Por que as ações da Minerva (BEEF3) despencam e as da Marfrig (MRFG3) disparam após a negociação bilionária de ativos?
Apesar de vantagens estratégicas para os frigoríficos, a operação traz mais riscos para a Minerva, que pode reduzir dividendos após a aquisição de R$ 7,5 bilhões
Não é todo dia que uma empresa anuncia uma negociação no valor de R$ 7,5 bilhões. E menos ainda quando se trata de uma transação entre Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3), dois gigantes globais do setor de proteínas.
Após a venda de 16 unidades no Brasil, Argentina e Chile da Marfrig para a Minerva anunciada ontem à noite, a reação das ações hoje já dá a letra da percepção inicial dos analistas ao negócio.
Os papéis da Marfrig abriram o pregão na B3 em disparada, chegando a mais de 9% de ganhos por volta das 13h20. Já a Minerva opera na ponta oposta e amarga uma queda na casa dos 15% desde a abertura.
O desempenho das ações hoje na B3 é fruto de uma das consequências imediatas do negócio. Os R$ 7,5 bilhões vão ajudar a diminuir o nível de endividamento da Marfrig e, por outro lado, aumentar a alavancagem da Minerva. Mas há outros fatores envolvidos.
Com uma alavancagem mais alta no curto prazo, o pagamento de dividendos aos acionistas pela Minerva pode ser prejudicado, de acordo com analistas que cobrem a companhia.
“A transação pode atrasar a geração de caixa da Minerva e adicionais pagamentos de dividendos, dependendo da sinergia a ser atingida, desapontando alguns acionistas minoritários que estavam projetando uma desalavancagem mais rápida”, escreveram os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto, do Itaú BBA, em relatório.
Leia Também
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Outro fator de risco para a Minerva é que a companhia está comprando ativos da Marfrig e não outra companhia, “o que pode implicar em capital de giro adicional para aumentar sua capacidade”, de acordo com Thiago Duarte e Henrique Brustolin, analistas do BTG Pactual.
Para eles, o maior receio é o de que a Minerva fique em uma posição similar à de quando adquiriu ativos da JBS na América do Sul em 2017, quando terminou elevando demais a sua alavancagem.
Um último ponto levado em consideração é que a Minerva está ficando menos diversificada, concentrando seu portfólio em plantas de bovinos para exportação. Embora esteja em linha com a estratégia de impulsionar a capacidade de exportação em países onde já opera, a compra dos ativos da Marfrig pode trazer mais riscos e ainda a deixar dependente principalmente do ciclo do gado no Brasil, de acordo ainda com os analistas do BTG.
Minerva: Riscos calculados?
Apesar dos riscos à primeira vista, o negócio também traz vantagens para a Minerva, que vê a operação como estratégica.
Vale destacar que com as 16 novas plantas, a empresa terá um salto de 44% em capacidade de abate e terá o maior número de plantas certificadas para exportação para a China. São quase 13 mil cabeças por dia de capacidade de abate adicional em bovinos e 6,5 mil em ovinos. A estimativa é que os ativos gerem uma receita de R$ 18 bilhões.
Os executivos da empresa também destacaram, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que possuem experiência em aquisições e conseguem capturar sinergias rapidamente.
SEU DINHEIRO EXPLICA — Dá para pagar uma faculdade de medicina com o Tesouro Educa+? Fizemos as contas para você!
E para a Marfrig?
No caso da Marfrig, a transação ajuda a resolver um dos principais problemas que a companhia vem enfrentando e que vinham prejudicando o desempenho de suas ações, o alto nível de endividamento.
O Itaú BBA vê a alavancagem da companhia — medida pela dívida líquida em relação ao Ebitda — atingindo 3,1 vezes com a venda, nível que os analistas consideram confortável.
Além disso, o banco acredita que a companhia pode ser reavaliada positivamente pelo mercado, sofrendo um “re-rating”, já que está se concentrando em negócios mais rentáveis, como o mercado de carne processada no Brasil e produtos de maior valor agregado em geral. “O setor de processados tipicamente gera margens de dois dígitos”, destacam os analistas.
Porém, nem todos os analistas estão tão otimistas como os do Itaú BBA. Para o Santander, apesar do dinheiro na mão, a desalavancagem pode ser limitada, além de deixar a companhia menos diversificada em relação aos seus ativos e com menor capacidade de exportação.
