Como a transição do motor a gasolina para veículos elétricos culminou na primeira greve dos funcionários das três maiores montadoras dos EUA em 88 anos
Os trabalhadores pedem por um aumento de 36% dos salários em quatro anos, mas as empresas não estão tão dispostas assim a abrir os bolsos

O pregão da última sexta-feira (15) poderia ter sido só mais um dia de ajuste nas bolsas em Nova York. Mas a perspectiva de que os juros por lá voltem a subir fez os índices de Wall Street caírem mais de 1% durante a sessão regular. No começo daquele mesmo dia, porém, outro fator começou a preocupar os investidores: a greve dos funcionários das três maiores montadoras dos Estados Unidos
As chamadas Big Three — a saber: Ford, General Motors (GM) e Stellantis (antiga Fiat Chrysler) — amanheceram com paralisações estimuladas pelo sindicato dos trabalhadores do setor automotivo (UAW, na sigla em inglês).
Os grevistas pedem pelo aumento do pagamento aos funcionários, alegando que as montadoras estão na “época dos grandes lucros”. Mas o gatilho para esse descontentamento dos trabalhadores começou com a transição dos motores movidos à gasolina para aqueles tracionados por energia elétrica.
Assim, os trabalhadores pedem por um aumento de 36% dos salários, acréscimo que deve ser diluído entre os próximos quatro anos, mas as montadoras não parecem tão dispostas assim a abrir os bolsos.
O que os carros elétricos tem a ver com isso
Recapitulando uma rápida história dos EUA, tudo começou oficialmente com o anúncio de fevereiro deste ano da Stellantis. A montadora afirmou que estava prestes a fechar a planta de Belvidere, em Illinois, no Centro-Oeste do país.
À época, a empresa afirmou que estava se preparando para fazer uma “transição custosa” dos motores à combustão para aqueles movidos a eletricidade. Na prática, isso significava deixar a planta “ociosa” — ou seja, fechar postos de trabalho diretos e indiretos na região.
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Carlos Tavares, CEO da montadora anteriormente conhecida por Fiat Chrysler, afirmou que a produção de veículos elétricos é 40% mais cara do que a atual. “A Stellantis”, disse ele, “não pode repassar esses custos aos consumidores porque muitos não conseguiriam comprar carros novos.”
Desde então, montadoras e trabalhadores vivem em constante atrito — e foi na última sexta-feira que a greve explodiu.
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Trabalhadores X Montadoras
Essa foi a primeira vez em mais de 80 anos de histórias das montadoras que a UAW faz greves contra as Big Three ao mesmo tempo.
Enquanto a Ford ofereceu um aumento de 20% por um período diluído em quatro anos e meio, a GM propôs um acréscimo de 18% por quatro anos; já a Stellantis pretende incrementar os salários em 17,5% no mesmo período.
Dessa forma, analistas internacionais acreditam que a greve pode durar semanas — o que deve afetar os estoques nos EUA e, em última instância, outras partes do globo.
Alguns modelos de picapes mais parrudas — e populares nos EUA —, que costumam estar presentes em menor número nos estoques, já começam a faltar nas concessionárias. Com isso, a lei da oferta e demanda deve imperar — em outras palavras, os preços podem subir ainda mais.
O mercado automotivo norte-americano
E o que o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, tem a ver com a greve?
Para começar, os norte-americanos têm um estilo de vida baseado no consumo, o que explica uma longa história de taxas de juros comumente muito baixas.
Entretanto, o BC por lá precisou iniciar um aperto monetário para conter a inflação galopante. Atualmente, os juros norte-americanos estão na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano — considerados altos para uma economia daquele porte.
Inflação, juros altos e o aumento do preço do petróleo — consequentemente, da gasolina — nos EUA fizeram os preços de tudo disparar, inclusive dos carros. Assim como no Brasil, o chamado “carro popular” desapareceu das lojas.
Em números: o preço nas montadoras
Estima-se que o preço médio de um carro novo em 2020 nos Estados Unidos era de aproximadamente US$ 40 mil. Em 2023, um mesmo modelo poderia custar até quase US$ 49 mil.
Por aqui, um carro popular de entrada saía por volta de R$ 38 mil em 2020; três anos depois, o mesmo modelo está custando quase R$ 60 mil, o que gerou a necessidade de uma intervenção do governo federal.
O presidente do sindicato dos trabalhadores das montadoras, Shawn Fain, reforça que os preços já estavam subindo antes da greve e diz que o trabalho representa uma fração dos custos totais das Big Three.
“Eles poderiam duplicar os nossos salários e não aumentar os preços dos automóveis e ainda assim lucrar milhares de milhões de dólares”, disse ele durante uma apresentação online aos sindicalistas esta semana.
*Com informações da Associated Press e Yahoo Finance
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