, FIIs, DIVIDENDOS, BDRs, RENDA FIXA – INSCREVA-SE PARA PARTICIPAR

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

HAVERÁ SINAIS

A bola de cristal de Powell: Fed mantém juros no nível mais alto em mais de 20 anos como esperado — o que vem agora?

Decisão desta quarta-feira (1) já era amplamente esperada, mas os investidores ainda querem saber o que pode acontecer com a política monetária norte-americana daqui para frente — veja os sinais

Carolina Gama
1 de novembro de 2023
15:08 - atualizado às 16:43
federal reserve bola de cristal
Imagem: Montagem Andrei Morais/Shutterstock

A adivinhação é o ato ou esforço de predizer coisas distantes no tempo e no espaço. No caso da decisão do Federal Reserve (Fed) desta quarta-feira (1), não foi necessário muito esforço para saber o que estava por vir: 99% dos agentes do mercado projetavam a manutenção dos juros no nível atual — como, de fato, aconteceu. Agora, o que eles querem saber é o que a bola de cristal de Jerome Powell revela daqui para frente. 

Com uma economia crescendo 4,9% no terceiro trimestre depois de um ritmo agressivo de aperto monetário, um mercado de trabalho aquecido e a inflação desacelerando mês a mês — embora ainda acima da meta de 2% — não era preciso ter o dom da adivinhação para saber que o banco central norte-americano manteria hoje a taxa básica inalterada na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano pela segunda vez seguida.

O inesperado poderia ter ficado por conta de Wall Street, mas a reação inicial das bolsas em Nova York também foi previsível. Com a manutenção dos juros já precificada, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq continuaram operando em alta assim que a decisão de hoje foi anunciada. 

O cenário dificulta as previsões daqui pra frente

Com a decisão de hoje já traçada, o que realmente importa são os sinais do que o Fed pretende fazer daqui para frente. 

Para perceber esses sinais, no entanto, é necessário dar uma olhada no cenário em que o banco central norte-americano atua. 

Além de uma economia crescendo acima do previsto, o mercado de trabalho robusto e a inflação desacelerando — ainda que esteja acima da meta — o banco central norte-americano tem que lidar com o imponderável da guerra. 

Leia Também

Não bastasse o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o BC dos EUA foi atravessado em 7 de outubro pelo ataque do Hamas a Israel — e o potencial de mexer com a inflação, já que os confrontos acontecem no quintal de grandes produtores de petróleo como Irã e Arábia Saudita. 

Isso sem falar no comportamento dos juros projetados (yields) pelos títulos de dívida de dez anos do Tesouro norte-americano, considerados um dos investimentos mais seguros do mundo. 

No mês passado, os yields desses papéis romperam a barreira psicológica dos 5% pela primeira vez em mais de 16 anos, colocando o Fed em uma situação delicada. O Seu Dinheiro fez uma matéria detalhada sobre o comportamento do Treasury de dez anos

Melhor que Petrobras (PETR4): ação pode subir até 70% com alta do petróleo na guerra Israel-Hamas

A busca pelos sinais sobre os juros

O ponto de partida da busca pelos sinais do que o Fed pode fazer daqui para frente é o comunicado que trouxe a decisão de hoje de manter os juros inalterados na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano. 

Só que o documento não acrescentou muito ao que já se sabia, mantendo a linha do comunicado de setembro — deixando a tarefa de trazer as pistas para Powell na coletiva.

O comunicado diz que Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) continuará avaliando informações adicionais e as implicações para a política monetária, o que inclui o efeito acumulado dos aumentos de juros agressivos do Fed — que começaram em março de 2022.

"Ao determinar a extensão do reforço adicional da política que pode ser apropriado para fazer regressar a inflação a 2% ao longo do tempo, o Comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, a defasagem com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e os fatores econômicos e financeiros", diz o comunicado.

O documento reforça o entendimento do Fed de avaliar dados e tomar decisões reunião por reunião — ainda que o Fomc se mostre preparado para ajustar sua orientação caso surjam riscos que possam impedir o alcance da inflação em 2% e o pleno emprego.

Com relação à economia, o Fed reafirma que o sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente, mas admite que as condições financeiras e de crédito mais restritivas para famílias e empresas "deverão pesar sobre a atividade econômica, as contratações e a inflação".

"A extensão destes efeitos permanece incerta. O Comitê permanece muito atento aos riscos de inflação", diz o comunicado.