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
BTG Pactual (BPAC11) quer transformar o Banco Pan (BPAN4) em sua subsidiária; confira proposta
Segundo fato relevante publicado, cada acionista do Pan receberá 0,2128 unit do BTG para cada ação, exceto o Banco Sistema, que já integra a estrutura de controle. A troca representa um prêmio de 30% sobre o preço das ações preferenciais do Pan no fechamento de 13 de outubro de 2025
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses
Azzas 2154 (AZZA3) e Marcopolo (POMO4) anunciam mais de R$ 300 milhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP)
Dona da Arezzo pagará R$ 180 milhões, e fabricante de ônibus, R$ 169 milhões, fora os JCP; veja quem tem direito aos proventos
XP (XPBR31) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e recompra de até R$ 1 bilhão em ações após lucro recorde no 3T25
Companhia reportou lucro líquido de R$ 1,33 bilhão, avanço de 12% na comparação anual; veja os destaques do balanço
Banco do Brasil (BBAS3) lança cartão para a altíssima renda de olho nos milionários; veja os benefícios
O cartão BB Visa Altus Liv será exclusivo para clientes com mais de R$ 1 milhão investido, gastos médios acima de R$ 20 mil e/ou renda mínima de R$ 30 mil
A ação que pode virar ‘terror’ dos vendidos: veja o alerta do Itaú BBA sobre papel ‘odiado’ na B3
Apesar da pressão dos vendidos, o banco vê gatilhos de melhora para 2026 e 2027 e diz que shortear a ação agora pode ser um erro
JBS (JBSS32): BofA ‘perdoa’ motivo que fez mercado torcer o nariz para a empresa e eleva preço-alvo para as ações
Após balanço do terceiro trimestre e revisão do guidance, o BofA elevou o preço-alvo e manteve recomendação de compra para a JBS
Grupo Toky (TOKY3), da Mobly e Tok&Stok, aprova aumento de capital e diminui prejuízo, mas briga entre sócios custou até R$ 42 milhões
Empresa amargou dificuldades com fornecedores, que levaram a perdas de vendas, faltas de produtos e atraso nas entregas
Petrobras (PETR4) descobre ‘petróleo excelente’ no Rio de Janeiro: veja detalhes sobre o achado
A estatal identificou petróleo no bloco Sudoeste de Tartaruga Verde e segue com análises para medir o potencial da nova área
Gigantes de frango e ovos: JBS e Mantiqueira compram empresa familiar nos EUA para acelerar expansão internacional
A maior produtora de frangos do mundo e a maior produtora de ovos da América do Sul ampliam sua presença global
Cosan (CSAN3) e Raízen (RAIZ4) têm perdas bilionárias no trimestre; confira os números dos balanços
Os resultados são uma fotografia dos desafios financeiros que as duas companhias enfrentam nos últimos meses; mudanças na alta cúpula também são anunciadas
Nubank (ROXO34): o que fazer com a ação após maior lucro da história? O BTG responde
Na bolsa de Nova York, a ação NU renovava máximas, negociada a US$ 16,06, alta de 3,11% no pregão. No acumulado de 2025, o papel sobe mais de 50%.
IRB (IRBR3) lidera quedas do Ibovespa hoje após tombo de quase 15% no lucro líquido, mas Genial ainda vê potencial
Apesar dos resultados fracos no terceiro trimestre, a gestora manteve a recomendação de compra para os papéis da empresa
Não aprendi dizer adeus: falência da Oi (OIBR3) é revertida. Tribunal vê recuperação possível e culpa gestão pela ruína
A desembargadora Mônica Maria Costa, da Primeira Câmara do Direito Privado do TJ-RJ, decidiu suspender os efeitos da decretação de falência, concedendo à companhia uma nova chance de seguir com a recuperação judicial
iPhones com até 45% de desconto no Mercado Livre; veja as ofertas
Ofertas são da loja oficial da Apple dentro do marketplace e contam com entrega Full e frete grátis
Azul (AZUL4) dá sinal verde para aporte de American e United, enquanto balanço do 3T25 mostra prejuízo mais de 1100% maior
Em meio ao que equivale a uma recuperação judicial nos EUA, a Azul dá sinal verde para acordo com as norte-americanas, enquanto balanço do terceiro trimestre mostra prejuízo ajustado de R$ 1,5 bilhão
BHP é considerada culpada por desastre em Mariana (MG); entenda por que a Vale (VALE3) precisará pagar parte dessa conta
A mineradora brasileira estima uma provisão adicional de aproximadamente US$ 500 milhões em suas demonstrações financeiras deste ano