Por que as ações das empresas de energia se salvaram e impediram uma queda maior do Ibovespa?
Ministério recua em ponto importante em renovação de concessões de distribuidoras de energia e ações do setor reagem em alta; saiba quais empresas se beneficiam
Em um dia negativo na B3, chamou a atenção o bom desempenho das ações das empresas de energia elétrica nesta sexta-feira. A explicação para a alta dos papéis do setor veio de Brasília.
Isso porque um dos temores do setor elétrico, e em particular das distribuidoras de energia, parece ter sido resolvido, com o recuo do governo em um ponto importante no processo de renovação de concessões públicas.
O Ministério de Minas e Energia havia aberto uma consulta pública para colher sugestões da população e de entidades sobre quais devem ser as regras para a renovação de uma série de concessões que vencem a partir de 2025.
E um tópico sensível para as distribuidoras era o desejo do governo de tentar capturar parte do excedente econômico-financeiro das empresas. Ou seja, quando os valores obtidos pelas distribuidoras com a concessão superam os previstos no contrato.
Porém, a nota técnica elaborada pelo ministério após o fim da consulta pública e enviada para o Tribunal de Contas da União (TCU) nesta semana mostra que o governo voltou atrás nesse ponto e que o processo está andando.
Outra questão de interesse para o setor é que o governo decidiu deixar os incentivos fiscais da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Leia Também
Segundo os analistas do JP Morgan, estas eram as duas principais fontes de preocupações das distribuidoras e que, se aprovados, representariam um risco negativo para as empresas.
Com as notícias positivas, as ações do setor reagiram em alta e ficaram entre as principais valorizações do Ibovespa no pregão desta sexta-feira (15):
- Energisa unit (ENGI11): +4,90%
- Copel (CPLE6): +1,91%
- Equatorial (EQTL3): +1,71%
- Eneva (ENEV3): +1,99%
Quais empresas de energia são afetadas?
Para o JP Morgan, a retirada desses pontos do documento do ministério é uma notícia positiva principalmente para a Equatorial, Energisa, Neoenergia (NEOE3), CPFL Energia (CPFE3) e Light (LIGT3).
Os analistas do banco norte-americano também avaliam que a retirada dos pontos de risco e demais diretrizes definidas criam um sentimento positivo para o setor.
O JP Morgan ainda citou que a decisão do Ministério de incluir os investimentos planejados para a remuneração das empresas em anos de revisão de tarifas de energia seria um pequeno ponto positivo.
Próximos passos para a renovação das concessões
Com a nota técnica do ministério já no TCU, as próximas etapas do processo são:
- A aprovação pelo TCU;
- A publicação pelo ministério do decreto que estabelece as regras e condições para a prorrogação das concessões de distribuição quando exigida pelas empresas (esperada para as próximas semanas);
- A abertura de uma consulta pública pela agência reguladora do setor, a Aneel, para discutir novos modelos de contrato de concessão;
- A publicação de novos modelos de contratos de concessão pela Aneel;
- E, por fim, a assinatura de novos contratos de concessão.
A previsão do JP Morgan é que as etapas devem ser concluídas até o final do ano, para que a primeira concessão que deve ter seu contrato expirado - a distribuidora da EDP-ES em julho de 2024 - possa assinar seu novo contrato.
A DINHEIRISTA - Ajudei minha namorada a abrir um negócio e ela me deixou! Quero a grana de volta, o que fazer?
Entenda mais sobre os pontos que afetam as empresas de energia
Em relação ao eventual excedente econômico obtido pelas distribuidoras de energia, o governo reconheceu que ele não pode ser medido, ou seja, não há como comprovar a existência de superávit econômico e definir uma metodologia para calculá-lo adequadamente, que tenha respaldo do Ministério da Fazenda.
Já em relação aos incentivos fiscais, o governo recebeu diversas contribuições contra a possibilidade de repassar aos consumidores os incentivos fiscais atualmente usufruídos pelo empresas.
A avaliação também é que a questão tem alta complexidade jurídica, já foi alvo de decisões da Justiça no passado. Por isso, o ministério sugere a não utilização desses incentivos fiscais da Sudam e da Sudene como condição para a prorrogação dos contratos de concessão.
Os novos contratos de concessão ainda podem incluir uma cláusula para reconhecer os investimentos planejados pelas empresas posteriormente ao definido em contrato.
Atualmente, a chamada RAB (base de ativos regulatórios) é recalculada apenas durante as revisões tarifárias, para refletir o investimento e a depreciação passados, mas não investimentos futuros.
A inclusão de investimentos planejados na RAB para remuneração seria um ponto positivo para todas as distribuidoras, acredita o JP Morgan.
Depois de despencarem quase 12% nesta terça, ações da Azul (AZUL4) buscam recuperação com otimismo do CEO
John Rodgerson garante fluxo de caixa positivo em 2026 e 2027, enquanto reestruturação reduz dívidas em US$ 2,6 bilhões
Ozempic genérico vem aí? STJ veta prorrogação de patente e caneta emagrecedora mais em conta deve chegar às farmácias em 2026
Decisão do STJ mantém vencimento da patente da semaglutida em março de 2026 e abre espaço para a chegada de versões genéricas mais baratas do Ozempic no Brasil
Por que tantas empresas estão pagando dividendos agora — e por que isso pode gerar uma conta alta para o investidor no futuro
A antecipação de dividendos tomou a B3 após o avanço da tributação a partir de 2026, mas essa festa de proventos pode esconder riscos para o investidor
Cosan (CSAN3) vende fatia da Rumo (RAIL3) e reforça caixa após prejuízo bilionário; ações caem forte na B3
A holding reduziu participação na Rumo para reforçar liquidez, mas segue acompanhando desempenho da companhia via derivativos
Raízen (RAIZ4) recebe mais uma baixa: S&P reduz nota de crédito para ‘BBB-‘, de olho na alavancagem
Os analistas da agência avaliam que a companhia enfrenta dificuldades para reduzir a alavancagem, em um cenário de dívida nominal considerável e queima de caixa
Fim da era Novonor na Braskem (BRKM5) abre oportunidade estratégica que a Petrobras (PETR4) tanto esperava
A saída da Novonor da Braskem abre espaço para a Petrobras ampliar poder na petroquímica. Confira o que diz a estatal e como ficam os acionistas minoritários no meio disso tudo
Fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi finalmente vai sair do papel: veja cronograma da operação e o que muda para acionistas
As ações da Petz (PETZ3) deixarão de ser negociadas na B3 ao final do pregão de 2 de janeiro de 2026, e novas ações ordinárias da Cobasi serão creditadas aos investidores
Adeus, telefone fixo: Vivo anuncia fim de operação e deixa para trás uma história de memória afetiva para milhões de brasileiros
Ao encerrar o regime de concessão do telefone fixo, a Vivo sela o fim de um modelo que moldou a comunicação no Brasil por décadas
Vamos (VAMO3), LOG CP (LOGG3), Blau Farmacêutica (BLAU3) anunciam mais de R$ 500 milhões em dividendos; Rede D´Or (RDOR3) aprova recompra de ações
A LOG fica com a maior parte da distribuição aos acionistas, ou R$ 278,5 milhões; Rede D´Or já havia anunciado pagamento de proventos e agora renova a recompra de ações
Itaúsa (ITSA4) vai bonificar investidor com novas ações; saiba quem tem direito a participar
Quem é acionista da holding vai ganhar 2 ações bônus a cada 100; operação acontece depois do aumento de capital
Casas Bahia (BHIA3) busca fôlego financeiro com nova emissão, mas Safra vê risco para acionistas
Emissão bilionária de debêntures promete reduzir dívidas e reforçar caixa, mas analistas dizem que pode haver uma diluição pesada para quem tem ações da varejista
Banco do Brasil (BBAS3) ou Bradesco (BBDC4)? Um desses bancos está na mira dos investidores estrangeiros
Em roadshow com estrangeiros nos EUA, analistas do BTG receberam muitas perguntas sobre as condições do Banco do Brasil e do Bradesco para 2026; confira
Um novo controlador será capaz de resolver (todos) os problemas da Braskem (BRKM5)? Analistas dizem o que pode acontecer agora
O acordo para a saída da Novonor do controle da petroquímica reacendeu entre os investidores a expectativa de uma solução para os desafios da empresa. Mas só isso será suficiente para levantar as ações BRKM5 outra vez?
Nubank (ROXO34) pode estar ajudando a ‘drenar’ os clientes de Tim (TIMS3) e Vivo (VIVT3); entenda
Segundo a XP, o avanço da Nucel pode estar acelerando a migração de clientes para a Claro e pressionando rivais como Tim e Vivo, o que sinaliza uma mudança mais rápida na dinâmica competitiva do setor
Bradespar (BRAP4) distribui quase R$ 600 milhões em dividendos e JCP; pagamento será feito em duas etapas
Do total anunciado, R$ 330 milhões correspondem aos dividendos e R$ 257 milhões aos juros sobre capital próprio (JCP); Localiza também detalha distribuição de proventos
Falta de luz em SP: Prejuízo a bares, hotéis e restaurantes pode chegar a R$ 100 milhões
Estimativa da Fhoresp é que 5 mil estabelecimentos foram atingidos pelo apagão
Isa Energia (ISAE4) recebe upgrade duplo do JP Morgan depois de comer poeira na bolsa em 2025
Após ficar atrás dos pares em 2025, a elétrica recebeu um upgrade duplo de recomendação. Por que o banco vê potencial de valorização e quais os catalisadores?
Não colou: por que a Justiça barrou a tentativa do Assaí (ASAI3) de se blindar de dívidas antigas do Pão de Açúcar
O GPA informou, nesta segunda (15), que o pedido do Assaí por blindagem contra passivos tributários anteriores à cisão das duas empresas foi negado pela Justiça
Braskem (BRKM5) com novo controlador: IG4 fecha acordo com bancos e tira Novonor do comando
Gestora fecha acordo com bancos credores, avança sobre ações da Novonor e pode assumir o controle da petroquímica
São Paulo às escuras: quando a Enel assumiu o fornecimento de energia no estado? Veja o histórico da empresa
Somente no estado, a concessionária atende 24 municípios da região metropolitana, sendo responsável por cerca de 70% da energia distribuída