Sobre a venda de Treasury, que ajuda a colocar pressão sobre o mercado de dívida, o Fed diz que "continuará a reduzir as suas participações em títulos do Tesouro e hipotecários conforme descrito nos nos planos anunciados anteriormente".

A bola de cristal de Powell sobre os juros

Quando o presidente do Fed começou a coletiva, a ansiedade dos jornalistas para fazer as perguntas já demonstrava o anseio geral pela resposta para a pergunta: os juros vão subir em dezembro?

Powell, no entanto, não quis cravar a resposta. Ele disse que o banco central norte-americano não declarou vitória sobre a inflação, embora as leituras recentes tenham caído abaixo dos 4%.

“Alguns meses de bons dados são apenas o começo do que será necessário para criar confiança de que a inflação está esfriando de forma sustentável em direção à meta. O processo para desacelerar a inflação de forma sustentável para 2% ainda tem um longo caminho a percorrer”, disse Powell.

Mas o chefão do Fed confirmou o que todo mundo já sabia: os juros devem continuar elevados por mais um tempo — descartando qualquer chance de corte de juro no curto prazo.

"A política monetária vai continuar restritiva por mais tempo até que tenhamos a confiança de que nossos objetivos estão sendo alcançados", afirmou. "O comitê não falou agora e nem está discutindo o corte de juros neste momento", acrescentou.

Powell explicou ainda por que o Fed desacelerou o ritmo de aperto monetário este ano. Segundo ele, o banco central norte-americano quis ver os efeitos de tantos aumentos de juros na economia e também no objetivo de inflação a 2%.

Questionado sobre o dot plot — como o gráfico de pontos do Fed é conhecido — Powell disse que ele é uma fotografia do momento em que é elaborado.

O gráfico de pontos coleta as projeções de membros do Fed para os juros e é divulgado a cada três meses junto com as previsões econômicas. Em setembro, o dot plot indicava que haveria outros apertos monetários ainda este ano.

"As projeções de mais altas em setembro não são promessas. Vamos avançar com cautela", afirmou Powell.

Ainda que tenha evitado falar sobre o fim do ciclo de aperto monetário, o presidente do Fed foi claro quando disse que vê o fim das altas de juros. "Fomos bastante longe no aperto. Agora estamos perto do fim dele", disse.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil

29 de maio de 2025 - 8:17

Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas

MUDANÇAS NO BALANÇO

Entenda a resolução do BC que estremeceu as provisões dos bancos e custou ao Banco do Brasil (BBAS3) quase R$ 1 bilhão no resultado do 1T25

29 de maio de 2025 - 6:08

Espelhada em padrões internacionais, a resolução 4.966 requer dos bancos uma abordagem mais preventiva e proativa contra calotes. Saiba como isso afetou os resultados dos bancões e derrubou as ações do Banco do Brasil na B3

EFEITO TRUMP

Na dúvida, fica como está: ata do Fed indica preocupação com as possíveis consequências das tarifas de Trump 

28 de maio de 2025 - 16:36

A decisão pela manutenção das taxas de juros passou pelo dilema entre derrubar a atividade econômica e o risco de aumento de inflação pelas tarifas

CRIPTO HOJE

O ciclo de alta acabou? Bitcoin (BTC) recua para US$ 107 mil, e mercado de criptomoedas entra em modo de correção

28 de maio de 2025 - 16:20

Bitcoin recua após alta de quase 50% em menos de dois meses, altcoins desabam e mercado entra em correção — mas analistas ainda veem espaço para valorização

SD ENTREVISTA

Se não houver tag along na oferta de Tanure pela Braskem (BRKM5), “Lei das S.A. deixou de nos servir”, diz presidente da Amec

28 de maio de 2025 - 16:17

Em entrevista ao Seu Dinheiro, Fábio Coelho explica os motivos pelos quais a proposta do empresário Nelson Tanure pelo controle da Braskem deveria acionar o tag along — e as consequências se o mecanismo for “driblado”

A MÃO QUE AFAGA…

“Estou decepcionado”: Elon Musk reclama de projeto de Trump sobre impostos e gastos nos EUA

28 de maio de 2025 - 15:38

O bilionário soltou o verbo em relação a um importante projeto de lei do presidente norte-americano, que pode dar fôlego à política de deportações

CHEGANDO NO MERCADO

Quando cripto encontra Wall Street: Circle mira valuation de US$ 6,7 bilhões com oferta de ações na NYSE

28 de maio de 2025 - 14:46

Emissora da stablecoin USDC, a Circle protocolou seu IPO na Bolsa de Nova York para captar até US$ 624 milhões — movimento que reforça a corrida das stablecoins em meio ao avanço da regulação cripto nos EUA

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

A vida de um investidor no terreno minado da inflação

28 de maio de 2025 - 9:58

De Juscelino até Itamar Franco e o Plano Real, o dragão da inflação cuspiu fogo pelas ventas, criando armadilhas na bolsa e na renda fixa

DUAS VEZES REBAIXADA

Braskem (BRKM5) na panela de pressão: petroquímica cai no conceito de duas das maiores agências de classificação de risco do mundo

28 de maio de 2025 - 9:41

A Fitch e a S&P Global rebaixaram a nota de crédito da Braskem de ‘BB+’ para ‘BB’ na última terça-feira. O que está por trás das revisões?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Época de provas na bolsa: Ibovespa tenta renovar máximas em dia de Caged, ata do Fed e recuperação judicial da Azul

28 de maio de 2025 - 8:09

No noticiário corporativo, o BTG Pactual anunciou a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro; dinheiro será usado para capitalizar o Banco Master

CHAPTER 11

Azul (AZUL4) entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e completa a lista de empresas em apuros no setor aéreo

28 de maio de 2025 - 7:18

Reestruturação da Azul contempla US$ 1,6 bilhão em financiamento, eliminação de US$ 2 bilhões em dívidas e até US$ 950 milhões em novos aportes de capital quando o processo se encerrar

SINAL DE ALERTA

CSN Mineração (CMIN3) lidera perdas do Ibovespa após Morgan Stanley rebaixar ação para venda; veja os motivos da revisão

27 de maio de 2025 - 16:01

Ações da CSN Mineração caem mais de 5% com alerta do Morgan Stanley sobre alto risco em plano de expansão e queda do minério de ferro

PEDRA PRECIOSA EM RISCO?

Diamantes são eternos, os preços não: como tarifas de Trump estão ameaçando indústria joalheira

27 de maio de 2025 - 15:18

Diferentemente do ouro, da prata e do cobre, a pedra preciosa não escapou à guerra comercial; mas esta não é a única ameaça para a indústria

DISCUSSÃO SOCIETÁRIA

Sem OPA na Braskem (BRKM5)? Por que a compra do controle por Nelson Tanure não acionaria o mecanismo de tag along

27 de maio de 2025 - 15:05

Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro avaliam que não necessariamente há uma obrigatoriedade de oferta pública de Tanure pelas ações dos minoritários da Braskem; entenda

TOUROS E URSOS #224

Ibovespa vai sustentar tendência mesmo com juros altos e risco fiscal? Sócio fundador da Polo Capital vê bom momento para a bolsa — mas há outros perigos no radar

27 de maio de 2025 - 14:53

No podcast Touros e Ursos desta semana, Cláudio Andrade, sócio fundador da gestora Polo Capital, fala sobre as perspectivas para a bolsa brasileira

AMERICA FIRST BITCOIN

Empresa de mídia de Donald Trump quer levantar US$ 2,5 bilhões para comprar bitcoin (BTC) e desafiar big techs e corporações ‘woke’

27 de maio de 2025 - 14:37

Trump Media planeja criar uma tesouraria em bitcoin para proteger a empresa de bancos e big techs e avançar em sua estratégia política e financeira nos EUA

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não dá mais para adiar: Ibovespa repercute IPCA-15 enquanto mudanças no IOF seguem causando tensão

27 de maio de 2025 - 8:17

Bolsas de Nova York voltam de feriado ainda reagindo ao mais recente recuo de Trump na guerra comercial

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Subimos apesar do governo: quando a pior decisão é sempre a próxima

27 de maio de 2025 - 6:28

O Brasil parece ter desenvolvido uma habilidade peculiar — quase artística — de desperdiçar momentos estratégicos. Quando o mercado estende a mão em sinal de trégua, Brasília responde com um tropeço

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O último trem do sertão (ou do bull market)

26 de maio de 2025 - 20:00

Seja lá qual for a razão, os mercados atropelaram a notícia ruim do IOF, mostrando que há forças maiores em curso em favor do kit Brasil. Talvez essa seja a última parada do trem antes do verdadeiro bull market.

O QUE ESPERAR AGORA?

JBS (JBSS3) sobe no ringue das gigantes: 2 pontos positivos da dupla listagem — e 2 razões para cautela (uma delas envolve o IOF)

26 de maio de 2025 - 15:42

Com a dupla listagem aprovada, reprecificação das ações deve se tornar a grande narrativa da JBS

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar